As provas do concurso Maricá RJ foram aplicadas no último domingo, 19 de maio, para o cargo de docente I. Candidatos relataram à Folha Dirigida por Qconcursos diversas irregularidades.
Os relatos incluem desde provas trocadas por disciplina, despreparo dos fiscais, uso de celular, atraso para o início da aplicação e falta de fiscalização nos banheiros.
Na Universidade Castelo Branco, no bairro de Realengo, no Rio de Janeiro, os concorrentes a docente I na disciplina de Geografia receberam as provas direcionadas à matéria de História.
A atitude tomada pela Coordenação de Seleção Acadêmica da Universidade Federal Fluminense (Coseac/UFF), banca organizadora do concurso, foi trazer as provas de Geografia da Universidade São José, também em Realengo.
Com isso, os participantes tiveram que esperar mais de uma hora, como contou a candidata Carla Couto.
"Nesse meio tempo, virou uma confusão generalizada porque as pessoas estavam nervosas, investiram dinheiro e tempo de estudo. Tiveram pessoas de Minas Gerais, São Paulo e outros estados. Uma hora e meia é muito tempo para as provas do concurso sumirem".
Carla detalhou que, quando as provas chegaram, os candidatos fizeram questão de que os fiscais escrevessem todo o ocorrido na ata.
"Por fim, nossa prova chegou e a gente fez questão que tudo constasse em ata. Fizemos a prova e eles colocaram mais tempo, mas o irreparável já tinha acontecido. As pessoas já estavam totalmente desequilibradas, pelo atraso em si, pessoas que vieram de outro estado com hora marcada para ir embora".
Candidatos denunciam irregularidades no concurso Maricá RJ
(Foto: Agência Brasil)
Um dos concorrentes de outros estados era Marcus Vinicius Santos Vieira, de Sete Lagoas, em Minas Gerais.
"Total desrespeito com nós que viemos de outros estados, para fazer a prova. Pagamos transporte, alimentação, hospedagem, para sofrer isso. Feriu totalmente o princípio da isonomia do concurso".
O professor Guilherme Souza também estava na mesma sala de aplicação, que o problema ocorreu. Ele pede o cancelamento do concurso, tendo em vista que a lisura já foi comprometida.
"Ficamos uma hora e meia sem saber qual seria o nosso destino. Várias vezes falaram que a prova estava vindo de outra instituição, o que causou alvoroço. Chegaram a propor que fizéssemos as provas para professor de História, nas questões de Português, que eram comuns a todas as especialidades. Mas, obviamente, não aceitamos. Ainda teve candidato indo ao banheiro sem supervisão", explicou.
Há relatos também da troca das provas de docente I - Artes por Educação Física, na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói.
"Na Sala 7 do prédio de Geociências, no envelope, todas as provas eram de Educação Física, sendo que os candidatos eram de Artes. Esperamos 40 minutos para a prova correta, sem contar nas brigas dentro da sala e desorganização geral da banca. Uma funcionária queria que fizéssemos a prova de Educação Física, ou seja, fazer a prova de Português e Pedagogia, e quando chegasse de Artes, nós trocaríamos", relatou o candidato Lucas Almeida.
Outros inscritos falaram que já chegaram à sala de aplicação, com as provas dispostas nas carteiras.
Diante disso, diversas denúncias foram protocoladas no Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro.
Após a difusão de todas essas irregularidades, a Prefeitura de Maricá respondeu à Folha Dirigida por Qconcursos, com uma nota oficial. Ela informou que está em contato com a banca para apurar as situações relatadas.
Confira a nota na íntegra:
"A Prefeitura de Maricá está em contato permanente com a Coordenação de Seleção Acadêmica da Universidade Federal Fluminense (Coseac/UFF), instituição responsável pela aplicação da prova. A Coseac/UFF informou que não foi registrada em ata qualquer intercorrência que prejudicasse a realização do certame. Os envelopes com as provas foram abertos na frente de todos os candidatos. De toda forma, reclamações feitas por outros canais estão sendo apuradas. Em casos isolados de atraso no horário de início das provas, houve a devida compensação com tempo extra para a conclusão, sem prejuízo para os candidatos. Quaisquer observações sobre a condução do processo seletivo podem ser enviadas ao portal https://portal.coseac.uff.br/contato/".
A reportagem também entrou em contato com a Coseac UFF, mas ainda não teve retorno.
Ao todo, o concurso para Secretaria de Educação de Maricá tem 69.384 inscrições confirmadas. Desse quantitativo, 40.419 são para docente I e 28.965 para docente II.
As provas para docente II foram aplicadas no dia 1º de maio, sem intercorrências, e para docente I no dia 19 de maio. Para ambos os cargos, o concurso ainda terá uma análise de títulos.
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O concurso para Educação de Maricá tem a oferta de 326 vagas imediatas disponíveis. Desse total, 150 são para docente II e destinadas às turmas da Educação Infantil e anos iniciais do ensino fundamental.
O cargo de docente II requer curso de nível médio na formação de professores ou licenciatura em Pedagogia, para regência na educação infantil e/ou no ensino fundamental anos iniciais, tanto no ensino regular quanto na Educação de Jovens e Adultos (EJA).
As outras 176 vagas são para docente I, com atuação em turmas dos últimos quatro anos do ensino fundamental e médio.
Nesse caso, a oferta está distribuída entre as seguintes áreas:
Para se inscrever foi necessário ter licenciatura na respectiva área. Há reserva de vagas para negros e pessoas com deficiência.
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A rede municipal de ensino de Maricá oferece salários iniciais de R$9.552,38 para professor I e R$6.823,13 para professor II.
Nos dois casos, os ganhos estão acima do piso nacional, que é de R$4.580,57.
O secretário municipal de Educação, Márcio Jardim, detalhou a valorização dos profissionais da Educação em Maricá.
"A oferta de um bom salário é um passo muito importante para que a gente tenha uma qualidade de ensino boa. Você ter um profissional motivado, um profissional que ganhe bem, que tenha a segurança, o conforto de ter as suas contas no final do mês pagas, é essencial para qualidade de ensino", disse Márcio Jardim.
Além dos salários, os aprovados no concurso terão direito a um auxílio-alimentação de R$650, que será creditado na moeda social de Maricá, a Mumbuca.
"Uma Mumbuca corresponde a R$1. Então, são R$650 a mais. Essa moeda tem muita força na economia local, fazendo com que os recursos do município circulem no comércio local, entre as pessoas, na economia criativa. Se a gente considerar o salário, propriamente dito, mais esse benefício, a gente tem mais de R$10 mil pagos a um professor I, por exemplo", frisou o secretário de Educação do município.
A seguir, assista a entrevista na íntegra com o secretário de Educação de Maricá sobre o concurso:
Salário
Até R$ 9.552,37Cargos
9Vagas
326
