Concurso PC MG: déficit chega a 7,4 mil em carreiras policiais
Enquanto novo concurso Polícia Civil MG não sai, déficit é de 41,8% do quadro efetivo. São mais de 7 mil cargos vagos.
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Publicado em:10/11/2020 às 11:37
Atualizado em:10/11/2020 às 11:37
O pedido para o novo concurso Polícia Civil MG para 1.514 vagas aguarda autorização do Estado. Mas, enquanto isso, o déficit nas carreiras policiais da corporação já passa dos 7 mil.
Segundo informações do chefe da Polícia Civil, Wagner Pinto de Souza, são 7.444 cargos vagos. Isso representa uma defasagem de aproximadamente 41,8% do quadro efetivo. [tag_teads]
As carreiras com maior déficit são as de investigador e escrivão, que possuem 4.696 e 1.448 cargos vagos, respectivamente. Mas também faltam 895 delegados, 99 médicos legistas e 306 peritos.
Para sanar esse déficit a Polícia Civil aguarda autorização para abrir um novo concurso. Além disso, a Câmara de Orçamento e Finanças do Estado (Cofins) estuda a nomeação dos excedentes do concurso realizado em 2018, sendo 65 delegados e 152 escrivães de polícia.
Isso ainda não será o suficiente para sanar totalmente o déficit de pessoal, mas dará um "respiro" até que se possa realizar o novo concurso e contratar mais pessoas. A Assembleia Legislativa do Estado (ALMG) já havia informado que todo o trâmite poderá levar entre 18 e 24 meses.
Apesar das carreiras com maior déficit serem as de investigador e escrivão, as outras também possuem uma defasagem que preocupa. Principalmente no caso de delegados.
Sindicalistas e servidores da Segurança estadual já relataram que há delegados que chegam a ficar responsáveis por três ou quatro delegacias ao mesmo tempo. Há também unidades funcionando sem nenhum escrivão efetivo sequer.
Outra situação complicada, que inclusive já foi tema de audiência na ALMG, é a da perícia criminal do Estado. Por conta da falta de recursos materiais e de infraestrutura, mas também de recursos humanos, há uma séria precariedade no serviço.
A chefe da Divisão de Medicina Legal do Interior da Superintendência da Polícia Técnico-Científica (SPTC) da Polícia Civil, Tatiana Telles, disse na ALMG que tem buscado investimentos e espaços adequados à atividade, mas, no momento, não há recursos financeiros e humanos para que haja essa melhoria.
A crítica foi feita em audiência na ALMG. Na mesma ocasião, o chefe da Polícia Civil, Wagner Pinto, disse que o problema não é exclusivo da perícia técnica.
“Temos muitos problemas estruturais, de recursos. É difícil dividir um bolo pequeno para uma grande família”, argumentou.
Pedido de concurso PC MG aguarda autorização
O chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, Wagner Pinto de Souza, confirmou que o novo concurso PC MG já teve seu pedido enviado. Agora, a seleção está em análise pela Câmara de Orçamento e Finanças do Estado (Cofins).
Foi solicitado o aval para preencher 1.514 vagas, entre carreiras administrativas e policiais, de níveis médio e superior. O número foi definido com base em estudo técnico realizado pela PC MG, tendo em vista o déficit no quadro de pessoal, mas também atendendo à Lei de Responsabilidade Fiscal.
Confira a distribuição das vagas:
Área
Carreira
Vagas
Policial
Delegado
201
Escrivão
317
Investigador
689
Médico legista
16
Perito
51
Administrativa
Analista
80
Técnico
160
As carreiras da área policial (delegado, escrivão, investigador, médico legista e perito) exigem o nível superior. No caso de médico e perito os iniciais são R$8.874,60. Para escrivão e delegado os ganhos são de R$4.098,39 e R$11.475,57, respectivamente. Já o investigador tem inicial de R$3.688,58.
Na área administrativa a carreira de analista exige graduação e tem inicial de R$2.782,16. Já as vagas de técnico podem exigir o nível médio completo ou curso técnico em áreas como Enfermagem, Radiologia e outras. O inicial é de R$1.530,18.
Últimos concursos foram em 2018 e 2013
Em 2018 a PC MG realizou concurso para escrivão e delegado. Mas para as carreiras de perito, médico, analista e técnico, a última seleção foi realizada em 2013.
O edital trouxe a oferta de 1.497 vagas. Das oportunidades, 121 eram de médico legista e 95 de perito criminal. Outras 415 eram para analista e 866 para técnicos.
Sob organização da Fumarc, os candidatos foram avaliados por provas objetivas, de caráter eliminatório e classificatório. Eram 60 questões sobre Língua Portuguesa, Matemática, Noções de Criminalística, Noções de Medicina Legal, Noções de Contabilidade, Noções de Informática e Direitos Humanos, variando de acordo com o cargo.
As demais etapas compreendiam:
avaliação psicológica;
exames biomédicos e biofísicos;
investigação social; e
curso de formação policial.
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