Governo estuda adiar Censo 2021 e concurso IBGE com 208 mil vagas
Com preparativos para o concurso IBGE, com mais de 208 mil vagas temporárias, o governo estuda adiar o Censo 2021 para 2022. Entenda!
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Publicado em:18/08/2020 às 16:21
Atualizado em:18/08/2020 às 16:21
O concurso IBGE 2021, com mais de 208 mil vagas temporárias, pode ser adiado mais uma vez, ficando assim para 2022. A informação foi divulgada na noite desta terça-feira, 18, pelo Estadão.
Segundo a reportagem, o Governo Federal estuda adiar o Censo Demográfico que ocorreria no ano que vem.
Essa possibilidade foi incluída nas discussões da proposta de Orçamento de 2021, que será encaminhada ao Congresso no fim deste mês.
Neste caso, os recursos para a realização do Censo seriam remanejados para outras áreas no Orçamento, segundo apurou o Estadão.
A ideia é que a verba que seria destinada à pesquisa - R$2,3 bilhões - reforce outros ministérios, como o da Defesa.
Nas discussões sobre a proposta de orçamento, o governo tem privilegiado a ala militar. Para aumentar os recursos da pasta, a equipe econômica busca uma forma de viabilizar esses acréscimos feitos à Defesa. E, uma das possibilidades, é usar o recurso destinado ao Censo.
Segundo o Estadão, o tema já havia sido levado para a Junta de Execução Orçamentária (JEO), colegiado que define as diretrizes para a execução do Orçamento.
A justificativa apontada na JEO para transferir o orçamento do Censo a outras pastas seria os efeitos ainda do Coronavírus no ano que vem. O governo, no entanto, já gastou com os preparativos da pesquisa.
O adiamento está sendo tratado de forma cautelosa, já que enfrenta resistências dentro do governo. Com o teto de gastos, a solução para remanejar recursos tem sido cortar despesas de uma área para outra.
Apesar da proposta do governo, adiar o Censo Demográfico pode prejudicar ainda mais as políticas públicas. É através da pesquisa, feita de dez em dez anos, que são obtidos os dados sobre os brasilieiros, como nível de estudo, trabalho, entre outras informações.
Adiado por conta da pandemia de Coronavírus no país, o Censo e, consequentemente, o concurso, com mais de 208 mil vagas, serão realizados em 2021, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
"O IBGE segue se preparando para a pesquisa que é de extrema importância para o país", disse o Instituto, no final de julho.
Neste ano, o orçamento que seria destinado ao Censo foi transferido para o Ministério da Saúde, com o intuito de combater o avanço do Coronavírus, segundo o IBGE.
"Em contrapartida, no próximo ano, o Ministério da Saúde realocará orçamento no mesmo montante com vistas a assegurar a realização do Censo pelo IBGE", garantiu a instituição em março.
O orçamento do Censo era de R$2,3 bilhões. A quantia de recursos a ser empregada na pesquisa abriu uma discussão no ano passado.
Com a crise fiscal, o valor teve de ser reduzido em 25% em relação ao que estava inicialmente previsto. Com redução, o número de perguntas no questionário diminuiu em 32%.
Concurso IBGE tem editais previstos para 2021
Em março deste ano, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística anunciou a suspensão do seu concurso IBGE devido à pandemia de Coronavírus. Além desta seleção, mais dois editais que estavam previstos para este ano também foram adiados para 2021.
Todas as seleções fazem parte do Censo Demográfico, que, oficialmente, ainda segue prevista para o próximo ano. Segundo o IBGE, apesar do cancelamento do concurso, o quantitativo de vagas não deverá mudar, permanecendo o mesmo em 2021.
"O que mudou foi a data de realização do Censo. O quantitativo de vagas deve permanecer o mesmo. Todos os processos seletivos previstos para a operação serão realizados no ano do Censo", disse o Instituto à FOLHA DIRIGIDA.
Com o Censo sendo realizado em 2021, os processos serão abertos novamente. Desta forma, serão oferecidas 208.695 vagas temporárias, com a seguinte distribuição:
Além deste, o IBGE tem mais dois editais previstos. O primeiro deles já foi autorizado pelo Ministério da Economia e contará com 192 vagaspara os seguintes cargos: agente censitário de pesquisa por telefone (180 oportunidades) e supervisor censitário de pesquisa e codificação (12).
De acordo com o aval, publicado em fevereiro, o Instituto deverá definir a remuneração dos profissionais a serem contratados. Os requisitos também não foram revelados.
Os aprovados irão atuar com pesquisas para o Censo, por telefone. A unidade de atuação será o Rio de Janeiro (capital). Em fevereiro, em resposta à FOLHA DIRIGIDA, o IBGE confirmou que este edital, com 192 vagas, seria publicado em abril.
Já a seleção para codificador ficaria para o final do ano, após a conclusão do Censo em outubro.
"Os codificadores nos ajudam na consolidação dos dados que foram coletados na pesquisa. Esse (edital) a expectativa de entrada é lá para novembro, depois que o Censo já estiver concluído", disse o coordenador de Recursos Humanos do IBGE, Bruno Malheiros.
Com as mudanças, o IBGE deve seguir os trâmites deste ano. Sendo assim, o concurso com mais de 208 mil vagas está previsto para março de 2021, seguido do edital com 192 vagas em abril. Já a seleção para codificadores ficaria para o final do próximo ano.
De modo a contemplar a data de referência dos últimos Censos realizados no Brasil, o próximo Censo Demográfico terá como marco o dia 31 de julho de 2021, com coleta de dados prevista entre 1º de agosto e 31 de outubro de 2021.
"A decisão leva em consideração a natureza de coleta da pesquisa, domiciliar e predominantemente presencial, com estimativa de visitas de mais de 180 mil recenseadores a cerca de 71 milhões de domicílios em todo o território nacional", disse o IBGE.
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Saiba como são as provas do concurso IBGE
As provas objetivas do concurso IBGE estavam programadas para maio deste ano, em dois dias diferentes. Os exames seriam realizados nos 26 estados mais o Distrito Federal.
Além disso, seria possível se inscrever para concorrer a vagas de outros estados ou municípios. Neste caso, o candidato realizaria a prova em sua cidade/estado e, caso fosse aprovado, seria convocado para atuação na região de interesse.
Mesmo com a suspensão do concurso, assim que for retomado, o edital deverá seguir com o mesmo modelo de provas. Sendo assim, a avaliação terá perguntas de:
Agentes - 60 questões
Língua Portuguesa (dez);
Raciocínio Lógico Quantitativo (dez);
Ética no Serviço Público (cinco);
Noções de Administração/Situações Gerenciais (15); e
Conhecimentos técnicos (20).
Recenseador - 50 questões
Língua Portuguesa (dez);
Ética no Serviço Público (cinco);
Matemática (dez); e
Conhecimentos técnicos (25).
No Censo, são visitados todos os domicílios do país. Os recenseadores, que contavam com mais de 180 mil vagas, iriam coletar as informações através de uma entrevista direta. O contrato dos agentes teria duração de cinco meses, enquanto o recenseadoriria trabalhar, inicialmente, por três meses.