Concursos PA: governador diz que manterá provas "seguindo protocolos"

O Governo do Pará tem encontrado um grande desafio para administrar a pressão em torno da aplicação das provas de concursos públicos. Entidades, parlamentares e candidatos pedem o adiamento, mas, o governador decide manter.

Na última terça-feira, 9, o governador do Pará, Hélder Barbalho, realizou uma nova coletiva para informar que não suspenderá as provas dos concursos da Segurança Pública.

Tanto PM quanto PC ainda têm provas agendadas para os próximos finais de semana. A Polícia Civil, inclusive, reúne mais de 100 mil inscritos em todo o seu concurso.

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Barbalho ainda contextualizou a situação da Educação, que tem lidado com a volta às aula seguindo todos os protocolos de segurança, dizendo:

“Se aulas particulares, que têm protocolo, estão continuando; os concursos públicos, da mesma forma, cumprindo os protocolos, devem continuar”, declarou Hélder.

Muitos candidatos, pelas redes sociais, não receberam a notícia com bons olhos. Segundo eles, as condições no estado do Pará não estão amenizadas para permitir essa aplicação com muitos candidatos.

Na mesma coletiva, Hélder Barbalho ainda anunciou o aumento das restrições. Ele comunicou que haverá um menor horário de funcionamento de shopping center, proibição do funcionamento de academias e cinemas e toque de recolher a partir das 21 horas.

Após reunião, MP diz que não há condições sanitárias para provas

Também na última terça, 9, o Ministério Público anunciou que faria uma reúnião com os seguintes órgãos: Secretaria de Planejamento e Administração (Seplad) e a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup)

Nesta quarta, 10, o MP PA divulgou um anota dizendo que não há segurança sanitária para a realização das provas de concursos previstas.

No encontro, o Ministério Público demonstrou um posionamento pelo adiamento das provas. Segundo o órgão, preocupa a grande quantidade de pessoas que se deslocarão pelo território do Estado do Pará e a inevitável aglomeração em frente aos locais de prova, o número de pessoas nas salas de provas, entre outras questões.

Dessa forma, diante disso, o órgão solicitou aos representantes do Governo do Estado que avaliem, com urgência, a possibilidade de adiar as provas dos concursos até que o quadro pandêmico melhore.

“Aqui em Marabá temos trabalhado várias medidas para evitar aglomerações. Porém, os leitos públicos estão 80% ocupados e a realização de provas aqui nos preocupa nesse período, uma vez que receberemos pessoas de outros municípios. É preocupante, pois temos um problema estrutural na cidade”, destacou a promotora de Justiça de Marabá, Lílian Freire.

Secretário se manifesta favorável à aplicação dos concursos PA

Conforme noticiou o MP, o secretário de Segurança Pública do Pará, Uálame Machado, defende a manutenção das provas. Ele justifica que o governo reforçou a segurança na entrada dos locais de avaliação para evitar aglomerações nas próximas etapas e que as medidas internas de prevenção ao contágio foram aperfeiçoadas.

“Aumentamos o efetivo para o fortalecimento da orientação externa. Além disso, teremos mais locais de prova e mais profissionais”, declarou o secretário.

Também acrescentou que vai levar a questão ao comitê técnico de Covid-19 do governo. O grupo, segundo ele, avalia constantemente a situação pandêmica no estado. O objetivo do comitê será o de apresentar novos dados da pandemia no estado em reunião marcada para ainda nesta quarta, 10.

Já a promotora de Justiça, Juliana Felix, sai favorável ao adiamento das provas por, pelo menos, mais um mês. Ela diz que, assim, será possível prevenir um avanço da contaminação.

"Sabemos da urgente necessidade de preenchimento do quadro de Policiais Civis e Militares, mas será que vale a pena correr esse risco?”, questiona.

Hélder Barbalho mantém provas, mas MP pede suspensão
(Foto: Agência Pará)

Deputada Vivi Reis pede suspensão e aciona o MP

O Ministério Público também foi acionado pela deputada Vivi Reis (PSOL), que pediu novamente o adiamento das provas. Novamente porque na última semana ela enviou um ofício à Seplad, mas sem obter resposta.

Uma das principais justificativas dadas por Vivi Reis ao enviar a demanda à Seplad foi os mais de 130 mil inscritos do concurso da Polícia Civil. Sem resposta, ela acionou agora a DPE e o MP.

Vivi diz que resolveu acionar os dois órgãos para solicitar "providências para a suspensão de todos os concursos no Pará até que as condições sanitárias permitam. Lutaremos pelo adiamento!"

O concurso da Polícia Civil, por exemplo, registrou mais de 130 mil confirmados, com taxas pagas. Foram divulgados dois anexos, sendo um com a lista de inscritos para investigador, escrivão e papiloscopista, somando, aproximadamente, 77.165 mil candidatos em ampla concorrência

O outro documento traz a relação para as vagas de delegado. Neste, foram registrados, cerca de, 22.700 inscritos em ampla concorrência. Há, ainda, as listagens das pessoas com deficiência inscritas na seleção, que se somam a esses quantitativos de ampla concorrência.

Ao todo, o concurso da Polícia Civil do Pará seleciona para 1.088 vagas, distribuídas pelos cargos de:

delegado - 265 vagas;
escrivão - 252 vagas;
investigador - 506 vagas; e
papiloscopista - 65 vagas.

Se confirmadas, as provas deste domingo serão apenas para o delegado, junto as provas discursivas do mesmo cargo. No próximo final de semana, 28, estão previstas as provas das demais carreiras.