Liderança tóxica: o que o BBB tem a ensinar sobre gestão corporativa

Especialista em gestão, Uranio Bonoldi, aponta indícios para conseguir identificar uma liderança equivocada.

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Publicado em:13/02/2021 às 09:00
Atualizado em:13/02/2021 às 09:00

*Por Uranio Bonoldi

Quando falamos sobre líderes, o que costuma vir à nossa cabeça é uma imagem positiva, de alguém admirável, que faz as melhores escolhas, entende e apoia aqueles que fazem parte da sua equipe. Mas e quando o líder começa a ser tóxico com aqueles ao seu redor?

Um dos assuntos mais comentados da semana tem sido o comportamento da rapper curitibana Karol Conká no Big Brother Brasil, com o ator Lucas Penteado dentro do confinamento - ainda que seja assunto irrelevante para nosso desenvolvimento, com palavras e atitudes duras, desconexas e com vieses, ela tem gerado muitas críticas dos telespectadores.

Muitos se perguntam o porquê os outros confinados concordam com esse comportamento - podemos explicar tal situação fazendo uma alusão ao cargo de liderança: existem bons e maus líderes. Então como identificar e lidar com alguém que não exerce seu papel de líder de maneira legítima e assertiva?

Um líder bem preparado é capaz de transformar uma equipe, inspirar pessoas e melhorar consideravelmente os resultados de uma empresa - por outro lado, uma liderança ruim, que não sabe como incentivar o melhor em outras pessoas, pode fazer com que ocorram prejuízos sérios, impactando as equipes e os resultados de maneira negativa.

Uma das formas de perceber que algo não está indo bem é quando o gestor é irredutível. Se os colaboradores têm dificuldade em questionar seus líderes e de participar mais ativamente das tomadas de decisão, esse pode ser um indício preocupante, afinal, uma boa liderança está sempre aberta ao diálogo, escutando as opiniões e ideias de outras pessoas.

Outro ponto a ser destacado é a questão da "monopolização" do sucesso - o mau líder sempre fica com o crédito do que dá certo e culpa terceiros por aquilo que não sai como ele esperava, atribuindo culpa dos resultados ruins aos seus colaboradores. Diante dessa dinâmica, as equipes acabam sentindo-se inferiorizadas e acabam perdendo a proatividade, evitando ao máximo questionar as atitudes do líder, afinal, se o fizerem, acabarão sendo humilhados.

Sem inteligência emocional para lidar com conflitos, esse tipo de liderança não inspira atitudes gentis em sua equipe, o que acaba gerando cada vez mais desentendimentos, ressentimentos e prejudica a convivência com todos os que trabalham ali.

Com problemas de comunicação constantes, o clima empresarial fica comprometido e a equipe não consegue se manter motivada - o que atrapalha o andamento dos resultados e deixa todos ainda mais frustrados. Contudo, é importante deixar claro que é possível reverter esse quadro. Através de um plano estruturado e focado nas necessidades da empresa, com participação das equipes envolvidas e muito feedback, o líder pode se tornar mais preparado e assertivo.

Entre as dicas fundamentais da boa liderança estão saber ouvir, aceitar críticas e incentivar positivamente a equipe. Algo que anda faltando numa casa das mais vigiadas do Brasil.

*Este texto não reflete, necessariamente, na opinião da Folha Dirigida.

Sobre o autor

Uranio Bonoldi possui mais de 30 anos de experiência em gestão de empresas nacionais e internacionais. Autor do livro "A Contrapartida", é também palestrante e professor do curso de educação executiva sobre Poder e Tomada de Decisão na Fundação Dom Cabral.

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