Comlurb define gerência para concurso, mas segue sem previsão

Decreto define a Gerência de Captação e Avaliação como a responsável por preparar os novos concursos Comlurb, ainda sem previsão. Veja!

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Publicado em:27/02/2023 às 16:33
Atualizado em:31/07/2023 às 04:30

O Decreto 52.024/2023, que dispõe sobre a estrutura organizacional da Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro), foi publicado nesta segunda-feira, 27. O texto define a Gerência de Captação e Avaliação como a responsável por preparar os novos concursos públicos. 

Entre as atribuições da Gerência estão: 

  • Prever e planejar o provimento de pessoas para atender às necessidades da Companhia, definindo planos de recrutamento e seleção, recursos e cronograma de execução;
  • Definir o perfil funcional de cargos/funções atuais e futuros;
  • Preparar, aprovar e publicar editais de concurso, observando a legislação e regulamentação em vigor;
  • Contratar pessoas mediante os critérios, normas, regulamentos, legislação vigente, procedendo aos devidos registros e promovendo as assinaturas de termos, contratos e convênios;
  • Acompanhar o desempenho funcional do empregado, em situações específicas e especiais;
  • Administrar a avaliação de desempenho individual.

O Decreto na íntegra está publicado na edição do Diário Oficial do Município desta segunda, 27 de fevereiro. 

Folha Dirigida entrou em contato com a Assessoria de Imprensa da Comlurb para verificar se os preparativos para o próximo concurso já foram iniciados. O setor informou que: "a Comlurb ainda não tem uma previsão de concurso".

Garis da Comlurb durante coleta de lixo no caminhão
Comlurb não realiza concursos para garis desde 2014 (Foto: William Werneck/Prefeitura do Rio)

Diversas áreas da Prefeitura do Rio de Janeiro, como Secretaria de Fazenda, Secretaria de Educação e Guarda Municipal, já realizam trâmites para concursos públicos. A Comlurb, por sua vez, não foi incluída inicialmente. 

Um novo concurso Comlurb para garis está previsto desde 2017, mas ainda não foi realizado. 

Presidente da Comlurb reconhece déficit de garis

A Comlurb apresenta um quadro com 14 mil garis. Segundo o atual presidente da companhia, Flávio Lopes, o efetivo está envelhecido e existe um grande contingente apto a se aposentar.

“Não é um número absurdo afirmar que 30% do quadro já está em condições de se aposentar. É um número bem razoável”, disse, em entrevista em 2021.

A partir disso, fica cada vez mais latente a necessidade de concurso para a recomposição dos quadros. O último edital para ingresso de garis foi divulgado em 2014. 

Durante o período eleitoral, o então candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, mencionou que a reposição de garis e outros servidores públicos seria tratada durante seu governo. 

Para ser um gari da Comlurb é necessário ter concluído o ensino fundamental até o 5º ano (antiga 4ª série primária). A remuneração inicial é de R$2,7 mil. O concurso é constituído por provas objetivas e teste de aptidão física (TAF).

Concurso Comlurb pode ter oferta de mil vagas

Em entrevista concedida à Folha Dirigida em 2021, o presidente Flávio Lopes informou que o novo concurso Comlurb pode trazer cerca de mil vagas, como estava programado na gestão anterior. No entanto, a oferta deverá ser estabelecida de acordo com as novas necessidades da cidade no pós-pandemia.

“Então a gente está começando a fazer essas contas. Pode ser que a gente não precise de tanta gente para varrição. Pode ser que eu precise de mais gente para coleta, porque o número de pessoas trabalhando em home office está maior do que a gente tinha”, explicou.

Lopes também ressaltou que o quantitativo poderá ser até superior que mil vagas, caso a empresa possa expandir seu campo de atuação.

“A gente tem uma ideia de que a Comlurb possa começar a pegar operações ou prestar serviço em coisas que ela não faz hoje em dia. Por exemplo: limpeza de hospitais. Porque não posso vender serviços para hospitais não só no município, mas também para o Estado? A gente faz limpeza de escola”, questionou.

Ele complementou: “Por que não posso vender serviços de limpeza para o Fundão (UFRJ)? Por que eu não posso vender serviço de roçada de grama para o Galeão (aeroporto)? Então, a gente está começando a avaliar se faz sentido como empresa a gente prestar esse serviço ou não”.