A seguir, apresentamos o perfil da banca e as características elencadas pelo professor Ricardo Baranovsky para orientar a sua preparação.
Perfil da banca FGV para o concurso Alerj
A FGV é conhecida por ser uma das organizadoras mais complexas e desafiadoras em concursos públicos, com forte leitura e aplicação ao caso concreto. Ela privilegia compreensão do texto e argumentação.
“Quando eu falo de FGV, eu tô falando de uma banca que tem notas de corte menores em razão da complexidade com que ela trabalha”, destaca Ricardo Baronovsky.
Em concursos, portanto, o desempenho costuma depender de interpretação do candidato e domínio de tempo.
O professor Ricardo Baronovsky explica que a FGV, via de regra, parte de narrativas que simulam situações reais, para depois exigir a norma aplicável. Desse modo, o candidato precisa encontrar a regra a partir de um caso concreto.
“A Fundação Getúlio Vargas acredita que o estudo e o aprendizado se fazem através do debate de casos concretos. [...] Ela joga um caso e ela exige do candidato, que debata aquele caso para se chegar em proposições”, reforça o professor.
Ou seja, as questões são apresentadas em formato de "cases" (histórias e situações hipotéticas), exigindo que o candidato aplique a legislação ou o conhecimento teórico a um cenário real.
Nesse sentido, ela valoriza a interpretação ao invés da “decoreba”.
“Quem passa na FGV é o candidato que tem uma capacidade mais interpretativa, mais crítica. Ele consegue entender o que o examinador quis dizer e lida melhor com subjetivismo", destaca.
2. Ênfase em interpretação de texto
Como consequência da característica anterior, as questões demandam capacidade interpretativa.
“Você tem que saber interpretar, primeiro, o que realmente a questão quer de você, separar aquilo que não importa, e saber aplicar o direito ou as regras do caso naquela historinha contada pelo examinador”, explica o professor.
Por isso, a banca exige leitura crítica e pouca memorização do candidato.
3. Enunciados longos e prolixos
As questões da FGV são extensas, com a presença de muitos detalhes secundários que não são importantes para a resolução.
Frequentemente, os textos incluem nomes, lugares e eventos irrelevantes, que aumentam o cansaço e consomem minutos importantes para o candidato.
Cabe, portanto, separar o que é relevante do supérfluo, identificando o verbo-núcleo da pergunta.
Baronovsky observa que há “dados que não agregam [....] para te cansar, para exaurir tempo”.
4. Alternativas extensas e explicativas
Diferentemente de outras bancas que oferecem alternativas diretas, a FGV traz opções de respostas mais detalhadas em duas a quatro linhas.
O erro costumam estar na explicação contida na alternativa, e não apenas na afirmação principal, exigindo leitura atenta.
Como pontua Baronovsky, " a alternativa, não é direta ao ponto. Ela é descritiva [...] O problema da FGV está na explicação. Está no detalhamento da alternativa”.
5. Prova longa e gestão do tempo como ponto principal
Diante de enunciados e alternativas extensas, a administração do tempo é um fator importante em provas da FGV.
O professor Baronovsky recomenda grifar palavras-chave, avançar por blocos e deixar itens travados para o fim.
Para treinar a gestão do tempo, resolva simulados e pratique a leitura rápida, bem como a identificação de palavras-chave.
6. Língua Portuguesa como disciplina mais exigente
Para Baronovsky, Língua Portuguesa é a matéria mais exigente da FGV, com a presença de muitos textos.
O professor explica que a banca não foca tanto em gramática, mas sim na interpretação de textos complexos, muitas vezes com vocabulário rebuscado e estilo culto, o que leva a interpretações subjetivas por parte do examinador.
“O problema da FGV em Língua Portuguesa é entender a correta interpretação que o examinador quer daquele determinado texto.”
Em provas para o nível médio, predomina a cobrança de lei seca, muitas vezes reescrita, o que parecem interpretações doutrinárias. Isso exige um entendimento profundo do texto legal.
"O problema é que ele faz um tipo de cobrança de lei seca que parece que é doutrina, mas não é. Ele transcreveu as palavras da lei, nas suas próprias palavras, E parece que o examinador está interpretando a lei", explica o professor.
No nível superior, há uma forte tendência a cobrar doutrina e jurisprudência para interpretar casos concretos.
8. "Disciplinas da morte" e controle de risco
Além de Português, a FGV costuma incluir uma ou duas disciplinas intencionalmente mais difíceis na prova para travar o ritmo, pontua Baronovsky.
Ao se deparar com questões mais complexas, ele recomenda avançar para outro enunciado e retornar a elas somente no final, se houver tempo.
“Se alguma matéria te causar uma má impressão, pula a matéria", explica.
9. Notas de corte menores
Devido à complexidade e exigência das provas, as médias caem e o corte tende a ser mais baixo que em outras bancas.
Portanto, uma taxa de acertos consistente, ainda que longe do gabarito, posiciona bem o candidato.
“Porque a prova é mais difícil, mais longa, mais cansativa", resume o professor.
10. Repetição de temas e previsibilidade relativa
Apesar de ser exigente, a FGV é a banca que mais repete assuntos e estrutura, o que torna provas anteriores uma base importante para o estudo.
Nesse cenário, o candidato pode observar recorrências por disciplina e treinar sob cronometragem.
“A FGV tem um alto grau de previsibilidade em temas", afirma Baronovsky.
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FGV é a banca do novo concurso Alerj; confira perfil da organizadora
(Foto: Thiago Lontra/Divulgação Alerj)
Como estudar para a FGV
Diante das características, a FGV exige um estudo específico e atento.
A recomendação é resolver provas anteriores da banca para aprimorar a capacidade de interpretação textual, desenvolver técnicas de gerenciamento de tempo e identificar os temas recorrentes em cada matéria.
Seguindo essas dicas, é possível transformar uma banca temida em uma oportunidade para aqueles que se preparam de forma direcionada.
Concurso Alerj terá 104 vagas
A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro irá ofertar 104 vagas em seu novo concurso Alerj, distribuídas da seguinte forma:
- procurador legislativo: três vagas
- especialista legislativo de nível médio: 20 vagas; e
- especialista de nível superior: 86 vagas para várias especialidades.
As vagas de nível superior devem contemplar as áreas de: Assistência Social, Enfermagem, Medicina, Auditoria, Relações Públicas, Comunicação Social, Direito, Recursos Humanos, Administração e Informática.
As remunerações já foram divulgadas, sendo R$46.306,19 para procurador legislativo, R$10.369,60 para especialista de nível médio e R$12.591,66 para especialista de nível superior.
Ainda segundo a Casa Legislativa, todas as leis de reserva de vagas para pessoas com deficiência, pessoas negras e indígenas e hipossuficiência econômica serão respeitadas.
Edital do concurso Alerj está previsto para setembro
O edital da Alerj deve sair anda em setembro, com provas em janeiro de 2026, segundo revelou o presidente da Casa, Rodrigo Bacellar, em discurso na terça-feira, 16.
Na ocasião, ele confirmou a contratação da FGV como organizadora e antecipou os prazos oficiais.
Com a etapa burocrática concluída, que é a assinatura do contrato, não há obstáculos para cumprir o calendário.
Nos próximos dias, a comissão do concurso e a FGV devem fechar o cronograma e os ajustes finais, com a expectativa de publicar o edital ainda neste mês.
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Último concurso Alerj ocorreu há quase dez anos
A última seleção para a Alerj foi realizado em 2016 e ofertou 44 vagas imediatas para carreiras de nível superior.
O cargo de especialista legislativo foi destaque no número de vagas, contemplando formações em:
- Arquitetura;
- Ciências Contábeis;
- Engenharia Civil;
- Engenharia Elétrica;
- Engenharia Mecânica;
- Informática; e
- graduação em qualquer área.
A remuneração inicial, na época, era de R$ 6.972,84.
As demais quatro oportunidades foram destinadas ao cargo de procurador, que contou com salário inicial de R$ 33.762,00. Para se inscrever, era exigido diploma em Direito, registro na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e, no mínimo, três anos de atividade jurídica comprovada.
O concurso registrou mais de 22 mil inscritos. A homologação ocorreu em julho de 2017 para procurador e em agosto do mesmo ano para especialista legislativo.
Posteriormente, em agosto de 2019, o prazo de validade foi prorrogado até 2021. Desde então, a Alerj não conta com concurso em vigência para provimento de novos servidores efetivos.
Veja como foram as últimas provas do concurso Alerj
Todos os candidatos foram avaliados por meio de prova objetivas, com exceção do cargo especialista legislativo - Registro de Debates que contou com uma prova prática.
Para especialista legislativo, a objetiva foi composta por 70 questões, distribuídas em dois blocos:
Conhecimentos Básicos (40 questões)
- Língua Portuguesa: 24 questões
- Noções de Direito Público: 8 questões
- Regimento Interno do Poder Legislativo: 8 questões
Conhecimentos Específicos (30 questões)
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Já para o cargo de procurador, a avaliação consistiu em uma prova objetiva com 120 questões, abrangendo conteúdos de Língua Portuguesa, Regimento Interno do Poder Legislativo e diferentes ramos do Direito.
