A investigação policial antecedeu a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF). O relatório final da Polícia Federal (PF) foi remetido ao Supremo e, do Supremo, encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR).
Você sabe quais os servidores públicos atuam nestes casos? A seguir, quais cargos públicos são necessários para um julgamento deste tipo.
Quem acusa
O chefe do órgão acusador é Paulo Gustavo Gonet Branco, procurador-geral da República. Ele atua perante a Primeira Turma, com sustentação oral e pedido de condenação.
Quando necessário, subprocuradores-gerais da República podem oficiar nas Turmas por designação do procurador-geral; na sessão de terça-feira (2), a fala acusatória foi conduzida pelo próprio titular da PGR.

Saiba quais os cargos públicos envolvidos no julgamento de Bolsonaro
(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Quem julga
O julgamento ocorre na 1ª Turma do STF. O grupo é composto pelos ministros Cristiano Zanin (presidente), Cármen Lúcia, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e Flávio Dino.
O relator é o ministro Alexandre de Moraes. Cabe ao relator conduzir a instrução, apresentar o relatório e proferir o primeiro voto. Depois, votam os demais, encerrando com o presidente da Turma.
Quem investigou
A Polícia Federal presidiu os inquéritos relacionados à tentativa de golpe e remeteu relatórios ao STF. Essa atuação embasa a denúncia atualmente apreciada.
Os delegados, agentes e peritos da PF são os responsáveis por conduzir os inquéritos, coletar provas, ouvir depoimentos, cumprir mandados de busca e apreensão, e realizar perícias. Todo o material probatório é conduzido por esses servidores e, posteriormente, enviado para análise do Ministério Público e, finalmente, do Judiciário.
Outros cargos e servidores que podem estar envolvidos no julgamento
Embora a cena principal esteja no plenário, o julgamento mobiliza uma rede mais ampla de forças e equipes de suporte. Essas estruturas atuam de forma coordenada para garantir segurança, logística e regularidade processual, dentro e fora do prédio do Supremo Tribunal Federal.
- Policiais legislativos da Câmara dos Deputados e do Senado Federal: realizam varreduras preventivas, controlam acessos nas áreas do Congresso e apoiam barreiras no entorno da Praça dos Três Poderes, em integração com outras forças;
- Polícia Militar do Distrito Federal (tropa de choque): posiciona efetivos para controle de distúrbios, estabelece linhas de contenção e executa pronto-emprego em caso de aglomerações ou tentativas de bloqueio de vias;
- Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope): atua como unidade de elite em cenários críticos, podendo reforçar ações de alto risco, escoltas sensíveis e respostas rápidas na área central de Brasília;
- Comando de Operações Táticas (COT) da Polícia Federal: permanece de sobreaviso para intervenções especializadas, incluindo varreduras, proteção a autoridades e ações em ambientes complexos, quando requisitado;
- Polícia Judicial do Supremo Tribunal Federal e de outros tribunais superiores: controla o acesso ao edifício, monitora o fluxo interno e executa procedimentos de segurança institucional durante as sessões;
- Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (com célula de inteligência): coordena a operação integrada de monitoramento, faz análise de risco em tempo real e define protocolos de revista e de circulação.
Além do eixo de segurança, o funcionamento jurisdicional depende de servidores administrativos que mantêm a engrenagem processual ativa.
No Supremo Tribunal Federal, analistas e técnicos judiciários organizam os autos, preparam minutas e votos, publicam despachos e realizam comunicações oficiais. Esses profissionais alimentam o sistema eletrônico, cumprem prazos de juntada e intimação e articulam gabinetes, Ministério Público e advocacias, de modo que a sessão ocorra com documentação completa e fluxos regulares.
Em paralelo, áreas-meio dão sustentabilidade ao dia a dia da Corte. Como:
- Equipes de protocolo e expediente recebem e distribuem peças;
- Tecnologia da informação mantém sistemas, credenciais e transmissões;
- Comunicação e audiovisual viabilizam a cobertura oficial;
- Logística e patrimônio organizam salas, equipamentos e deslocamentos.
Dessa forma, o julgamento avança no colegiado enquanto, nos bastidores, múltiplas carreiras garantem o cumprimento dos ritos legais e a continuidade dos serviços.
Como ingressar nos órgãos
A seguir, veja como se entra nas carreiras mencionadas e quando ocorreram os últimos ou próximos concursos de cada uma delas!
Polícia Federal
O ingresso na Polícia Federal ocorre por concurso PF para os cargos policiais (delegado, agente, escrivão, perito e papiloscopista).
A última seleção para a PF está em andamento e teve edital divulgado em maio de 2025, sob a organização da banca Cebraspe.
O edital trouxe 1.000 vagas distribuídas entre os cinco cargos, todos com a exigência do nível superior.
Os candidatos deste concurso realizaram as provas objetivas e discursivas no dia 27 de julho. A etapa objetiva já teve o resultado final divulgado, enquanto a discursiva será publicado no dia 5 de setembro.
>>> Veja a classificação e notas para agente
>>> Veja a classificação e notas para escrivão
A próxima etapa consistirá no exame de aptidão física que acontecerá nos dias 13 e 14 de setembro.
Ministério Público Federal
No MPF, a porta de entrada é o concurso para Procurador da República, com edital próprio da Procuradoria-Geral da República.
O 31º concurso MPF para procurador da República, publicado em março, ofertou 58 vagas.
A função exige bacharel em Direito e três anos de atividade jurídica exercida após a obtenção do grau de bacharel em Direito. O subsídio inicial é de R$ 39.753,22.
As provas objetivas foram aplicadas em 29 de junho de 2025.
Procuradoria-Geral da República e STF
O Procurador-Geral da República não ingressa por concurso específico. A nomeação é feita pelo Presidente da República, dentre integrantes da carreira.
Não há concurso para ministro do Supremo. A escolha é por indicação do Presidente da República, seguida de sabatina e aprovação pelo Senado.
Além destes, há concurso para a Polícia Militar e Tribunal de Justiça de cada estado e Distrito Federal.
A PM SP, por exemplo, acabou de divulgar seu novo edital para soldado.
