Aos 87 anos, IBGE tem mais de 10 mil vagas em concursos previstos

No dia em que completa 87 anos, Folha Dirigida traz um resumo dos concursos IBGE previstos, com mais de 10 mil vagas para temporários e efetivos.

Concursos Previstos
Autor:Juliana Goes
Publicado em:29/05/2023 às 09:57
Atualizado em:30/05/2023 às 15:28

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística comemora os seus 87 anos nesta segunda-feira, 29 de maio. O ano é marcado por comemorações e protestos, tanto por parte dos seus empregados quanto por interessados em novos concursos do IBGE.


No lado dos protestos estão os trabalhadores que atuaram e/ou atuam ainda no Censo Demográfico 2022, que se estende e tem seus dados definitivos previstos para serem divulgados no dia 28 de junho.


No último domingo, 28, o IBGE confirmou o encerramento da coleta de informações em campo e da apuração do Censo 2022. A pesquisa foi e tem sido marcada pelo atraso e erro nos pagamentos, principalmente dos recenseadores.


Nas redes sociais, hashtags com pedido de aumento estão sendo usadas.

"#reajustejaparaostemporarios #apm";
"Aumento para os APMs que seria um bom presente de aniversário para o órgão nada".

Já outros trabalhadores se queixam de conflitos com a contribuição que teria que ser feita ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

"Alguma previsão para acertar a contribuição do INSS? Sai do IBGE em março e até agora nada"
"Eu fui desligado em dezembro também nada até agora".
"Queria saber por que no meu extrato de contribuição do INSS não consta nada do IBGE, já que todo valor que recebi como recenseadora tinha descontos para o INSS", são alguns dos relatos nas redes da autarquia.

Até o momento, o IBGE não se manifestou em relação às reclamações feitas em suas redes sociais.

Censo terá mais um edital com 8.141 vagas

Mesmo diante dos problemas enfrentados no Censo, o IBGE segue precisando de pessoal e, para isso, um novo processo seletivo está autorizado.


Autorizado este mês, o próximo concurso IBGE 2023 contará com 8.141 vagas temporárias. Os cargos e as oportunidades que serão oferecidos, para cada um, também já estão definidos, sendo eles:


268 vagas - nível médio

  • codificador: 120 vagas; e
  • agente censitário mapeamento: 148.

7.873 vagas

  • nível médio: agente de pesquisas e mapeamento (6.742) e agente de pesquisa por telefone (276); e
  • nível superior: supervisor de coleta e qualidade (806) e supervisor de pesquisa (49).

Conforme o despacho autorizativo, os aprovados serão contratados por até um ano, cabendo prorrogação. Já a remuneração será definida pelo IBGE.


Como informado pelo instituto à Folha Dirigida, o processo terá restrições aos contratados em seleções com base na Lei nº 8.745/1993.

"Candidatos que tenham tido contrato com o IBGE precisam esperar 24 meses para serem contratados novamente, de acordo com a legislação em vigor", disse.

Mesmo se tratando de um processo seletivo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística informou que os candidatos serão avaliados por meio de provas.


Desta forma, é possível que uma banca organizadora seja contratada para realizar a seleção. O prazo para publicação do edital, conforme a portaria autorizativa, é até novembro deste ano.


No entanto, como os aprovados irão atuar com o Censo e demais coletas do IBGE, é possível que o documento seja divulgado antes.

Concurso IBGE para efetivos também está previsto

Mesmo com um edital para temporários autorizado, a necessidade de um concurso IBGE, com vagas efetivas, foi reconhecida pela ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck. 


Segundo a titular da pasta, esse edital será autorizado no segundo pacote de concursos a ser anunciado pelo Governo Federal.


Ainda não há uma data prevista para esse aval, considerando que o anúncio do primeiro pacote ainda está em curso. 


Em recente entrevista ao Correio Braziliense, Esther Dweck afirmou que a segunda leva contará com um concurso para o IBGE, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e outros órgãos e autarquias, incluindo as agências reguladoras. 


Em outra entrevista publicada, em fevereiro deste ano, pela Folha de S.Paulo, a titular da pasta reconheceu o déficit na autarquia. 


Segundo Esther Dweck, desde o governo Dilma Rousseff, há áreas com risco muito grande, tendo 30% da folha apta à aposentadoria. 

"Desde que eu estava aqui (no governo Dilma Rousseff), eu já acompanhava áreas que tinham muita gente em abono de permanência, com risco de aposentadoria, e a reforma da Previdência em 2019 acelerou. Áreas que já estavam com risco muito grande, com 30% da folha podiam se aposentar. IBGE e Banco Central, mas tem outras também", disse a ministra.

Ao citar o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a ministra reconhece que há uma necessidade de servidores efetivos na autarquia. 


Exemplo disso está no adiamento do Censo 2022. Prevista para ser finalizado no ano passado, a coleta ainda está em andamento. 

"Nosso maior desafio foi contratar recenseadores, planejamos contratar 180 mil e o máximo a que chegamos foi 120 mil. Também tivemos problemas no pagamento dos recenseadores por não termos testado o sistema antes", disse o diretor de pesquisas, Cimar Azeredo.

Novo pedido de concurso IBGE foi confirmado

No início do mês, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística confirmou, com exclusividade à Folha Dirigida, o pedido de um novo concurso IBGE para efetivos.


Enviado em abril deste ano ao Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), o documento solicita a autorização para a abertura de 2.378 vagas efetivas, para os seguintes cargos:

  • analistas de planejamento, gestão e infraestrutura em informações geográficas e estatísticas (412 vagas);
  • tecnologistas em informações geográficas e estatísticas (467);
  • pesquisadores em informações geográficas e estatísticas (11); e
  • técnicos em informações geográficas e estatísticas (1.488).

Caso o concurso seja autorizado, existe uma previsão de gastos com os seguintes salários: R$8.488,47 (analista), R$9.389,06 (pesquisador) e R$3.677,27 (técnicos).


O IBGE já reforçou que, ao longo dos últimos anos, a autarquia vem sofrendo progressiva redução do seu quadro de servidores, em decorrência de exonerações, falecimentos e, especialmente, aposentadorias.


Ainda segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, além da situação alarmante de redução do seu quadro de pessoal, 25% do total de servidores já pode solicitar a aposentadoria.