Julgamento de Bolsonaro no STF: quais servidores atuam

Veja quais cargos públicos investigam, acusam e julgam Bolsonaro no STF hoje, da PF ao MPF e à 1ª Turma.

Política e Concursos
Autor:Júlia Sestero
Publicado em:03/09/2025 às 17:21
Atualizado em:03/09/2025 às 17:31

O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou na última terça-feira, 2 de setembro, o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus por tentativa de golpe de Estado, após as eleições de 2022.


O caso tramita na Ação Penal 2668 e iniciou julgamento na Primeira Turma do STF. O relator apresentou o relatório, a acusação falou em seguida e as defesas passaram a sustentar oralmente.


A investigação policial antecedeu a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF). O relatório final da Polícia Federal (PF) foi remetido ao Supremo e, do Supremo, encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR).


Você sabe quais os servidores públicos atuam nestes casos? A seguir, quais cargos públicos são necessários para um julgamento deste tipo.

Quem acusa

O chefe do órgão acusador é Paulo Gustavo Gonet Branco, procurador-geral da República. Ele atua perante a Primeira Turma, com sustentação oral e pedido de condenação. 


Quando necessário, subprocuradores-gerais da República podem oficiar nas Turmas por designação do procurador-geral; na sessão de terça-feira (2), a fala acusatória foi conduzida pelo próprio titular da PGR.

Saiba quais os cargos públicos envolvidos no julgamento de Bolsonaro

(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Quem julga

O julgamento ocorre na 1ª Turma do STF. O grupo é composto pelos ministros Cristiano Zanin (presidente), Cármen Lúcia, Luiz Fux,  Alexandre de Moraes e Flávio Dino. 


O relator é o ministro Alexandre de Moraes. Cabe ao relator conduzir a instrução, apresentar o relatório e proferir o primeiro voto. Depois, votam os demais, encerrando com o presidente da Turma.

Quem investigou

A Polícia Federal presidiu os inquéritos relacionados à tentativa de golpe e remeteu relatórios ao STF. Essa atuação embasa a denúncia atualmente apreciada.


Os delegados, agentes e peritos da PF são os responsáveis por conduzir os inquéritos, coletar provas, ouvir depoimentos, cumprir mandados de busca e apreensão, e realizar perícias. Todo o material probatório é conduzido por esses servidores e, posteriormente, enviado para análise do Ministério Público e, finalmente, do Judiciário.

Outros cargos e servidores que podem estar envolvidos no julgamento

Embora a cena principal esteja no plenário, o julgamento mobiliza uma rede mais ampla de forças e equipes de suporte. Essas estruturas atuam de forma coordenada para garantir segurança, logística e regularidade processual, dentro e fora do prédio do Supremo Tribunal Federal.

  • Policiais legislativos da Câmara dos Deputados e do Senado Federal: realizam varreduras preventivas, controlam acessos nas áreas do Congresso e apoiam barreiras no entorno da Praça dos Três Poderes, em integração com outras forças;
  • Polícia Militar do Distrito Federal (tropa de choque): posiciona efetivos para controle de distúrbios, estabelece linhas de contenção e executa pronto-emprego em caso de aglomerações ou tentativas de bloqueio de vias;
  • Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope): atua como unidade de elite em cenários críticos, podendo reforçar ações de alto risco, escoltas sensíveis e respostas rápidas na área central de Brasília;
  • Comando de Operações Táticas (COT) da Polícia Federal: permanece de sobreaviso para intervenções especializadas, incluindo varreduras, proteção a autoridades e ações em ambientes complexos, quando requisitado;
  • Polícia Judicial do Supremo Tribunal Federal e de outros tribunais superiores: controla o acesso ao edifício, monitora o fluxo interno e executa procedimentos de segurança institucional durante as sessões;
  • Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (com célula de inteligência): coordena a operação integrada de monitoramento, faz análise de risco em tempo real e define protocolos de revista e de circulação.

Além do eixo de segurança, o funcionamento jurisdicional depende de servidores administrativos que mantêm a engrenagem processual ativa.


No Supremo Tribunal Federal, analistas e técnicos judiciários organizam os autos, preparam minutas e votos, publicam despachos e realizam comunicações oficiais. Esses profissionais alimentam o sistema eletrônico, cumprem prazos de juntada e intimação e articulam gabinetes, Ministério Público e advocacias, de modo que a sessão ocorra com documentação completa e fluxos regulares.


Em paralelo, áreas-meio dão sustentabilidade ao dia a dia da Corte. Como:

  • Equipes de protocolo e expediente recebem e distribuem peças;
  • Tecnologia da informação mantém sistemas, credenciais e transmissões;
  • Comunicação e audiovisual viabilizam a cobertura oficial;
  • Logística e patrimônio organizam salas, equipamentos e deslocamentos.

Dessa forma, o julgamento avança no colegiado enquanto, nos bastidores, múltiplas carreiras garantem o cumprimento dos ritos legais e a continuidade dos serviços.

Como ingressar nos órgãos

A seguir, veja como se entra nas carreiras mencionadas e quando ocorreram os últimos ou próximos concursos de cada uma delas!

Polícia Federal

O ingresso na Polícia Federal ocorre por concurso PF para os cargos policiais (delegado, agente, escrivão, perito e papiloscopista). 


A última seleção para a PF está em andamento e teve edital divulgado em maio de 2025, sob a organização da banca Cebraspe.


O edital trouxe 1.000 vagas distribuídas entre os cinco cargos, todos com a exigência do nível superior.


Os candidatos deste concurso realizaram as provas objetivas e discursivas no dia 27 de julho. A etapa objetiva já teve o resultado final divulgado, enquanto a discursiva será publicado no dia 5 de setembro.


>>> Veja a classificação e notas para agente

>>> Veja a classificação e notas para escrivão


A próxima etapa consistirá no exame de aptidão física que acontecerá nos dias 13 e 14 de setembro.

Ministério Público Federal

No MPF, a porta de entrada é o concurso para Procurador da República, com edital próprio da Procuradoria-Geral da República. 


O 31º concurso MPF para procurador da República, publicado em março, ofertou 58 vagas.


A função exige bacharel em Direito e três anos de atividade jurídica exercida após a obtenção do grau de bacharel em Direito. O subsídio inicial é de R$ 39.753,22.

As provas objetivas foram aplicadas em 29 de junho de 2025.

Procuradoria-Geral da República e STF

O Procurador-Geral da República não ingressa por concurso específico. A nomeação é feita pelo Presidente da República, dentre integrantes da carreira.


Não há concurso para ministro do Supremo. A escolha é por indicação do Presidente da República, seguida de sabatina e aprovação pelo Senado.


Além destes, há concurso para a Polícia Militar e Tribunal de Justiça de cada estado e Distrito Federal.


A PM SP, por exemplo, acabou de divulgar seu novo edital para soldado.

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