Concurso Comlurb: presidente quer novo edital para garis

Em entrevista à Folha Dirigida, presidente da Comlurb fala sobre as perspectivas para novos concursos de gari. Confira!

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Publicado em:12/08/2021 às 14:25
Atualizado em:12/08/2021 às 14:25

A realização de novo concurso Comlurb para gari está nos planos do atual presidente da Companhia de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro, Flávio Lopes. Cauteloso, ele não revelou quando a seleção poderá ser aberta, já que depende de condições financeiras do município.

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“Se tudo der certo, a gente pretende aumentar o quadro da Companhia. Ainda não é uma realidade, a gente não pode afirmar que isso vai acontecer, mas esse é um desejo. Queremos começar a olhar para frente. Se o orçamento do ano que vem couber, a gente começa a reestabelecer esse quadro na empresa”, afirmou.

Em entrevista à Folha Dirigida, ele destacou que a empresa já fez um levantamento sobre as necessidades de ampliação e reposição de pessoal. De acordo com Lopes, o quadro de garis está envelhecido e existe um grande contingente apto a se aposentar.

“Não é um número absurdo afirmar que 30% do quadro já está em condições de se aposentar. É um número bem razoável”, disse o presidente da Comlurb.

O efetivo atual da Companhia é de 14 mil garis. Flávio Lopes solicitará ao prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, a autorização de novo concurso para garis.

Presidente da Comlurb posa para foto
Concurso Comlurb para garis está na agenda do presidente Flávio
Lopes (Foto: Divulgação/Comlurb)

Isso será feito caso no próximo relatório sobre as finanças da prefeitura, que é elaborado pelo Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro (TCM-Rio), o município já esteja fora dos limites de gastos de pessoal, impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

“Se as finanças estiverem enquadradas, se o limite previdenciário permitir e a gente entender a demanda que a cidade vai ter ao voltar da pandemia, aí vamos conversar sobre esse assunto, sim”, informou.

Flávio Lopes assumiu a presidência da Comlurb em janeiro de 2021. Ele tem experiência de mais de 20 anos em posição de liderança em empresas como AmBev, Contax, Coca-Cola, entre outras. 

Concurso será realizado nesta gestão, diz presidente

Segundo o presidente já está em análise a demanda de serviços para 2022. “Estamos conversando sobre a demanda de serviços para o ano que vem, se vai passar ou não pelo aumento de quadro. Então a gente está começando a fazer essas contas”.

Questionado se o novo concurso seria aberto na gestão do prefeito Eduardo Paes, até 2024, o presidente da Comlurb afirmou: “não tenho dúvida. Não tenho certeza se é no ano que vem, mas nessa gestão não tenho dúvida que faremos o concurso”.

Em entrevista à Folha Dirigida durante as eleições de 2020, Paes reconheceu a necessidade de novos garis. De acordo com ele, um concurso poderá ser aberto mediante as condições orçamentárias da cidade.

"Então a reposição de garis, de professores, de médicos, é uma necessidade permanente do município e é isso que vai acontecer no meu governo", disse.

Para ser um gari da Comlurb é necessário ter concluído o ensino fundamental até o 5º ano (antiga 4ª série primária). A remuneração inicial é de R$2,7 mil. O concurso é constituído por provas objetivas e teste de aptidão física (TAF).

A última seleção para gari foi realizada em 2014, na gestão de Paes.

Novo concurso Comlurb pode ter mil vagas para gari

Durante a entrevista, o atual presidente da Comlurb estimou que o novo concurso pode trazer cerca de mil vagas, assim como estava programado na gestão anterior. Mas, a oferta deverá ser estabelecida de acordo com as novas necessidades da cidade no pós-pandemia.

“Então a gente está começando a fazer essas contas. Pode ser que a gente não precise de tanta gente para varrição. Pode ser que eu preciso de mais gente para coleta, porque o número de pessoas trabalhando em home office está maior do que a gente tinha”, explicou.

Lopes ainda ressaltou que o quantitativo poderá ser até superior que mil vagas, caso a empresa possa expandir seu campo de atuação.

“A gente tem uma ideia de que a Comlurb possa começar a pegar operações ou prestar serviço em coisas que ela não faz hoje em dia. Por exemplo: limpeza de hospitais. Porque não posso vender serviços para hospitais não só no município, mas também para o Estado? A gente faz limpeza de escola”, questionou.

Ele complementou: “Por que não posso vender serviços de limpeza para o Fundão (UFRJ)? Por que eu não posso vender serviço de roçada de grama para o Galeão (aeroporto)? Então, a gente está começando a avaliar se faz sentido como empresa a gente prestar esse serviço ou não”.

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E os concursos Comlurb para área administrativa?

Há mais de uma década, a Comlurb não realiza concursos para área administrativa. Questionado se um novo edital poderia ser publicado durante sua gestão, Flávio Lopes disse que sim. Mas, a prioridade é para os garis.

“Eu vou lhe dizer que a necessidade existe. É óbvio que existe. Há mais de uma década a gente não faz concurso para técnico contábil, técnico de segurança, entre outros cargos. Se a gente ganhar esses projetos, a prioridade é fazer concurso para operação (gari). O concurso para administrativo viria a reboque, mas ele é marginal em quantidade de vagas perto do outro”.

Para todos aqueles que desejam ingressar na Comlurb, Lopes garantiu que é uma ótima companhia para se trabalhar.

“É uma empresa onde a turma é feliz trabalhando. Você tem problemas dentro da companhia, mas de forma geral, as pessoas gostam de trabalhar aqui, têm orgulho de vestir a farda laranja”.

Ele finalizou: “Não deixem de estudar, até porque a competição para entrar é grande. Sigam estudando, se preparando, cuidem da saúde, do físico, por que a concorrência é grande”.

Veja a entrevista com o presidente da Comlurb na íntegra

Há o interesse de aumentar o quadro de garis e abrir concurso para Comlurb?

Flávio Lopes - Se tudo der certo, a gente pretende aumentar o quadro da Companhia. Ainda não é uma realidade, a gente não pode afirmar que isso vai acontecer, mas esse é um desejo. Queremos começar a olhar para frente. Se o orçamento do ano que vem couber, a gente começa a reestabelecer esse quadro na empresa.

Porque a gente vem diminuindo bastante ao longo do tempo, muita gente deixou a Companhia e muita gente morre também. A Comlurb possui um quadro um pouco mais envelhecido, então a gente precisa oxigenar um pouco o restante da empresa.

Na gestão passada, ex-presidentes da Comlurb afirmaram que entre 20% a 30% do quadro de pessoal está em condições de se aposentar. Isso daria, mais ou menos, entre 3.500 a 4.200 garis. É por aí?

Flávio Lopes - É por aí. O número não é tão simples de fazer porque a gente não sabe o tempo de contribuição do funcionário. Sabemos só o tempo que ele tem pela nossa empresa. Ele pode ter tido um emprego antes, aliás a grande maioria teve empregos antes, mas a gente não sabe se ele já está aposentado.

Mas, via de regra, se a gente fizer uma conta, não é um número absurdo afirmar que 30% do quadro já está em condições de se aposentar. É um número bem razoável.

E essas aposentadorias já estão acontecendo. Por exemplo, nos últimos anos, houve uma perda significativa de funcionários?

Flávio Lopes - Por aposentadoria, não. Existem algumas, mas foram poucas. Ocorrem mais óbito, pessoas que acabam deixando a cidade, que vão morar no interior e que vão morar em outro estado. Há também quem peça licença não-remunerada para fazer um curso qualquer para sair do país, mas é pontual, não é um volume significativo.   

Há então um interesse do senhor em fazer um concurso público para gari, em 2021, dependendo, obviamente, da questão orçamentária?

Flávio Lopes - Não vou dizer que é um desejo. É uma necessidade de ajuste da nossa companhia à prestação de serviços, que a cidade necessita. E esse ajuste pode passar por aumento de quadro. Não consigo ter certeza se isso vai acontecer, nem se a gente vai conseguir fazer, mas hoje a mensuração do que a gente precisa também não é simples, porque a gente vem de um ambiente pandêmico, onde o nível de demanda na cidade diminuiu bastante.

Então, a mensuração do que a gente precisa para entregar para o ano que vem ainda está no meio do caminho. Por exemplo, os eventos de Carnaval e Réveillon foram extremamente aquém do que a cidade normalmente tem. Então, a gente não consegue mensurar o que a gente vai precisar.

Mas para realizar um concurso em 2021 é necessário que o pedido ao prefeito Eduardo Paes seja feito logo, porque o orçamento do município para 2022 deverá ir para a Câmara em setembro ou outubro, correto?

Flávio Lopes - Deve ser em outubro. A gente começou a fazer o orçamento agora, a gente está exatamente na fase de levantar as demandas. Por sinal, eu estava estava conversando na última segunda, dia 9, com a Aline Barros, que é a diretora de RH, e o Luiz Guilherme, que é diretor de operações, justamente sobre a demanda de serviços para o ano que vem, se vai passar ou não pelo aumento de quadro. Então a gente está começando a fazer essas contas.

O prefeito Eduardo Paes, durante sua campanha eleitoral, disse que o concurso para gari da Comlurb seria uma das suas prioridades, tão logo ele conseguisse sanar as finanças da prefeitura e o município saísse do limite de gasto de pessoal imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). E, ao que parece, o próximo relatório financeiro do Tribunal de Contas do Município deverá mostrar que o Rio consegui, finalmente, superar esse problema.

Flávio Lopes - Por mais que exista a demanda (de pessoal), se a gente não conseguir ajustar as contas da prefeitura e reestabelecer esse limite previdenciário, não podemos contratar. Então, a gente vai ter que acabar se virando. Mas depende muito do que vai sair de resultado agora nesse último quadrimestre, que deverá ser divulgado em setembro. 

Se as finanças da prefeitura estiverem finalmente ajustadas, o senhor fará o pedido ao prefeito Eduardo Paes?

Flávio Lopes - Sim, claro. Se as finanças estiverem enquadradas, se o limite previdenciário permitir e a gente entender a demanda que a cidade vai ter ao voltar da pandemia, aí vamos conversar sobre esse assunto, sim. Por que que eu digo que é uma dúvida?

Porque essa cidade que vai sair pós-pandemia não é exatamente a cidade que entrou na pandemia. Então, a gente vê o centro da cidade e percebe que está muito diferente. A cidade vai se comportar diferente. Então, a gente tem que entender qual a cidade que vamos ter nesse pós-pandemia.

No ano passado, quando o concurso foi anunciado, falou-se em cerca de mil vagas, para suprir a atual carência e realizar futuras reposições em função de aposentadorias. Esse é o quantitativo que o senhor pretende oferecer no próximo concurso?

Flávio Lopes - Se a companhia não inventar nada novo e a cidade sair da pandemia com a necessidade que ela tinha quando entrou, o número pode ser por aí. Agora, o número de variáveis é muito grande. A gente está apresentando uma série de projetos diferentes para o prefeito, que não existia na companhia e que podem demandar gente.

Então, se isso tudo for aceito, a gente terá que aumentar o número. Dependendo de como a cidade se caracterizar depois dessa pandemia, a necessidade pode ser outra. Pode ser que a gente não precise de tanta gente para varrição. Pode ser que eu preciso de mais gente para coleta, porque o número de pessoas trabalhando em home office está maior do que a gente tinha. Então, esse estudo é um número.

Eu não sei em que momento posso te falar, mas é número coerente para uma realidade que a gente tinha. Mas a gente está justamente estudando esse número. Eu diria que existe a chance dele ser tanto maior quanto menor. Hoje não dá para cravar o número.  

Mas mil vagas é um quantitativo razoável?

Flávio Lopes - Eu diria que até mais. Se tudo acontecer como a gente quer, seriam mais vagas.

E quais são esses projetos que podem fazer com que aumente a necessidade do quadro de pessoal?

Flávio Lopes - A gente tem uma ideia de que a Comlurb possa começar a pegar operações ou prestar serviço em coisas que ela não faz hoje em dia. Por exemplo: limpeza de hospitais. Por que não posso vender serviços para hospitais não só no município, mas também para o Estado? A gente faz limpeza de escola.

Por que que eu faço limpeza da escola só do município e eu não posso vender esse serviço para escolas do Estado? Por que não posso vender serviços de limpeza para o Fundão (UFRJ)? Por que eu não posso vender serviço de roçada de grama para o Galeão (aeroporto)?

Então, a gente está começando a avaliar se faz sentido como empresa a gente prestar esse serviço ou não. Mas ressalto que são projetos que estão sendo estudados, para ver se tem viabilidade, se a gente pode fazer, se faz sentido ou não apresentar ao prefeito. Para fazer tudo isso, se a gente achar que faz sentido, se isso se encaixar na nossa missão, se tiver sentido para a cidade que a empresa ganhe esse corpo, aí a gente vai precisar de mais gente.

O novo plano de cargos e salários dos garis já foi implementado?

Flávio Lopes - Ele foi aprovado na Câmara e agora foi para o acordo sindical. O plano está quase 100% aprovado, mas faltam uns 20% para ser implantado. Grande parte já foi.

Quais benefícios esse novo plano trouxe para os garis?

Flávio Lopes - Ele traz alguns benefícios. Hoje em dia, os garis da nossa empresa não estão sentindo porque toda movimentação de quadro está congelada por decreto federal. Esse plano de cargo traz algumas progressões previstas por tempo de serviço, e daí em diante. Mas nada pode ser mudado nesse momento até dezembro do ano que vem. Então, isso está um pouquinho congelado, mas o plano estabelece adicional por tempo de serviço e progressão técnica dentro da sua própria carreira.

Há mais de uma década não é aberto concurso para a área Administrativa da Comlurb. Existe previsão também de concurso?

Flávio Lopes - Eu vou lhe dizer que a necessidade existe. É óbvio que existe. Há mais de uma década a gente não faz concurso para técnico contábil, técnico de segurança, entre outros cargos. Se a gente ganhar esses projetos, a prioridade é fazer concurso para operação (gari). O concurso para administrativo viria a reboque, mas ele é marginal em quantidade de vagas perto do outro.

Qual a mensagem pode deixar às pessoas que estão há mais de dois, três anos esperando esse tão aguardado concurso para gari? Ele vai sair nessa gestão Eduardo Paes?

Flávio Lopes - Nessa gestão, não tenho dúvida. Não tenho certeza se é no ano que vem, mas nessa gestão não tenho dúvida que faremos o concurso. O que eu posso dizer, já que eu estou aqui dentro, é que a Comlurb é uma empresa fantástica, muito bacana para se trabalhar. É uma empresa onde a turma é feliz trabalhando.

Você tem problemas dentro da companhia, mas de forma geral, as pessoas gostam de trabalhar aqui, têm orgulho de vestir a farda laranja. É uma atividade comparada à de um bombeiro, médico ou professor. Não deixem de estudar, até porque a competição para entrar é grande. Sigam estudando, se preparando, cuidem da saúde, do físico, por que a concorrência é grande.