Concurso Diplomata 2020: Itamaraty confirma pretensão de novo edital

Em resposta à FOLHA DIRIGIDA, o Ministério das Relações Exteriores disse que tendenciona a realizar o novo concurso Diplomata em 2020

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Publicado em:16/01/2020 às 09:40
Atualizado em:16/01/2020 às 09:40

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) confirmou, em nota à FOLHA DIRIGIDA, a pretensão de abrir um novo concurso Diplomata em 2020. Questionada sobre um prazo para o edital, a pasta disse que as medidas necessárias para publicação serão realizadas no momento adequado.

O posicionamento do Itamaraty ocorreu após o presidente Jair Bolsonaro garantir a abertura do concurso para diplomacia em 2020 e nos demais anos do seu governo. De acordo com ele, serão mantidos os concursos anuais para ingresso no Instituto Rio Branco (IRB).

A decisão foi anunciada por Bolsonaro, em maio de 2019, durante a cerimônia de formatura de novos diplomatas. E só ocorreu após crivo dos ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

“O nosso ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, em contato com o nosso ministro da Economia, Paulo Guedes, informou que manterá o concurso dos senhores no corrente e nos demais anos. É um reconhecimento do trabalho de todos os senhores e senhores”, declarou Bolsonaro, aos aplausos da plateia.  

Desde 1996, os concursos para carreira diplomática são realizados uma vez por ano, conforme informações do Instituto Rio Branco.

Novo concurso Diplomata deve ser aberto pelo Itamaraty em 2020
(Foto: Bruna Somma)

 

Para ser um diplomata é preciso ter nível superior completo em qualquer área. A remuneração inicial é R$19.657,06, incluindo R$19.199,06 de vencimento básico mais R$458 de auxílio-alimentação. 

No novo decreto do governo federal com regras para autorização de concursos federais, publicado no ano passado, os concursos para Diplomata são exceções. Diferente dos demais órgãos, o Itamaraty não precisa solicitar aval do Ministério da Economia para publicar editais.

O que é mais um ponto favorável à abertura da nova seleção para diplomacia. O mesmo acontece com a Advocacia-Geral da União (AGU), que está apta a prover cargos de procurador, sem requerimento à Economia.

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Concurso Diplomata é composto por três etapas

É comum que, no decorrer dos anos, os concursos Diplomata apresentem a mesma estrutura de provas com até três etapas. No último edital para carreira, divulgado em 2019, a oferta foi de 20 vagas.

Instituto Americano de Desenvolvimento (Iades) foi o responsável por organizar as provas, ao contrário dos anos anteriores, em que o Cebraspe (antigo Cespe/UnB) ficou à frente da seleção. O concurso Diplomata foi composto por três fases. Veja os detalhes a seguir:

Prova objetiva 

A primeira etapa do último concurso foi uma prova objetiva, de caráter eliminatório e classificatório, aplicada em todas as capitais do país. Ao todo, os participantes tiveram que responder a 73 questões, distribuídas da seguinte maneira:

  • Língua Portuguesa - 10 questões;
  • Língua Inglesa - 9 questões;
  • História do Brasil - 11 questões;
  • História Mundial - 11 questões;
  • Política Internacional - 12 questões;
  • Geografia - 6 questões;
  • Economia - 8 questões;
  • Direto e Direito Internacional Público - 6 questões.

Foi aprovado para próxima fase o candidato que obteve nota final na prova objetiva superior a 32,85 pontos. 

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Provas escritas Português e Inglês

Os melhores classificados na objetiva foram para a segunda etapa do concurso Diplomata: as provas escritas, também de caráter eliminatório e classificatório.

O primeiro exame exigiu uma redação de tema geral e dois exercícios de interpretação, análise ou comentário de texto. 

Os concorrentes ainda responderam a uma prova escrita de Língua Inglesa. Nesse caso, foram cobrados: redação sobre tema geral, tradução do texto do Inglês para o Português, versão de um texto do Português para o Inglês.

Assim como a elaboração de um resumo, em Inglês, e de um texto escrito em língua inglesa.

Provas escritas demais disciplinas

O concurso Diplomata 2019 também cobrou provas escritas de outras disciplinas. Os candidatos responderam a questões sobre História do Brasil, Geografia, Política Internacional, Economia, Direito e Direito Internacional público, Língua Espanhola e Língua Francesa. 

As avaliações foram aplicadas nas capitais com aprovados na primeira fase. Foi aprovado quem alcançou nota mínima de 60 pontos na prova de Língua Portuguesa, 50 pontos em Língua Inglesa e 360 pontos na soma das demais disciplinas. 

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Curso de formação no IRB

Os classificados nas três fases do concurso ainda foram submetidos ao curso de formação de diplomatas no Instituto Rio Branco, em Brasília. 

Em 2017, o então diretor-geral do IRB, embaixador José Estanislau do Amaral, revelou alguns princípios das aulas, em entrevista exclusiva à FOLHA DIRIGIDA.

"O principal objetivo do curso é aprofundar alguns conhecimentos em política internacional, economia e línguas estrangeiras. Além de ensinar outros aspectos como relacionamento com a imprensa e prepará-los, realmente, para a atuação no exterior”, disse o embaixador.