Como utilizar de forma eficiente os R$600 do auxílio emergencial?

Ricardo Teixeira, professor de Finanças da FGV, deu algumas dicas!

Autor:
Publicado em:30/04/2020 às 13:35
Atualizado em:30/04/2020 às 13:35

Como forma de evitar o aumento do número de infectados e não inflar o sistema de saúde, o isolamento social foi adotado por diversos países do mundo. A medida não cura, mas retarda a contaminação e dá tempo para a busca de tratamentos que sejam eficazes. 

No entanto, a quarentena trouxe luz a um grande problema: a desigualdade. Nem todos conseguem se manter em casa sem trabalhar e, por isso, o Estado precisou intervir e adotar políticas públicas que amparem a parcela menos favorecida da população.

A renda básica ou auxílio emergencial foi uma das medidas para auxiliar os brasileiros que tiveram que interromper seus ofícios por conta da pandemia. FOLHA DIRIGIDA conversou com Ricardo Teixeira, professor de Finanças da FGV, que deu algumas dicas de como usar o dinheiro de forma eficiente.

O valor da ajuda é de R$600 e, se comparado ao valor do salário mínimo, provavelmente, o dinheiro não será suficiente. "Como o próprio nome diz, o auxilio é emergencial. Não tem como objetivo pagar/quitar dívidas", explica o professor.

+ Auxílio emergencial: 13,6 milhões de informais terão que refazer cadastro

Na hora de gastar o dinheiro, é preciso se atentar às necessidades essenciais. Ricardo indica que a pessoa priorize os itens que serão indispensáveis a você e sua família durante do período de isolamento. 

"A prioridade deve ser na aquisição de itens que permitam à família sobreviver. Portanto devem ser priorizados alimentos e remédios (aqueles regularmente consumidos por prescrição), seguidos de produtos de higiene pessoal e de limpeza".

 

No controle de gastos, alimentos e remédios devem ser priorizados
(Foto: Pixabay)

 

O que fazer com as contas?

Para quem usa cartão de crédito, o pagamento da fatura pode liberar o limite para o consumo. "Caso o pagamento seja feito no vencimento e não haja incidência de juros, quitar a fatura e liberar os mesmos R$600 no limite pode ser uma boa ideia", explica o professor.

Porém, "se o pagamento incluir juros, o melhor é procurar outra alternativa para resolver a dívida do cartão e usar o auxilio emergencial para comprar itens de 1ª necessidade", completa. 

Paulo frisa que não se deve ter dependência do cartão de crédito, pois o mesmo precisa ser usado precisa ser usado a seu favor, como um benefício, e não como um "complicador da sua vida financeira.

Se você quer evitar o acúmulo de contas e juros, a dica do professor é: "Negociar, negociar, negociar...". Em relação aos empréstimos, ele explica que um momento como esse não é interessante ter ainda mais dívidas. 

Notícias de empregos

Como reorganizar as dívidas?

A dica do professor é fazer uma projeção de fluxo de caixa, que consiste em anotar quanto e quando vai receber, assim como o que precisa ser pago e os prazos para esse pagamentos. A partir dessas anotações, é possível decidir o que pode ser feito.

Para realizar cortes de gastos, o professor aconselha que as pessoas deixem de comprar todos os produtos e/ou serviços que não são essenciais. Por fim, ele explica como realizar a projeção de gastos:

"Faça uma planilha listando (numa coluna) todos os seus compromissos financeiros (com os vencimentos) e as compras necessárias (com as datas de pagamento/desembolso). Liste também todos os seus recebimentos. Depois, verifique o que você precisa fazer para que os gastos caibam (de preferencia com pelo menos uma pequena folga) nos recursos que você vai receber".