Auxílio emergencial: Maia defende mais duas ou três parcelas de R$600
Governo avalia pagamento de duas parcelas de R$300
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Publicado em:05/06/2020 às 09:15
Atualizado em:05/06/2020 às 09:15
Sancionada em abril, a lei do auxílio emergencial prevê o pagamento dos R$600 (R$1.200 para mães solos) em três parcelas. Com a aproximação do fim da vigência da lei, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, defendeu que o governo encaminhe uma proposta de prorrogação do benefício.
Maia disse que tem conversado com diversos parlamentares sobre assunto e vê a necessidade de mais duas ou três parcelas no mesmo valor atual. Já o governo avalia que o benefício seja pago por mais dois meses no valor de R$300.
Em razão da importância do programa, Maia destacou que, apesar das dificuldades enfrentadas pelo governo, a equipe econômica precisa ter uma posição oficial para que o debate seja feito de forma transparante pelos parlamentares.
“Ninguém nega o impacto nem a necessidade, nem o governo. Agora, se o impacto é grande, vamos tentar criar soluções no Orçamento para ver se tem algum espaço para construir uma solução para manutenção dos R$ 600 por mais 60 dias, pelo menos”, destacou.
Maia reafirmou a importância de se manter um diálogo com o Executivo, a fim de encontrar uma solução de forma coletiva. Além disso, ele explicou também que a iniciativa de estender o benefício pode vir do Congresso, mas o ideal é que o texto venha do governo.
“[Defendo] Que o governo faça esse debate de forma oficial para que a equipe econômica e todos os técnicos mostrem o tamanho dessa despesa que está sendo criada. Nós ainda entendemos que ainda teremos algum período de queda da economia nos próximos meses”, afirmou.
Senado avaliará prioridade de pagamento para mães chefes de família
Na última terça-feira, 2, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto que garante prioridade de recebimento do auxílio emergencial pela mulher provedora de família uniparental, em casos que o pai também informa ser o responsável pelos dependentes. Agora, a proposta será analisada pelo Senado Federal.
O projeto é da deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) e outros parlamentares. A ideia surgiu após a deputada tomar conhecimento de casos em que mulheres não tiveram acesso às duas cotas de R$600, porque os ex-cônjuges fizeram o cadastro primeiro, incluindo os filhos como dependentes, como se tivessem a guarda deles.
Se a proposta for aprovada, ficará determinado que em casos de conflitos entre as informações prestadas pela mãe e pelo pai, a preferência de recebimento das duas cotas do auxílio será da mãe. Isso mesmo que sua autodeclaração na plataforma digital tenha ocorrido depois daquela feita pelo pai.
Caso o homem que tenha a guarda unilateral ou seja responsável, de fato, pela criação dos filhos, este poderá contrariar as informações da ex-mulher na mesma plataforma e receber uma das cotas de R$600, até que a situação seja esclarecida pelo órgão competente.
O texto aprovado na Câmara ainda prevê o pagamento retroativo a que fariam jus a mãe ou o pai que tiveram seu benefício subtraído ou recebido indevidamente por outro genitor ou genitora.
Além disso, o texto determina que os pagamentos indevidos do benefício, ou aqueles feitos em duplicidade, por causa de informações falsas prestadas deverão ser ressarcidos ao poder público por quem os recebeu indevidamente.