Brasil perdeu 1,19 milhão de vagas de emprego no primeiro semestre

Só em junho foram 10,9 mil vagas formais fechadas

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Publicado em:28/07/2020 às 11:30
Atualizado em:28/07/2020 às 11:30

A Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia divulgou nesta terça-feira, 28, os dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged).

De acordo com o levantamento, o saldo de empregos formais ficou negativo no primeiro semestre de 2020, em 1.198.363. O número resulta de 6.718.276 de admissões contra 7.916.639 desligamentos.

A quantidade total de vínculos ativos com carteira assinada ficou em 37.611.260. O salário médio de admissão em junho foi de R$ 696,92.

Emprego formal no Brasil no primeiro semestre de 2020

Contratações 6,71 milhões
Demissões 7,91 milhões
Saldo 1,19 milhão


Somente no mês de junho, as demissões de empregos formais no Brasil chegaram a 906.444, enquanto as admissões registradas foram 895.460. Com isso, o saldo negativo do último mês do semestre ficou em 10.984 vagas.

Mas o número é inferior ao registrado em maio, que teve saldo negativo 350.303. A secretaria de Previdência e Trabalho destacou que em junho o mercado formal de trabalho apresentou melhora em relação ao mês anterior. 

“Junho teve 16% menos desligamentos (166.799) e 24% mais admissões (172.520) do que maio.”

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notícias de empregos

Agropecuária teve saldo positivo, mas comércio e serviços perderam vagas

O setor com o melhor desempenho foi o da agropecuária, com 36.836 novas vagas abertas. Seguido pela construção civil, com 17.270 postos de trabalho. 

Já os setores de comércio e serviços registraram saldos negativos. Foram fechadas 16.646 e 44.891 vagas de emprego, respectivamente.

No comparativo entre as regiões, Centro-Oeste, Norte e Sul tiveram resultados positivos: os saldos são de 10.010, 6.547 e 1.699 vagas abertas, respectivamente. 

Mas a Região Sudeste ficou com os prior números, tendo fechado o mês de junho com menos 28.521 vagas. No Nordeste, o saldo ficou negativo em 1.341.

Entre as unidades da Federação, o melhor resultado foi registrado no Mato Grosso com a abertura de 6.709 vagas de trabalho. O pior resultado foi no Rio de Janeiro que em junho registrou o fechamento de 16.801 vagas.

 

Desemprego na pandemia
Com pandemia, desemprego atinge milhões no Brasil
(Foto: Rovena Rosa/ Agência Brasil)

Pandemia desacelera, mas futuro ainda preocupa

Os números divulgados nesta terça-feira, 28, pelo Caged demonstram que houve um desaceleramento do desemprego no Brasil se comparados aos meses anteriores, em que a pandemia estava no início. 

Por isso há especialistas que acreditam que o pior da pandemia já passou. Mas o futuro ainda é motivo de preocupação. 

Acontece que, segundo informações do portal de notícias G1, integrantes da equipe econômica do Governo preveem um aumento nas demissões quando o programa de suspensão e redução de contratos de trabalho terminar.

Para muitas empresas isso já começa a ocorrer em agosto. Dos 14,81 milhões de contratos assinados com o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm), 6,51 milhões são de suspensão dos contratos.

O benefício faz parte do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, medida de combate ao desemprego durante a pandemia do novo Coronavírus. E permite que empresários suspendam contratos ou reduzam a jornada de trabalho de funcionários em meio à crise.

“É nessa fatia que os técnicos do governo veem aumento de desemprego, porque muitas empresas não terão fôlego para manter o mesmo número de empregados”, analisa a jornalista Ana Flor do G1.

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