Ministério da Saúde: edital com mais de 4 mil vagas sai até dia 15

Após cancelar sua última seleção, Ministério da Saúde confirma publicação de edital com 4.117 vagas nesta primeira quinzena de agosto.

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Publicado em:03/08/2020 às 07:25
Atualizado em:03/08/2020 às 07:25

Sem um novo concurso Ministério da Saúde previsto, a pasta confirmou que reabrirá o seu processo seletivo para temporários. Em resposta à FOLHA DIRIGIDA, o MS disse que a seleção com 4.117 vagas temporárias, que foi suspensa, será reaberta neste mês de agosto

A confirmação ocorre dias após FOLHA DIRIGIDA noticiar a previsão passada pelo coordenador-geral de gestão de pessoas do Ministério da Saúde, Ademir Lapa, em reunião com dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde e Previdência no Estado do Rio (Sindsprev/RJ).

No dia 23 de julho, o coordenador-geral informou que as inscrições serão reabertas no período de 10 a 21 de agosto, com previsão de finalizar todo o processo até setembro. Serão oferecidas as mesmas 4.117 vagas divulgadas em maio.

Já em resposta à FOLHA DIRIGDIA, o Ministério da Saúde informou que:

"O novo edital para contratação será publicado, tendo como previsão, a primeira quinzena de agosto. Os cargos e vagas serão os mesmos do edital anteriormente divulgado, e observará o dimensionamento da área demandante, bem como as condições devidamente autorizadas pelo Ministério da Economia".

 

Além disso, a pasta confirmou os motivos que levaram ao cancelamento do edital de maio. Segundo o Ministério da Saúde, o processo seletivo com previsão de 4.117 vagas foi cancelado devido à edição da Medida Provisória nº 974, de 28/05/2020, que autorizou a prorrogação de contratos por tempo determinado no MS.

Ministério da Saúde abrirá mais de 4 mil vagas temporárias (Foto: Divulgação)
Sem concurso, Ministério da Saúde retomará seleção para temporários
(Foto: Divulgação)


Na seleção que será aberta este mês, profissionais cujos contratos foram renovados ou cancelados poderão participar em pé de igualdade com os demais candidatos. Os salários propostos serão aqueles anteriormente definidos para a seleção cancelada. 

Saiba como será a seleção do Ministério da Saúde

Em maio, o Ministério da Saúde divulgou o edital com 4.117 vagas para os hospitais federais do Rio de Janeiro. Esta seleção será reaberta neste mês de agosto, com os mesmos critérios antes publicados.

As oportunidades a serem oferecidas devem continuar sendo para os seguintes hospitais federais do Rio de Janeiro:

  • Hospital Federal do Andaraí (HFA);
  • Hospital Federal de Bonsucesso (HFB);
  • Hospital Federal da Lagoa (HFL);
  • Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE);
  • Hospital Federal de Ipanema (HFI);
  • Hospital Federal Cardoso Fontes (HFCF);
  • Instituto Nacional de Cardiologia (INC);
  • Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO); e
  • Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA).


O contrato de trabalho terá validade de seis meses, podendo ser prorrogado por até dois anos, conforme a situação de calamidade pública provocada pela pandemia da Covid-19 (Coronavírus).

Quem tem ensino médio completo poderá se candidatar a atividades de suporte em gestão e manutenção hospitalar (nível intermediário). Os vencimentos serão de R$1.700 para 40 horas de trabalho por semana. 

Para aqueles que, além do nível médio, têm formação técnica em Enfermagem, as oportunidades serão para técnico de enfermagem. Os salários serão de R$2 mil para jornada de 40 horas.

No nível superior, a seleção para o Ministério da Saúde contará com vagas temporárias para médicos 24 horas, com remuneração de R$11 mil, além de: enfermeiro e atividades de gestão e manutenção hospitalar (para graduados). Nesse caso, os ganhos serão de R$3.500 e R$3 mil, respectivamente. 

Confira o número de vagas para cada função

Médico 1.137 vagas 
Enfermeiro 996 vagas
Atividades de gestão e manutenção hospitalar (nível superior)  604 vagas
Técnico de enfermagem 865 vagas
Atividades de gestão e manutenção hospitalar (nível médio) 515 vagas


A seleção para o Ministério da Saúde acontecerá por meio de análise curricular e os candidatos aprovados serão convocados via e-mail cadastrado no ato da inscrição.

Resumo Ministério da Saúde

  • Órgão: Ministério da Saúde
  • Vagas: 4.117
  • Cargos: atividades de suporte em gestão e manutenção hospitalar (níveis médio e superior); técnico de enfermagem, médico 24h e enfermeiro
  • Requisitos: níveis médio, técnico e superior
  • Salários: R$1.700 a R$11.000
  • Inscrições: 10 a 21 de agosto (previsão)

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'Economia proíbe concurso', diz Mandetta

No dia 15 de junho, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, voltou a falar sobre a dificuldade para realizar um novo concurso Ministério da Saúde. As declarações foram dadas em uma participação no UOL Entrevista, que contou com o colunista Tales Faria.

Mandetta deixou a pasta em abril deste ano, em meio à pandemia do novo Coronavírus, após divergências com o presidente da República, Jair Bolsonaro. Em junho, ele falou sobre a necessidade de renovar a força de trabalho no Ministério da Saúde.

Segundo ele, há muitos anos, o pessoal do planejamento (atual Ministério da Economia) proíbe concurso e atrativo para que a pessoa se dedique à saúde pública no Ministério da Saúde.

"Temos técnicos com 30, 40 anos de Ministério, que são o que temos de melhor da época que tinham concursos. Depois, temos um número muito grande de bolsistas, que têm vínculos temporários que são renovados e acabam tendo dez, 15 anos de Ministério. A maioria dos bolsistas não tem estabilidade nenhuma. Está ali pelo que produz para o Ministério. Esses são os primeiros a sofrerem quando faz a retirada", disse Mandetta ao UOL.

Ainda segundo o ex-ministro, com a retirada destes profissionais, é preciso "colocar gente boa no lugar".

"No lugar do pessoal de 30, 40 anos, temos substituição de militares de carreira. Estou vendo perder o pessoal de maior experiência e muitos bolsistas. O tempo vai dizer", acrescentou o ex-ministro.

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Essa não foi a primeira vez que Mandetta falou sobre a necessidade de um concurso Ministério da Saúde. Em abril, enquanto ainda chefiava a pasta, ele reconheceu a necessidade de reposição de pessoal.

Segundo o ex-ministro, sem novos concursos para os hospitais federais do Rio de Janeiro, tais unidades estão "sucateadas de recursos humanos". Os servidores, segundo ele, têm idade avançada. Ao mesmo tempo, não há seleções em validade para que os aprovados possam suprir as carências a longo prazo.

"Antigamente nós tínhamos uma carreira para médicos e enfermeiros que trabalhavam nesse serviço público federal. Nesses 35 anos não foi feito mais concurso para o quadro desses hospitais. Essa força de trabalho foi ficando cada vez mais idosa", disse Mandetta em abril deste ano.

Na época, ao analisar o panorama nos hospitais federais do Rio, o então ministro foi enfático: o governo teria que escolher uma forma de repor a mão de obra, sendo por meio de concurso público ou processo seletivo para temporários.

"São hospitais que o Brasil vai ter que decidir: ou vai fazer novamente concurso público ou partir para uma contratação de terceirizados, organizações sociais. Mas, nós teremos que decidir porque naqueles hospitais, a grande maioria da força de trabalho está acima dos 50 anos", disse Mandetta na época.