Concurso Senado: Alcolumbre suspende comissão que toca preparativos

O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, suspende a comissão organizadora do novo concurso com 40 vagas nos níveis médio e superior

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Publicado em:26/08/2020 às 07:03
Atualizado em:26/08/2020 às 07:03

A comissão responsável por preparar o novo concurso Senado com 40 vagas foi suspensa pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre. A revogação foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira, 26. 

Segundo Alcolumbre, a decisão ocorre em um momento de incertezas relativas às questões decorrentes da pandemia da Covid-19. Bem como a possibilidade de que seja necessária a alocação prioritária de recursos para adoção de medidas de prevenção e combate ao Coronavírus.

Ainda não há informações, porém, de que o próximo concurso Senado esteja cancelado. O órgão já estava com preparativos adiantados, como por exemplo, na contratação da banca organizadora. 

A tendência é que os trâmites do concurso sejam retomados assim que a pandemia estiver sob controle no país. FOLHA DIRIGIDA está em contato com a Casa para esclarecer a suspensão da comissão.

Comissão organizadora do concurso Senado
Presidente do Senado suspende comissão responsável por organizar
o novo concurso com 40 vagas (Foto: Divulgação)

 

No dia 19 de agosto, a Assessoria de Imprensa informou à reportagem que os trabalhos da comissão seguiam normalmente, mesmo com a prorrogação do regime remoto (home office), em função do Coronavírus. 

Por outro lado, o então presidente da comissão organizadora do concurso, Roberci Ribeiro, já tinha revelado que, em decorrência da crise de saúde pública, não havia um prazo para divulgação do novo edital. 

"Considerando a crise de saúde pública atual e o rito procedimental para formalização do contrato, não há previsão para publicação do Edital de Abertura", disse Roberci Ribeiro;

O novo concurso Senado foi autorizado em outubro de 2019. O aval é para o 40 vagas em cargos dos níveis médio e superior

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Concurso Senado: qual salário dos aprovados?

Do total de vagas autorizadas para o próximo concurso do Senado Federal, 24 serão para técnico legislativo na especialidade de policial legislativo.

A carreira requer o ensino médio completo para inscrição e tem vencimentos de R$20.410,07. O que representa cerca de 19 vezes o valor do salário mínimo atual, de R$1.045.

Serão disponibilizadas também quatro chances para advogado. Graduados em Direito poderão ter remunerações iniciais de R$34.443,96, se aprovados no concurso. Isso indica mais de 32 vezes o valor do salário mínimo.

Ainda serão abertas 12 oportunidades para analista legislativo, em especialidades com exigência de nível superior em ramos específicos. Como Administração (duas), Arquivologia (uma), Assistência Social (uma), Contabilidade (uma), Enfermagem (uma). 

Assim como Informática Legislativa (uma), Processo Legislativo (duas), Registro e Redação Parlamentar (uma), Engenharia do Trabalho (uma), Engenharia Eletrônica e Telecomunicações (uma). Nesse caso, os vencimentos atuais são de R$26.880,04, equivalente a mais de 25 salários mínimos.

Os valores das remunerações do Senado já contam com o auxílio-alimentação de R$982,28, como podemos ver na tabela abaixo:

Carreiras Vencimento Auxílio-alimentação Remuneração total
Policial R$19.427,79 R$982,28 R$20.410,07
Analista R$25.897,76 R$982,28 R$26.880,04
Advogado R$33.461,68 R$982,28 R$34.443,96

 

Os aprovados no concurso Senado também recebem R$147,83 de auxílio-transporte, R$676 de assistência médica e odontológica, R$831,95 de assistência pré-escolar.

Eles ainda têm direito a exames periódicos e capacitações. Os servidores são contratados pelo regime estatutário, que garante a estabilidade empregatícia.

Resumo concurso Senado

  • Órgão: Senado Federal
  • Vagas: 40
  • Cargos: técnico legislativo, advogado e analista legislativo
  • Requisitos: níveis médio e superior
  • Taxas: R$194,57 (policial legislativo), R$258,97 (analista legislativo) e R$334,61 (advogado). 
  • Remunerações: R$20.410,07 a R$34.443,96
  • Banca: em definição

Concurso Senado: comissão trabalhava na escolha da banca

Antes da suspensão, a comissão examinadora trabalhava na escolha da banca do concurso Senado. Neste mês de agosto, o grupo fazia a análise dos requisitos jurídicos, técnicos e financeiros de três instituições classificadas no processo de licitação.

São elas: Cebraspe, Fundação Getulio Vargas e o Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e Assistencial Nacional (Idecan).

"Para a assinatura do contrato, serão observadas as normas procedimentais estabelecidas pelo  Ato da Diretoria-Geral nº 9/2015 , que estabelece o Regulamento de Compras e Contratações do Senado Federal, e a assinatura do contrato somente ocorrerá após a deliberação das autoridades competentes", constava em nota enviada à reportagem.

De acordo com fontes da FOLHA DIRIGIDA, o Cebraspe (antigo Cespe/UnB) era a banca cotada para organizar o concurso. A reportagem entrou em contato com o Senado para confirmar o nome da organizadora. O setor de imprensa, até a última atualização deste conteúdo, não respondeu. 

Ao todo, oito bancas estavam na disputa para organizar o concurso do Senado Federal:

  • Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe);
  • Instituto Acesso de Ensino, Pesquisa, Avaliação, Seleção e Emprego;
  • Instituto AOCP;
  • Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação (IBFC);
  • Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e Assistencial Nacional (Idecan);
  • Instituto Mais de Gestão e Desenvolvimento Social (Imais);
  • Fundação Getulio Vargas (FGV);
  • FUNRIO - Fundação de Apoio a Pesquisa, Ensino e Assistência à Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro e ao Hospital Universitário Gaffrée e Guinle da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).

A banca organizadora contratada será responsável por receber as inscrições do concurso e aplicar as etapas, como provas objetivas.

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Estrutura do novo concurso Senado já estava definida

FOLHA DIRIGIDA também conseguiu o projeto básico do concurso Senado, que funciona como um espelho para o edital. O documento tem dados importantes, como cargos, vagas, estrutura de provas e disciplinas que serão cobradas.

Conforme o projeto do edital, os concorrentes serão avaliados pelas seguintes etapas:

► Policial legislativo: prova objetiva; prova discursiva; exame de sanidade física e mental; teste de aptidão física; exame psicotécnico; sindicância de vida pregressa e investigação social; prova de títulos.

► Analista legislativo: prova objetiva; prova discursiva; prova prática (para especialidade de registro e redação parlamentar); prova de títulos.

► Advogado: prova objetiva; prova discursiva; prova oral; prova de títulos.

As avaliações objetivas e discursivas serão aplicadas em todas as capitais dos estados e no Distrito Federal. As demais fases ocorrerão apenas na capital federal, inclusive a prova discursiva para o cargo de advogado.

Haverá ainda perícia médica e procedimento de heteroidentificação para inscritos com deficiência e concorrentes autodeclarados negros, respectivamente.

O valor mínimo para taxa de inscrição, de acordo com o projeto básico, será de R$194,57 para policial legislativo, R$258,97 para analista legislativo e R$334,61 para advogado.