Concurso PC RJ: editais sairão quando houver previsões para prova

A publicação dos editais do concurso da Polícia Civil do Rio de Janeiro ocorrerá quando houver previsão firme sobre as datas de provas. O que deve ser definido a partir dos efeitos positivos do relaxamento das medidas de isolamento social pelo Coronavírus.

A informação foi passada à FOLHA DIRIGIDA nesta quinta-feira, 4, pelo delegado Fernando Veloso, após conversa com fontes internas da corporação e que estão ligadas ao concurso.

De acordo com Veloso, que já foi chefe da Polícia Civil do Rio, o edital tem que trazer uma previsão das provas. Diante do atual contexto, ainda não dá para definir uma data que traga segurança para os candidatos e que permita mobilidade entre as cidades de aplicação.

“O edital não pode sair enquanto a Policia não tiver a previsão da data da prova. Para que o processo se dê de forma adequada. O edital sai assim que a Policia tiver previsão da flexibilização do isolamento e que o cenário não prejudique o deslocamento no processo de seleção”, destacou Veloso durante o programa O Especialista, no Youtube da FOLHA DIRIGIDA.

Ainda assim, o delegado se diz otimista e espera que os editais sejam divulgados este ano. Para isso, na visão do servidor, é preciso que as pessoas colaborem e cumpram as medidas de distanciamento social pela Covid-19.

“É preciso fazer nossa parte e cumprir as medidas de cautela e manter o isolamento. Quando iríamos achar que a abertura do concurso estaria ligada a lavar as mãos e passar álcool em gel”, questionou Veloso.

Em maio, o então secretário de Polícia Civil, Marcus Vinicius Braga, tinha revelado que seis editais do concurso PC RJ estavam previstos para publicação em junho. Diante disso, houve especulação que os editais não poderiam trazer as datas de prova ou que remarcassem em caso de aumento da curva de contágio do Coronavírus.

Sobre isso, o delegado Fernando Veloso disse que a Polícia Civil não quer publicar editais e depois ter que remarcar a data de aplicação das provas. “Isso abre brecha para ações judiciais e recorrentes recursos pelos candidatos”, pontuou.

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Troca de secretário não afeta concurso PC RJ, diz Veloso

Após o pedido de exoneração de Marcus Vinicius Braga, o delegado Flávio Brito foi nomeado como novo secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Essa mudança na chefia pode atrapalhar o andamento do concurso PC RJ?

Para o ex-chefe da corporação, Fernando Veloso, não. Na perspectiva do policial, não há impeditivos internos para abertura do processo seletivo. O que pode postergar é a ação de agentes externos, como por exemplo, a pandemia do Coronavírus.

“A mudança do secretário causa uma necessidade de adequações. Mas, ele já fazia parte da gestão do Marcus Vinicius, ele era o 02 da Polícia. Ele quer tanto esse concurso porque não tem gestor que não queira recursos humanos para dar conta dessa gestão que ele tem que cumprir. A pandemia sim pode interferir”, analisou.

A necessidade de um novo concurso Polícia Civil RJ, segundo Veloso, é latente. Uma vez que o déficit do efetivo é superior a 10 mil policiais. “A carência é muito maior do que a capacidade de resposta que a Polícia Civil tem. Vemos isso pela vacância nos quadros. A necessidade é clara, cristalina”.

De acordo com Veloso, a Polícia Civil faz 800 mil registros de ocorrência por ano. Isso aumenta na medida em que a população cresce e a criminalidade se expande. A reposição da força de trabalho, porém, não ocorre na mesma proporção.

“A gente deveria ter uma oferta maior para que o cidadão fluminense seja atendido. Mas, isso não está acontecendo. O efetivo da Polícia Civil, hoje, é menor do que era anos atrás”, classificou.

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Delegado aponta necessidade de concursos regulares

Conforme Fernando Veloso, cerca de 500 agentes se aposentam todos os anos na Polícia Civil. O ideal, para ele, seria a abertura de concursos regulares para repor a mão de obra. “Deveriam ocorrer concursos anualmente para repor essa carência”.

Aprovado no concurso PC RJ para delegado, Veloso revelou que a Polícia Civil o deu a oportunidade de transformar a vida das pessoas. Ele ainda disse que se tornou um apaixonado pela corporação depois de ingressar no cargo.

“Se você for um bom profissional de policia, você tem a oportunidade de transformar a vida das pessoas. Você é a única porta que está aberta para sociedade sete dias na semana, 24 horas por dia. A orientação que você dá a uma pessoa vai fazer toda diferença na vida dela”, definiu.

Para o delegado Fernando Veloso, não há idade ideal para ingressar na Polícia Civil, nem estereótipo perfeito. A corporação, segundo ele, é composta por uma multiplicidade de saberes, idades, sexos , classes sociais e tipos físicos.[tag_teads]

“Você tem desde o jovem até quem entra com 47 anos e traz uma experiência de vida e em outras atividades. Tem gente muito rica e outras pessoas que vão de trem para Acadepol. A Polícia não tem cara. Isso empodera e fortalece”, contextualizada. 

Resumo concurso Polícia Civil RJ:

• Órgão: Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro
• Cargo: auxiliar de necropsia, técnico de necropsia, investigador, inspetor, perito legista, perito criminal e delegado
• Vagas: 864
• Requisitos: todos os níveis de escolaridade, a depender do cargo
• Remuneração: R$4.506,27 a R$18.747,95
• Banca: Instituto Acesso (delegado) e Instituto AOCP (demais cargos)
• Links para os últimos editais

‘Porte armas é inerente à atividade policial’, confirma delegado

Questionado se os aprovados no concurso PC RJ para cargos técnico-científicos teriam porte de armas, Fernando Veloso confirmou. De acordo com ele, o “porte armas é inerente à atividade policial’.

Ele ainda explicou que o técnico de necropsia (cargo de nível médio) é quem, de fato, abre o corpo para autópsia no Instituto Médico Legal (IML). Já o auxiliar de necropsia (nível fundamental) dá apoio e cuida da cadeira de custódia e provas que são coletados no corpo.

Durante o programa O Especialista, Fernando Veloso ainda falou porque, na prática, profissionais de carreiras acabam exercendo as mesmas funções. Como é o caso de inspetor, investigador e oficial de cartório.

“A Policia Civil vem sendo desidratada. O efetivo vem diminuído e inviabilizando organizar as caixainhas cada uma em seu lugar. Foi criada uma confusão dentro da polícia. Inspetor, investigador e oficial de cartório. Essas nomenclaturas são deixadas de lado. Com a carência de recursos humanos é difícil”.

Por essa situação, Veloso deixou a seguinte reflexão: “os futuros policiais devem perceber que a policia precisa se reinventar”.

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Concurso PC RJ: oferta de 864 vagas para todos os níveis

Em meados do ano passado, o governador Wilson Witzel autorizou o novo concurso PC RJ com 864 vagas. Segundo despacho publicado no Diário Oficial do Estado, a oferta será para todos os níveis de escolaridade. 

Desse total, 12 serão para auxiliar de necropsia (nível fundamental), 16 para técnico de necropsia (nível médio), 54 para perito legista, 20 para perito criminal (nível superior em áreas específicas).

Assim como 47 para delegado (superior em Direito), 597 para inspetor (superior em qualquer área) e 118 para investigador (nível médio). Os salários chegam a R$18 mil! A estrutura do concurso já está definida. Assim como as bancas organizadoras.

O instituto Acesso será a banca para delegado e o Instituto AOCP para os demais cargos. A Polícia Civil já confirmou que haverá um intervalo de 30 dias entre os editais e as provas objetivas do concurso. 

Tais etapas terão dias diferentes de aplicação para cada carreira. Dessa forma, pessoas com diferentes níveis de escolaridade poderão se inscrever a mais de um cargo. Veja os demais detalhes sobre os cargos do concurso Polícia Civil RJ na tabela abaixo: