O presidente substituto do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Cimar Azeredo, defendeu a realização de um novo concurso IBGE, na última segunda-feira, 29, data em que a autarquia comemorou os seus 87 anos.
Em uma live (confira aqui) para celebrar o aniversário do instituto, o presidente atual falou sobre o quadro de pessoal da autarquia e as ações que estão sendo tomadas para a realização de um novo concurso.
Em sua fala, Cimar pontuou que quase mil servidores públicos já podem solicitar a aposentadoria, um quantitativo que preocupa a autarquia.
"Precisamos continuar avançando. A direção do IBGE está trabalhando muito para conseguir isso e trabalhando de forma muito atenta. Precisamos do concurso público para o quadro efetivo. Temos hoje 3.940 servidores, sendo que 978, quase mil deles, poderão se aposentar a qualquer momento", disse Cimar Azeredo.
No início do mês, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística confirmou, com exclusividade à Folha Dirigida, o pedido de um novo concurso IBGE para efetivos.
Enviado em abril deste ano ao Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), o documento pedia a autorização para a abertura de 2.378 vagas efetivas, para os seguintes cargos:
- analistas de planejamento, gestão e infraestrutura em informações geográficas e estatísticas (412 vagas);
- tecnologistas em informações geográficas e estatísticas (467);
- pesquisadores em informações geográficas e estatísticas (11); e
- técnicos em informações geográficas e estatísticas (1.488).
Caso o concurso seja autorizado, existe uma previsão de gastos com os seguintes salários: R$8.488,47 (analista), R$9.389,06 (pesquisador) e R$3.677,27 (técnicos).
O IBGE já reforçou que, ao longo dos últimos anos, a autarquia vem sofrendo progressiva redução do seu quadro de servidores, em decorrência de exonerações, falecimentos e, especialmente, aposentadorias.
Concurso IBGE está em pauta (Foto: Divulgação)
Governo Federal prevê aval para o concurso IBGE
Mesmo com um novo edital para temporários autorizado, a necessidade de um concurso IBGE, com vagas efetivas, foi reconhecida pela ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck.
Segundo a titular da pasta, esse edital será autorizado no segundo pacote de concursos a ser anunciado pelo Governo Federal.
Ainda não há uma data prevista para esse aval, considerando que o anúncio do primeiro pacote ainda está em curso.
Em recente entrevista ao Correio Braziliense, Esther Dweck afirmou que a segunda leva contará com um concurso para o IBGE, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e outros órgãos e autarquias, incluindo as agências reguladoras.
Em outra entrevista publicada, em fevereiro deste ano, pela Folha de S.Paulo, a titular da pasta reconheceu o déficit na autarquia.
Segundo Esther Dweck, desde o governo Dilma Rousseff, h�� áreas com risco muito grande, tendo 30% da folha apta à aposentadoria.
"Desde que eu estava aqui (no governo Dilma Rousseff), eu já acompanhava áreas que tinham muita gente em abono de permanência, com risco de aposentadoria, e a reforma da Previdência em 2019 acelerou. Áreas que já estavam com risco muito grande, com 30% da folha podiam se aposentar. IBGE e Banco Central, mas tem outras também", disse a ministra.
Ao citar o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a ministra reconheceu a necessidade de servidores efetivos na autarquia.
Exemplo disso foi constatado durante o Censo 2022. Previsto para ser finalizado no ano passado, a coleta tem seus resultados finais aguardados para junho deste ano.
"Nosso maior desafio foi contratar recenseadores, planejamos contratar 180 mil e o máximo a que chegamos foi 120 mil. Também tivemos problemas no pagamento dos recenseadores por não termos testado o sistema antes", disse Cimar Azeredo.
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