Concurso INSS: em enquete, maioria é contra mudança de requisito

Com a possibilidade de mudança no requisito do cargo de técnico, em um novo concurso INSS, seguidores da Folha Dirigida opinam sobre o tema.

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Publicado em:07/04/2022 às 11:26
Atualizado em:07/04/2022 às 11:26

mudança da escolaridade do cargo de técnico, em um futuro concurso INSS, voltou ao debate nesta semana. O assunto esteve na pauta de uma reunião, realizada na terça-feira, 5.

O encontro contou com a participação de representantes da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores da Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps) e membros do Ministério da Economia.

Entre os assuntos, o concurso INSS foi citado, incluindo uma nota técnica, já enviada pelo Instituto Nacional de Seguro Social, defendendo a mudança da escolaridade do cargo de técnico, que passaria do nível médio para o nível superior.

Apesar do assunto ter sido colocado em debate, o ME reforçou que novos estudos devem ser realizados para que isso seja aprovado futuramente. Além disso, em 2021, o diretor de Gestão de Pessoas e Administração do INSS, Rogério Souza, falou sobre a possibilidade.

Segundo ele, caso o concurso seja autorizado, no próximo edital não haverá alteração de escolaridade. Isso porque o INSS apenas sugeriu a alteração, sendo necessários novos estudos e outros trâmites legais para que isso ocorra. 

Apesar da mudança não está prevista a curto prazo, a possibilidade acendeu um debate entre aqueles que estudam e desejam ingressar no INSS. Em enquete publicada nas redes sociais da Folha Dirigida, 1.510 pessoas opinaram sobre essa alteração.

Ao todo, 574 pessoas responderam que são favoráveis à mudança da escolaridade. Boa parte desse grupo acredita na redução da concorrência em um futuro concurso. 

Já a maioria, composta por 936 pessoas, disse ser contra o nível superior como requisito. Para esse grupo, não faz sentido restringir a seleção aos graduados, considerando as atribuições do cargo.

Mudança de escolaridade no concurso INSS repercute entre futuros candidatos (Foto: Victor Soares)
Mudança de escolaridade no concurso INSS
repercute entre futuros candidatos (Foto: Agência Brasil)

CDH pedirá a Pacheco votação do veto ao Orçamento

No último dia 4, uma audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado teve o desmonte do Instituto Nacional de Seguro Social como tema.

A discussão principal foi o pedido de derrubada do veto 11/2022, aplicado pelo Governo Federal ao Orçamento da União de 2022. Nele, o Ministério do Trabalho e Previdência perdeu R$1 bilhão, tendo sido a pasta mais prejudicada com tal medida. 

O corte no Orçamento do MTP, órgão responsável pelo INSS, impede a realização de um novo concurso público e o reajuste dos servidores, pautas que estão na greve geral da autarquia, que ocorre desde 23 de março.

Autor do requerimento para a discussão, o senador Paulo Paim (PT) disse que enviará as reivindicações colhidas no debate ao presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco.

"Queremos reestruturar o INSS para atender melhor. Olhem quantas pessoas na fila, quanto médicos faltam. Só na fila de servidores por se aposentar há cerca de 5 mil. E para completar essa dificuldade, o presidente da República vetou quase R$ 1 bilhão do Orçamento (da seguridade) e o Congresso não vota essa derrubada, o que deveria ser urgente", disse o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (Contag), Aristides Veras dos Santos.

A secretária de Políticas Sociais da Contag, Edjane Rodrigues Silva, considerou a Previdência Social uma das políticas mais importantes para o país e reforçou que o Congresso Nacional precisa urgentemente reverter o veto 11. Caso contrário, o INSS não terá condição de assegurar a continuidade dos serviços.

"A primeira coisa, e o que mais a gente tem reafirmado, é a necessidade de mais orçamento para investir nessa política tão importante. Em seguida, vem a necessidade de concursos públicos. Em 2015, a instituição tinha 37 mil servidores. Atualmente, temos apenas 20 mil, o que traz prejuízos sobretudo aos segurados", disse.

Caso o veto ao Orçamento do Ministério do Trabalho seja derrubado, a autorização do concurso INSS está entre as prioridades. Pelo menos, é o que afirma o representante do Consórcio de Sindicatos do Seguro e da Seguridade Social filiados à CUT, João Torquato.

Em audiência realizada na Secretaria de Gestão de Pessoal do Ministério da Economia, na última sexta-feira, 1º de abril, o governo afirmou que, segundo a lei eleitoral, tem prazo para aprovar a recomposição do Orçamento e teria até 2 de junho para executá-lo.

Novo ministro aposta em edital ainda este ano

No dia 31 de março, José Carlos Oliveira tomou posse como ministro do Trabalho e Previdência. Em resposta ao Correio Braziliense, ele falou sobre o concurso INSS, autarquia que presidiu desde novembro de 2021 e pela qual foi servidor de carreira desde 1985.

O titular da pasta demonstrou otimismo pela autorização e realização do concurso ainda este ano. No entanto, segundo ele, a oferta de vagas deverá ser menor do que a solicitada ao Ministério da Economia.

"Existe um diálogo para que haja concurso público, sim, neste ano. Talvez, não no número que a gente solicitou, de 7,5 mil", afirmou.

Após a posse, o ministro ainda recebeu representantes da Fenasps. A categoria represente servidores do Instituto Nacional de Seguro Social que estão em greve geral desde 23 de março, em 23 unidades federativas (22 estados e o Distrito Federal).

O novo ministro, no entanto, ainda não indicou uma data para uma reunião com a categoria, que apenas entregou suas reivindicações. A expectativa, porém, é para que o encontro ocorra nos próximos dias.

Pedido de concurso INSS é para 7,5 mil vagas

O pedido de concurso INSS que está em análise no Ministério da Economia conta com 7.575 vagas em todo o país, sendo elas para os seguintes cargos e áreas:

técnico do seguro social - nível médio - R$5.447,78

  • áreas: Análise Reconhecimento de Direito RGPS (2.938 vagas), Combate à Fraude (734), Serviço de Apoio ao Reconhecimento de Direito (216), Serviço de Atendimento de Demandas Judiciais (40), Serviço de Cobrança Administrativa (34), Análise Reconhecimento de Direito RPPS (46) e Recomposição do Quadro de Aposentados até 2023 (1.996).

analista do seguro social - nível superior - R$8.357,07

  • áreas: Serviço Social (463 vagas), Reabilitação Profissional (702) e Recomposição do Quadro de Aposentados até 2023 (406).

Resumo sobre a seleção

  • Órgão: Instituto Nacional de Seguro Social
  • Cargos: técnico e analista do seguro social
  • Vagas: 7.575 solicitadas
  • Requisitos: níveis médio e superior
  • Remuneração: R$5.447,78 e R$8.357,07
  • Status: aguardando aval do Ministério da Economia