Concurso TJ MS: perfil da FGV e o que esperar em provas

FGV é a banca do TJ MS. Veja perfil, estilo de cobrança, dicas de tempo e estudo para a prova.

Dicas para concursos
Autor:Júlia Sestero
Publicado em:30/09/2025 às 10:25
Atualizado em:30/09/2025 às 10:28

A Fundação Getulio Vargas (FGV) será a responsável por elaborar as provas do próximo concurso TJ MS. Assim, compreender o estilo da banca organizadora é fundamental para ajustar o conteúdo e o método de estudo.


De modo geral, a FGV privilegia interpretação, análise de casos e capacidade argumentativa. Justamente por isso, as notas de corte costumam ser mais baixas, já que a complexidade e a extensão das provas afetam o desempenho médio.


A seguir, veja os principais traços da FGV, com base na análise e nas orientações do professor Ricardo Baronovsky.

1. Questões em formato de “cases”

Ao invés de cobrar apenas literalidade, a FGV estrutura questões em formato de cases, ou seja, narrativas. Ela traz histórias que simulam situações concretas e exigem do candidato a identificação da norma aplicável e a construção de uma solução.


Desse modo, mais do que decorar artigos, o candidato precisa ter domínio de leitura, interpretação e síntese.

2. Ênfase em interpretação de texto

Como consequência do modelo de “cases”, a interpretação se torna a chave das provas. É necessário compreender exatamente o que a questão pede, descartar informações irrelevantes e aplicar a norma ou conceito ao cenário apresentado.


Mesmo candidatos que dominam a teoria podem se perder se não souberem interpretar o enunciado. A prática com questões anteriores é, portanto, indispensável.

3. Enunciados longos e prolixos

Uma das marcas da FGV é a elaboração de enunciados extensos, com excesso de detalhes secundários. Muitas vezes, nomes, datas ou descrições servem apenas para cansar o candidato e desviar a atenção do comando principal.

"Ela é uma banca prolixa, não consegue ser clara naquilo que ela deseja. É muito redundante em algo que poderia facilitar a cobrança", explica o professor.

Assim, o desafio é filtrar o que é supérfluo e localizar o verbo-núcleo da pergunta.

4. Alternativas extensas, com o erro “no detalhamento”

As alternativas, assim como os enunciados, são longas e explicativas, geralmente com duas a quatro linhas. O erro não está apenas na afirmação principal, mas costuma aparecer na justificativa.


Portanto, é indispensável ler cada alternativa por completo, validando o raciocínio até o fim.


Essa característica, somada à prolixidade dos enunciados, contribui para tornar a prova longa e cansativa.

5. Prova cansativa e gestão do tempo

Com enunciados e alternativas extensas, os cadernos de prova da FGV tendem a ser volumosos. Muitos candidatos não conseguem finalizar a prova dentro do tempo disponível.


Para evitar esse problema, Baronovsky recomenda trabalhar com a média de três minutos por questão, verificar a posição no meio da prova e acelerar, se necessário. Além disso, ele sugere reservar de 30 a 40 minutos apenas para preencher o cartão-resposta.

6. Língua Portuguesa: a disciplina mais exigente

A disciplina de Português é considerada a mais desafiadora da FGV. Em vez de gramática pura, a banca cobra interpretação de textos longos, complexos e muitas vezes subjetivos.


Segundo o professor, parte das questões não possui resposta tão objetiva, o que gera discussões e recursos. Assim, o preparo deve focar na leitura crítica, no vocabulário culto e na compreensão da intenção do examinador.

7. Direito: lei seca, doutrina e jurisprudência

Em provas de nível médio, predomina a cobrança da lei seca, frequentemente reescrita nos enunciados.


Já no nível superior, a banca exige aplicação de doutrina e jurisprudência em casos concretos, cobrando interpretações mais profundas e detalhadas.

8. “Disciplinas da morte” e controle de risco

Além de Português, a FGV tende a selecionar uma ou duas disciplinas com maior grau de dificuldade, conhecidas como “disciplinas da morte”.


A orientação do professor é: diante de questões excessivamente complexas, avance para as demais e retorne a elas apenas se sobrar tempo

9. Notas de corte menores

A soma de prolixidade, subjetivismo e tempo escasso impactam a nota de corte, que costuma ser menor.

"Como muito subjetivismo gera imprecisão, a maioria erra do que é certa. Ou seja, nós temos notas de corte na casa de 60%, 70% em concursos variados", reforça Baronovsky.

Nesse contexto, manter consistência nos acertos vale mais do que “gabaritar” a disciplina.

10. Repetição de temas e previsibilidade relativa

Apesar da complexidade, a FGV costuma repetir estruturas e assuntos. Essa previsibilidade torna provas anteriores fonte fundamental de estudo.


Ao resolver simulados, o candidato identifica padrões recorrentes e treina a gestão do tempo.

Como estudar para o TJ MS com o estilo FGV

Segundo o professor Ricardo Baronovsky, o perfil da FGV exige preparo diferenciado: 

"Questões em forma de cases, exigem capacidade interpretativa do candidato, resistência física e emocional para lidar com enunciados longos e prolixos e alternativas igualmente longas e explicativas. Por consequência, o tamanho da prova é longa e cansativa, o que gera uma escassez de tempo", ressalta o professor.

Diante disso, o estudo deve priorizar a prática com provas anteriores, o treino cronometrado e a leitura crítica.


Assim, o candidato chega ao dia da prova mais adaptado ao estilo da banca e com maior chance de manter o rendimento até o fim.


Cabe destacar que as últimas provas do TJ MS foram realizadas em 2024 e organizadas pela FGV. Logo, servem de base para a preparação.


→ Veja como foram as últimas provas do concurso TJ MS para analista da área Fim!

Concurso TJ MS será organizado pela FGV; veja perfil da banca

(Foto: Divulgação)

Concurso TJ MS pode ter edital somente em 2026

O contrato com a Fundação Getulio Vargas (FGV) foi assinado no dia 19 de setembro, segundo publicação no Portal Nacional de Contratações.


Apesar da contratação da FGV, em declarações recentes, o presidente do Tribunal, desembargador Dorival Renato Pavan, sinalizou realização do concurso apenas em 2026, em razão da agenda da FGV.

"Não vai ser possível fazer este ano, só vai ser feito o ano que vem. Não tenho data certa porque depende da disponibilização dessa data pela Fundação, segundo o calendário deles. Mas ano que vem sai”, afirmou Pavan.

Ainda assim, sua fala não esclarece se a referência abrange também a publicação do edital. Desse modo, permanece a possibilidade de o documento ser divulgado até dezembro, enquanto a aplicação poderia ficar para o próximo ano.


Vale lembrar que a escolha da FGV foi revelada pelo representante do tribunal, durante a solenidade de comemoração dos 190 anos da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul e divulgada pelo portal Campo Grande News.


No Qconcursos, aprovação não é sorte, é método. Clique aqui e prepare-se!

Criação de 160 cargos favorece o concurso TJ MS

No início de setembro, o governador Eduardo Riedel sancionou a Lei nº 6.467/2025, que autoriza a criação de 160 vagas a serem preenchidas com o próximo concurso TJ MS.


Desse total, 150 são para analista judiciário (PJJU-1) e 10 para técnico de nível superior (PJNS-1) — Enfermagem, com lotação na Secretaria do Tribunal e nas comarcas do interior.


A medida, além de viabilizar a nova seleção, tende a fortalecer futuras convocações do concurso anterior.


Conforme o Tribunal, o edital de 2024 formou cadastro de reserva, mas havia insuficiência de cargos vagos para nomeações.


Na justificativa do projeto, o presidente do TJ MS, desembargador Dorival Renato Pavan, apontou a necessidade de repor e ampliar o quadro para manter a eficiência dos serviços jurisdicionais e administrativos.


Por fim, embora ainda existam aprovados de 2024, o Tribunal confirmou nova seleção com cargos inéditos, destacando-se Enfermagem, recentemente incorporado ao quadro e ausente no último edital.

Clique para saber mais

Carregando...