Concurso Comlurb: em greve, garis cobram reajuste salarial

Garis da Comlurb entram em greve para reajuste nos salários, vale-alimentação e melhores condições de trabalho. Veja todos os detalhes!

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Publicado em:29/03/2022 às 10:55
Atualizado em:29/03/2022 às 10:55

À espera de novos concursos Comlurb, os garis da Companhia de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro iniciaram uma greve na segunda-feira, 28. As reivindicações são para:

  • Melhores condições de trabalho;
  • Reajuste de 25% nos salários;
  • Reajuste de 25% no vale-alimentação;
  • Conclusão do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS); 
  • Implantação do Adicional de Insalubridade para os agentes de preparo de alimentos (APAs). 

A greve é organizada pelo Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação do Município do Rio (SIEMACO-Rio), que representa os trabalhadores da Comlurb.

Somente um contingente mínimo continua trabalhando, tendo em vista que a coleta de lixo é um serviço essencial para a cidade.

Em nota, o Sindicato destaca que os garis trabalharam durante toda a pandemia e que estão há três anos sem qualquer reajuste salarial. A categoria reivindica que seja feita a reposição da inflação desse período. 

A Comlurb e a Prefeitura do Rio de Janeiro, por sua vez, propuseram 5% de reajuste, em audiência virtual realizada na segunda-feira, pela Câmara de Dissídios Coletivos da Justiça do Trabalho.

“Diante de uma inflação de mais de 19% em três anos, oferecem míseros 5% de reajuste. Depois do que fizemos na pandemia, isso chega às raias do deboche, do desrespeito e da indignidade”, consta em nota. 

O Sindicato completa: “sabemos da nossa importância para a cidade. E sabemos que merecemos respeito. Nossa greve mantém funcionando a coleta em hospitais, escolas e feiras livres. Mas nas ruas o lixo da intransigência e do desrespeito ficará exposto para que a população questione a falta de diálogo de seus gestores”. 

Garis da Comlurb realizam a coleta de lixo na cidade
Em greve, garis da Comlurb pedem reajuste salarial e de benefícios
(Foto: Divulgação)

Na próxima quinta-feira, 31, às 11h, está marcada uma nova audiência com o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para solucionar as questões. 

Garis da Comlurb têm salários iniciais de R$2,7 mil

A remuneração inicial dos garis é de R$2,7 mil. O cargo tem como requisitos o ensino fundamental completo até o 5º ano (antiga 4ª série primária). O ingresso de novos garis acontece por meio de aprovação em concurso público. 

O último concurso Comlurb foi realizado em 2014. O atual presidente da Companhia de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro, Flávio Lopes, informou que um novo edital está nos planos da gestão

“Se tudo der certo, a gente pretende aumentar o quadro da Companhia. Ainda não é uma realidade, a gente não pode afirmar que isso vai acontecer, mas esse é um desejo. Queremos começar a olhar para frente. Se o orçamento couber, a gente começa a reestabelecer esse quadro na empresa”, afirmou o presidente, em entrevista à Folha Dirigida em 2021.

De acordo com Lopes, o quadro de garis está envelhecido e existe um grande contingente apto a se aposentar. “Não é um número absurdo afirmar que 30% do quadro já está em condições de se aposentar. É um número bem razoável”, disse o presidente da Comlurb.

O efetivo atual da Companhia é de 14 mil garis. Flávio Lopes informou que irá solicitar ao prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, a autorização de novo concurso para garis.

“Se as finanças estiverem enquadradas, se o limite previdenciário permitir e a gente entender a demanda que a cidade vai ter ao voltar da pandemia, aí vamos conversar sobre esse assunto, sim”, informou.

O concurso Comlurb para garis é constituído por provas objetivas e teste de aptidão física (TAF).

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Concurso Comlurb pode ter oferta de mil vagas

Durante a entrevista, o presidente disse que o novo concurso Comlurb pode trazer cerca de mil vagas, como estava programado na gestão anterior. Porém, a oferta deverá ser estabelecida de acordo com as novas necessidades da cidade no pós-pandemia.

“Então a gente está começando a fazer essas contas. Pode ser que a gente não precise de tanta gente para varrição. Pode ser que eu preciso de mais gente para coleta, porque o número de pessoas trabalhando em home office está maior do que a gente tinha”, explicou.

Flávio Lopes também ressaltou que o quantitativo poderá ser até superior que mil vagas, caso a empresa possa expandir seu campo de atuação.

“A gente tem uma ideia de que a Comlurb possa começar a pegar operações ou prestar serviço em coisas que ela não faz hoje em dia. Por exemplo: limpeza de hospitais. Porque não posso vender serviços para hospitais não só no município, mas também para o Estado? A gente faz limpeza de escola”, questionou.

Ele complementou: “Por que não posso vender serviços de limpeza para o Fundão (UFRJ)? Por que eu não posso vender serviço de roçada de grama para o Galeão (aeroporto)? Então, a gente está começando a avaliar se faz sentido como empresa a gente prestar esse serviço ou não”.