O novo concurso Bacen não será suficiente para sanar o déficit do quadro de pessoal do Banco Central. Diante disso, a instituição já afima que vai dialogar para, a médio prazo, buscar soluções junto ao Governo Federal.
As declarações foram dadas nesta segunda-feira, 24, pelo diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do Banco Central (BC), Mauricio Moura, durante a live semanal da instituição.
Segundo o diretor, desde o último concurso, o BC já perdeu mais de 800 funcionários, no entanto, o aval concedido para o concurso visa ao preenchimento de apenas 100 postos de analista.
"Houve uma autorização pequena, emergencial. Essa autorização não é permanente. Desde o último concurso a gente já perdeu 800 pessoas. Não é uma solução de longo prazo. Vamos seguir dialogando com o Ministério da Gestão, que tem uma mesa setorial com o BC, para avançar em uma solução de médio prazo", disse.
Conforme dados do próprio BC, por lei, a carreira de analista possui 5.309 postos, mas conta com apenas 2.771 ocupados, totalizando assim 2.538 vacâncias.
Além disso, as demais carreiras, que não receberam sequer o aval, alcançam 143 (procurador) e 439 (técnico) postos vagos, deixando a carência no BC em um total de 3.120 cargos.
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Bacen tem autorização para novo concurso de analistas
(Foto: Ramiro Lucena/Folha Dirigida por Qconcursos)
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Apesar de reconhecer que a recomposição de pessoal é fundamental, o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) afirmou que a autorização do novo concurso Bacen foi um "erro" do Governo Federal.
Isso porque, segundo o sindicato, é preciso concluir a reestruturação da carreira antes da abertura do concurso público.
As principais propostas na reestruturação de carreira dos servidores do Banco Central incluem:
Antes mesmo da autorização do concurso, cuja publicação ocorreu nesta quarta-feira, 19, o sindicato já organizava uma série de ações para cobrar a reestruturação da carreira.
Uma das ações previstas eram os atrasos e interrupções em diversos serviços do Banco Central. Com o anúncio do concurso, as ações foram intensificadas.
O presidente do Sinal, Fábio Faiad, declarou que há indisposição do governo em avançar na reestruturação.
"A intensificação das ações de enfrentamento se dá também em face do equívoco do governo em anunciar a realização de novo concurso para o BC antes de promover as mudanças necessárias na estrutura da carreira. A reposição da força de trabalho é imprescindível à Autarquia, haja vista a grande defasagem de quadros, todavia é necessário, neste primeiro momento, ‘organizar a casa", disse o sindicato, em nota.
A autorização para um novo concurso do Banco Central foi publicada no último dia 19, no Diário Oficial da União. O aval foi para preenchimento de 100 vagas para o cargo de analista, de nível superior em qualquer área.
Os salários, depois da aprovação no concurso Bacen, serão superiores a R$21 mil.
De acordo com a portaria que autoriza o concurso, assinada pela ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, o edital deve ser publicado em até 180 dias, ou seja, até 15 de janeiro de 2024.
No entanto, em resposta exclusiva à Folha Dirigida por Qconcursos, em Brasília, a ministra Esther informou que a intenção é ter o edital ainda este ano.
Já as nomeações dos aprovados ocorrerão em 2024. O prazo entre a publicação do edital e aplicação das provas será de dois meses.
O Banco Central também tinha solicitado ao Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), responsável por analisar e autorizar concursos federais, vagas para os cargos de técnico (nível médio) e procurador (nível superior em Direito).
O MGI, por sua vez, priorizou apenas o preenchimento de vagas para a carreira de analista.
Além do Bacen, foram autorizados concursos com milhares de vagas para diferentes órgãos e ministérios. Veja a lista completa aqui!
O último concurso Bacen foi realizado em 2013. Na época, a oferta era de 500 vagas para técnicos e analistas.
O Cebraspe foi o organizador da seleção. Os candidatos foram avaliados por prova objetiva sobre Conhecimentos Básicos e Específicos e avaliação de títulos.
Os aprovados também passaram por um programa de capacitação. As provas foram aplicadas nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Belém, Fortaleza, Recife e Salvador.
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