FGV é a banca do concurso TJ RJ; veja como cobra Português, os tópicos mais frequentes e onde focar os estudos.
Dicas para concursos
Autor:Júlia Sestero
Publicado em:04/10/2025 às 11:55
Atualizado em:02/10/2025 às 11:56
A Fundação Getulio Vargas (FGV) é a banca do novo concurso TJ RJ. Ela ficará responsável por elaborar as provas que, geralmente, tem grande destaque em Língua Portuguesa, com foco em interpretação e gramática.
Com enunciados e alternativas longas, a banca privilegia itens contextualizados, cobra coesão e coerência, sendo uma das mais temidas pelo candidato.
A partir de 1.242 questões de 2024, o professor Décio Terror realizou um raio-x da FGV e mapeou assuntos recorrentes e peculiaridades. Assim, o candidato pode alinhar o estudo ao que, de fato, aparece na prova.
Eixos mais cobrados pela FGV em português
Conforme a análise do professor, a FGV mantém quatro eixos centrais, recorrentes em 2024 e com tendência preservada em 2025:
1. Classes de palavras
Foi o tópico mais frequente em 2024, com 234 questões. A banca explora as dez classes gramaticais, com atenção a funções no período e no texto.
2. Interpretação e organização estrutural de textos
Com 226 questões, este é o segundo assunto mais importante. O professor enfatiza que a banca exige do candidato a capacidade de compreender e analisar a estrutura dos textos.
3. Semântica
O terceiro eixo mais cobrado engloba o estudo do sentido das palavras. Nesse tema, a banca gosta de trabalhar com noções como sentido próprio e figurado, antônimos, sinônimos, parônimos, hiperônimos, polissemia e ambiguidade.
4. Estrutura da norma culta/sintaxe
Trata de correção e de relações sintáticas no padrão culto, privilegiando a análise aplicada ao texto, não itens descontextualizados.
Outros assuntos relevantes e peculiaridades da FGV
Além dos eixos principais, há tópicos que, embora menos incidentes, merecem atenção na hora dos estudos, segundo o professor.
Em especial, tipologia textual, denominada pela banca "modo de organização discursiva", somou 95 questões das mais de 1,2 mil analisadas.
Do mesmo modo, a FGV costuma cobrar marcas de textualidade, como coesão, coerência e intertextualidade de uma forma muito própria. Esse tema apareceu em 92 questões em 2024.
"Eu aconselho você a dar atenção a esse assunto. Ele é muito relevante, apesar de ser bem menos de 50% desses grandes eixos", orienta Décio.
Outros temas aparecem com menor volume, mas convém revisá-los na preparação, como:
Ortografia e crase: 43 questões.
Gêneros textuais: 32 questões.
Estrutura e formação de palavras: 25 questões.
Funções de linguagem: 22 questões.
Variação linguística: 19 questões.
Tipologia da frase: 10 questões (com aumento da cobrança em 2025).
Tipos de discurso (discurso direto, indireto e indireto livre): 8 questões.
Onde focar o estudo de português na FGV para o concurso TJ RJ
O professor Décio Terror recomenda concentrar os estudos nos quatro grandes eixos: interpretação e estrutura textual, estrutura sintática, classes de palavras e semântica.
Ele orienta que os candidatos resolvam questões da banca e pratique bastante esses temas, otimizando assim a preparação.
Concurso TJ RJ será organizado pela FGV; veja perfil em Português (Foto: Divulgação)
Perfil da FGV em provas de concursos
Abaixo, a professora Iara Antunes traz as características gerais da banca em provas de concursos:
Atuação da banca: mais de uma década em concursos; presença crescente na área jurídica.
Perfil de cobrança: exige conhecimento teórico e interpretação refinada, com aplicação prática da norma em contexto.
Contextualização: questões que vão além da memorização; cobram o “espírito da lei” em Constitucional, Administrativo e Processual Civil.
Interdisciplinaridade: integra conteúdos e referencia múltiplas áreas no mesmo item.
Peso em interpretação: forte ênfase em leitura crítica, coesão, coerência e análise textual.
Enunciados e alternativas: enunciados longos e alternativas extensas, densas e muito semelhantes entre si.
Pegadinhas semânticas: uso recorrente de polissemia e ambiguidades para testar precisão de leitura.
Literalidade x jurisprudência: tendência a cobrar literalidade em vários pontos; jurisprudência menor que no Cebraspe, mas crescente nas provas mais recentes.
Nível de exigência: alto; demanda justificativa da resposta pelo contexto e pela norma aplicável.
Habilidades exigidas: análise, raciocínio lógico e gestão do tempo para lidar com provas longas e densas.
Critério de acerto: frequentemente “todas parecem corretas”, porém apenas uma alternativa alinha-se à literalidade legal ou à jurisprudência dominante.
Para se preparar, resolva questões da FGV dos últimos três anos, priorizando provas da mesma área.
Além disso, faça revisão dos principais temas e a leitura da jurisprudência dos tribunais superiores.
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Concurso TJ RJ deve ser publicado em outubro
Com a Fundação Getulio Vargas (FGV), contratada como banca do concurso do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, não resta mais entraves para a publicação do edital.
Apesar dos trâmites avançados, o secretário-geral de Gestão de Pessoas do órgão, Gabriel Albuquerque Pinto, falou ao Qconcursos Folha Dirigida que os trabalhos são para a divulgação em outubro.
Com a publicação do edital no mês previsto, o TJ RJ trabalha para que as provas sejam realizadas em janeiro de 2026.
Também conforme o secretário-geral, a homologação do novo concurso público é estimada para o primeiro semestre de 2026.
As convocações serão escalonadas, em turmas de 250 a 350 nomeações ao longo de 2026.
"A gente não tem condições técnicas e operacionais de absorver tanta gente assim de uma vez só. Então, serão chamadas paulatinas aí de 250, 300, 350 pessoas, não mais do que isso. E faremos chamadas ao longo de 2026 para repor essa mão de obra", afirmou.
Confira a entrevista exclusiva completa abaixo:
Seleção será para cadastros de reserva
O novo edital do TJ RJ não ofertará vagas imediatas, mas formará um cadastro de reserva para carreiras deníveis médio e superior.
Veja as especialidades:
Nível médio
técnico de atividade judiciária, sem especialidade.
Nível superior
analista judiciário, sem especialidade, do grupo nível superior;
analista judiciário especialidade contador, do grupo Gestão;
analista judiciário especialidade Execução de Mandados, do grupo Judicial;
analista judiciário especialidade psicólogo, do grupo Assistencial;
analista judiciário especialidade assistente social, do grupo Assistencial;
analista judiciário especialidade comissário de Justiça da Infância, da Juventude e do Idoso, do grupo Judicial;
analista judiciário especialidade médico, do grupo Assistencial;
analista judiciário especialidade médico psiquiatra, do grupo Assistencial;
analista judiciário especialidade analista de negócios, do grupo Tecnologia da Informação;
analista judiciário especialidade analista de infraestrutura de TIC, do grupo Tecnologia da Informação;
analista judiciário especialidade analista de sistemas, do grupo Tecnologia da Informação;
analista judiciário especialidade analista de projetos, do grupo Tecnologia da Informação;
analista judiciário especialidade analista de gestão de TIC, do grupo Tecnologia da Informação;
analista judiciário especialidade analista de inteligência artificial, do grupo Tecnologia da Informação;
analista judiciário especialidade analista de segurança da informação, do grupo Tecnologia da Informação;
analista judiciário especialidade cientista de dados, do grupo Tecnologia da Informação;
analista judiciário especialidade arquitetos de dados, do grupo Tecnologia da Informação;
analista judiciário especialidade engenheiro de dados, do grupo Tecnologia da Informação; e
analista judiciário especialidade analista de dados sênior, do grupo Tecnologia da Informação.
Apesar disso, o secretário-geral informou que o órgão poderá nomear mais de mil aprovados, em razão da abertura de um Programa de Incentivo à Aposentadoria (PIA), previsto para 2026.
Provas do TJ RJ também ocorrerão em outros estados
Pela primeira vez, o TJ RJ aplicará provas também fora do estado, segundo informou o secretário-geral de Gestão de Pessoas do órgão, em entrevista exclusiva ao Qconcursos Folha Dirigida.
Além do Rio de Janeiro, haverá aplicação das provas em São Paulo (capital), Belo Horizonte e Juiz de Fora.
A aplicação das etapas em outros estados é vista como uma forma de possibilitar que mais pessoas possam prestar o concurso público.
"Pela primeira vez, o tribunal fará provas também em outros estados. A prova será aplicada em três cidades que ainda não estão 100% definidas, mas quase lá. Muito provavelmente serão São Paulo, Belo Horizonte e Juiz de Fora. Isso facilita candidatos de outros estados que queiram, eventualmente, prestar concurso aqui no tribunal", afirmou Gabriel Albuquerque.
No Rio de Janeiro, serão aplicadas provas nas seguintes cidades: Angra dos Reis, Cabo Frio, Campos dos Goytacazes, Duque de Caxias, Itaperuna, Niterói, Nova Friburgo, Petrópolis, Rio de Janeiro, Teresópolis e Volta Redonda.
Os salários do concurso TJ RJ varia entre R$5 mil e R$9,3 mil. Confira:
Técnico judiciário (nível médio): inicial de R$5.685,54, sendo composta pelo vencimento básico, a Gratificação de Atividades Judiciárias (GAJ) e o Adicional de Padrão Judiciário (APJ).
Analistas judiciários (nível superior): iniciais de R$9.363,84, sendo composta pelo vencimento básico, a Gratificação de Atividades Judiciárias (GAJ) e o Adicional de Padrão Judiciário (APJ).
Para os analistas da especialidade de Execução de Mandados, há também uma verba mensal indenizatória de R$3.242,58, referente à gratificação de locomoção.
O TJ do Rio de Janeiro oferece ainda benefícios como auxílio-transporte, auxílio-alimentação e adicional de qualificação, sendo este último não cumulativo, conforme o nível de especialização do servidor: