Concursos Judiciário: audiência discute precarização dos técnicos

Audiência pública na quinta-feira, 28, discute a precarização do quadro técnico e a falta de concursos Judiciário. Confira!

Concursos Previstos
Autor:Bruna Somma
Publicado em:27/11/2024 às 12:31
Atualizado em:27/11/2024 às 12:32

Está marcada para quinta-feira, 28, às 10h, uma audiência pública na Câmara dos Deputados para discutir a precarização dos quadros técnicos e a falta de concursos para o Sistema de Justiça Brasileiro.


O debate será feito por meio da Comissão de Administração e Serviço Público da Câmara e atende a um pedido da deputada federal, Professora Luciene Cavalcante (Psol SP).


Em suas redes sociais, a parlamentar ressaltou que o Judiciário brasileiro passa por uma precarização, em que não há substituição dos profissionais aposentados ou exonerados. O que sobrecarrega aqueles que estão na ativa.

"A falta desses profissionais faz com que os tribunais usem formas alternativas de contratação. Essa política desordenada leva à precarização dos serviços à população e ao adoecimento das equipes, que estão reduzidas e atuando com más condições de trabalho", diz a deputada.

Audiência Pública irá discutir falta de servidores e concursos para o Judiciário

(Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)


A parlamentar ainda propõe que seja realizados novos concursos para servidores do Judiciário.

"O quadro técnico judiciário do Brasil pede socorro. É urgente convocar concursos para psicólogos, assistentes sociais e oficiais de Justiça", afirma Luciene.

A audiência pública é participativa. É possível enviar perguntas pelo site da Câmara dos Deputados.


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STJ propõe transformação de cargos de técnico em analista

O Superior Tribunal de Justiça encaminhou ao Congresso Nacional um projeto de lei para transformar 104 cargos vagos de técnico judiciário em 63 cargos de analista judiciário, sem aumento de despesa.


O texto, que já foi protocolado na Câmara dos Deputados, prevê também que o presidente do STJ possa transformar os cargos remanescentes e de provimento efetivo de técnico judiciário, que venham a vagar, em postos de analista.


O órgão informou que a proposta de transformação de cargos decorre da "elevação significativa do nível de complexidade das atividades em decorrência da evolução natural da sociedade e do mundo do trabalho". 


Em nota, o Sindicato dos Servidores das Justiças Federais no Estado do Rio de Janeiro (Sisejufe) alertou para o possível risco da extinção do cargo de técnico, ainda que em um primeiro momento só impacte o STJ.


A coordenadora-geral da Fenajufe e presidente do Sisejufe, Lucena Pacheco, lembra que o sindicato e a federação já vinham alertando para esse problema há muito tempo.

“Isso significa a redução do número de cargos totais, o que implica no adoecimento cada vez maior dos servidores e servidoras. Sem a possibilidade alegada de ocupar vagas dos e das servidoras que se aposentam com a justificativa de inviabilidade orçamentária, e ainda quando ocorrem essas transformações, elas trazem consigo toda essa sobrecarga de trabalho, que tem como consequência o aumento dos casos de adoecimento físico e mental, com a maior incidência de assédios. Por isso, entendemos essa transformação de cargos como absurda. A nossa luta será constante, além de melhorias salariais, pelas condições de trabalho, um trabalho sem violência e de qualquer tipo”, afirmou.

Publicado em agosto, o edital do concurso STJ traz oportunidades apenas para analista judiciário. O técnico não foi contemplado.

Escolaridade do cargo de técnico é avaliada pelo STF

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, questiona a constitucionalidade da Lei 14.456/2022, que mudou para nível superior o requisito do técnico nos concursos Judiciário.


Ele protocolou no Supremo Tribunal Federal uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), em que pede a concessão de medida cautelar de suspensão da eficácia dos dispositivos impugnados.


O relator da ação no STF, ministro Cristiano Zanin, decidiu que a questão deve ser julgada de forma definitiva em Plenário, com os 11 ministros reunidos.


Para o procurador-geral da República, Paulo Gonet, trechos da Lei 14.456/2022 apresentam inconstitucionalidade em dois pontos.


O primeiro deles é o vício de iniciativa. A proposta para a mudança no requisito do cargo, de nível médio para nível superior, deveria ser feita pelo Supremo Tribunal Federal. Porém foi apresentada por parlamentares, durante a tramitação do PL no Congresso Nacional.


Além disso, Gonet pontua que o projeto de lei que resultou na elevação da escolaridade do cargo não tratava inicialmente do assunto.


A temática inicial do projeto era a transformação de cargos vagos de auxiliar judiciário e de técnico judiciário em cargos vagos da carreira de analista do quadro do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).


Em sua manifestação, por exemplo, a AGU também destacou o vício de iniciativa presente no projeto:

"A usurpação da competência da Corte Constitucional, destarte, implica violação aos pilares da separação e independência entre os poderes, sufragados no artigo 2º da Constituição, na medida em que a emenda parlamentar que viabilizou a integração das regras questionadas ao ordenamento jurídico implicou impacto relevante para as estruturas administrativas dos tribunais que compõem o Poder Judiciário da União, ingerindo de maneira contundente no seu modo de organização, sem que tais cortes tenham tido a oportunidade de qualquer intervenção na produção legislativa". 

Ainda não há informações de quando o julgamento da ADI será incluído na pauta do Plenário do STF.


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