Auditora do Mapa conta rotina e revela: 'Contribuímos com agronegócio'
Com pedido de concurso Mapa confirmado, auditora-fiscal agropecuária, Verônica Ribeiro, revela curiosidades da carreira.
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Publicado em:22/11/2019 às 10:15
Atualizado em:22/11/2019 às 10:15
Proximidade com a atividade pública
A escolha da carreira pública se deu pela proximidade com serviços estatais. "Eu sou médica veterinária e estudei desde o segundo grau em escola pública, estudei no Cefet, fiz universidade pública, então eu tive uma relação muito próxima com o serviço público", disse.
Em relação a visão da sociedade ao serviço público, Verônica fala sobre os estereótipos ligados ao servidor público e de como eles não refletem a realidade dos funcionários.
"A gente carrega esse estigma, desde outros governos, de sempre ser ligado a um serviço que ou é mal prestado ou é de uma pessoa que trabalha pouco e ganha muito. Mas quando a pessoa conhece e depende daquele serviço, ela tende a respeitar. A grande maioria dos servidores do serviço público é composta de gente séria, como em qualquer trabalho: em uma empresa privada tem gente boa e gente ruim, no serviço público é a mesma coisa", contou.
O cargo de auditor fiscal agropecuário tem importância na economia brasileira. O agronegócio é um dos principais setores econômicos do país e Verônica relata como os auditores contribuem na valorização desse setor.
"O auditor do Ministério da Agropecuária contribui com a valorização do agronegócio brasileiro. Isso é alvo de estudos da Fundação Getúlio Vargas. O PIB agropecuário, assim como seu aumento e manutenção, passa pelo nosso trabalho", contou Verônica.
O agronegócio é responsável por 22% do PIB brasileiro, e, visto de forma individual, é o setor mais relevante da economia brasileira. Dada a importância desse setor, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) criou um centro de estudos do agronegócio.
Somente no primeiro semestre de 2018, a agropecuária gerou R$1.380 bilhão, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) da USP. De acordo com dados divulgados pelo Mapa, o agronegócio é responsável por um em cada três empregos.
O Brasil é o principal produtor e exportador de açúcar, café e suco de laranja, e lidera também a exportação de carnes (bovina e de frango) e soja.
"A gente trabalha auditando, fiscalizando e inspecionando os produtos de origem animal e vegetal, os insumos também, e certificando as cargas. Então, o que a gente reverte para sociedade é muito grande, tanto de forma financeira e econômica, como em saúde pública", relatou Verônica.
Todos os alimentos que chegam a mesa do cidadão brasileiro precisam ser inspecionados. Verônica contou sobre um caso em que, por meio de uma parceria com a vigilância sanitária, os auditores fiscais apreenderam mais de 20 marcas de "azeite" que estavam fora do padrão de qualidade.
"Nem poderiam ser classificados como azeite", contou Verônica. Eram produtos que não poderiam nem ser consumidos. Outro caso foi do leite que era acrescido de água e, para disfarçar a fraude, era misturado com produtos químicos.
"Além da fraude é a questão de saúde pública, se fosse só água já seria errado, seria uma fraude econômica, mas dependendo do que se adiciona lá, isso prejudica a saúde da pessoa e é uma coisa criminosa", contou Verônica.
Verônica disse que o auditor fiscal atua em parceria com outros órgãos para combater casos como esses:
"A gente trabalha diariamente em parceria com outros órgãos, como Procon, vigilância sanitária e Ministério Público, em defesa da qualidade e das garantias da saúde pública do consumidor", completou.
Em 2017, uma operação deflagrada pela Polícia Federal brasileira apontou fraudes laboratoriais no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e irregularidades cometidas por frigoríficos de grandes companhias.
A primeira etapa dessa operação ficou conhecida como carne fraca e teve grande repercusão na sociedade brasileira. Entre as empresas envolvidas estavam a JBS, dona da Friboi e Seara, e a BRF, dona da Sadia e da Perdigão.
A denúncia que deu origem a operação veio de um servidor público: o auditor fiscal federal agropecuário Daniel Gouvêa Teixeira denunciou que carnes estragadas e fora de padrão estavam sendo vendidas por frigoríficos de Curitiba-PR.
Concurso Mapa: saiba mais sobre o cargo de auditor fiscal agropecuário
(Foto: Divulgação)
Concurso Mapa
A solicitação do concurso Mapaabrange 1.744 vagas, distribuídas em diversas carreiras e incluindo também o Instituto Nacional de Meteorologia - Inmet, vinculado à pasta.
Agora, o pedido do Mapa está em análise no Ministério da Economia e, se autorizado pelo ministro Paulo Guedes, será oficializado por meio de publicação no Diário Oficial da União.
Para o cargo de auditor fiscal foram pedidos 180 vagas, distribuídas da seguinte maneira:
Saiu no Diário Oficial da União, do último dia 21 de novembro, a portaria que autorizou a nomeação de 100 excedentes do concurso Mapa 2017. O liberação teve o aval do ministro da Economia, Paulo Guedes.
As vagas deverão ser preenchidas a partir de novembro de 2019, não podendo ocorrer após 31 dezembro de 2019. A condição para a nomeação é
I - à existência de vagas na data da nomeação dos candidatos; II - à declaração do respectivo ordenador de despesa sobre a adequação orçamentária e financeira das novas despesas com a Lei Orçamentária Anual e sua
compatibilidade com a Lei de Diretrizes Orçamentárias, demonstrando a origem dos recursos a serem utilizados.
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