Contratação temporária se destaca em meio às incertezas do mercado
Com as incertezas do mercado de trabalho em meio à pandemia do novo Coronavírus, contratação temporária cresce e é tendência para 2021. Entenda!
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Publicado em:11/02/2021 às 13:00
Atualizado em:11/02/2021 às 13:00
Apesar do início das campanhas de vacinação contra a Covid-19, o mercado de trabalho ainda passa por períodos de instabilidade. Essa situação tem contribuído para o aumento de contratações temporárias em diversos setores.
Por exemplo, as contratações pela Employer, empresa de RH referência em contratações temporárias, chegaram ao número de 8.945 em janeiro de 2021. Para se ter uma ideia, em janeiro do ano passado o total foi de 6.516.
Em nível nacional, de acordo com dados da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (ASSERETEM), em janeiro deste ano foram realizadas 178.640 contratações temporárias, contra 130.100 no mesmo período de 2020.
Segundo Vânia Montenegro, diretora de serviços de RH da Employer, o aumento nesse modelo de contrato se justifica por conta das dificuldades enfrentadas pelas empresas diante da pandemia do novo Coronavírus.
"A pandemia trouxe a necessidade muito clara das empresas em ter uma forma de contratação rápida e flexível que atendesse às demandas emergenciais, sazonais ou mesmo de substituição de quadro efetivo, inclusive devido ao afastamento pela COVID-19. Para as empresas, a contratação temporária tem um custo reduzido e variável conforme a demanda, além de promover a empregabilidade com registro em carteira", destacou.
Trabalho temporário assegura benefícios previdenciários aos trabalhadores
(Foto: Divulgação)
Diante das incertezas, contratação temporária é uma boa alternativa para empregadores e profissionais
Para Vânia, considerando as incertezas do mercado de trabalho, atualmente, uma das melhores alternativas para as empresas darem continuidade aos seus projetos é contratar profissionais temporariamente. O trabalhador também se beneficia, visto que garante uma oportunidade no mercado, enquanto não surge uma vaga efetiva.
"Por conta do período de instabilidade, a contratação temporária é uma das melhores alternativas, as empresas optam por esse tipo de modalidade para permanecerem produtivas nesse cenário de incertezas e crise o qual o país vem passando", ressaltou.
Outra vantagem para o profissional é que neste formato os direitos trabalhistas são assegurados, considerando que o trabalhador temporário tem registro na carteira de trabalho.
Dentre esses direitos, estão inclusos pagamento de horas extras, descanso semanal remunerado, 13º salário proporcional ao tempo de serviço e férias proporcionais ao período trabalhado. Ele ainda recebe 8% dos seus proventos a título de FGTS e o tempo trabalhado como temporário também conta como contribuição para a aposentadoria.
"Segundo a legislação, o trabalhador temporário pode ser contratado por até 180 dias, com possibilidade de prorrogação por até mais 90 dias e a efetivação pode acontecer a qualquer momento desse período. Vale ressaltar que junto à Previdência, o trabalhador temporário também tem seus direitos garantidos, como auxílio-doença, desde que se respeite a carência mínima exigida para o pagamento dos benefícios", explicou Vânia.
Contratação temporária vai continuar em alta em 2021
A diretora de serviços de RH da Employer disse que a tendência é que as contratações temporárias continuem em alta ao longo de 2021. E mais: segundo ela, essas vagas podem ser a oportunidade que muitos profissionais buscam para se recolocar no mercado de trabalho.
"As empresas seguem em busca de mão de obra rápida e flexível, esse é o melhor ano para quem está em busca de um trabalho", aconselhou.
Empresas de diversos setores estão aderindo a esse modelo de contratação. Entre eles: comércio, indústria, saúde, agronegócio, logística e indústrias de material de construção. No geral, as regiões que mais oferecem vaga nesse modelo são as regiões Sul (Santa Catarina e Paraná) e Sudeste (São Paulo).
Outro modelo de contratação que vem se destacando no mercado é o trabalho intermitente. Essa modalidade é permitida desde a Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467/2017).
Basicamente, nessa forma de contratação, os profissionais são chamados para atender a demanda da empresa em períodos alternados. Por exemplo, um profissional pode ser contratado para cumprir uma demanda por três dias ou um mês.
Isso garante ao trabalhador uma maior flexibilidade para ofertar seus serviços em mais de um local, entre outros benefícios. Já o empregador pode contratar o número de profissionais que deseja para a atividade determinada naquele período de tempo.
Vânia Montenegro explicou que a maior diferença entre a contratação temporária e a intermitente é que na temporária a empresa conta com a intermediação das agências que fazem a colocação de trabalhadores temporários, além de legislação própria. Já a contratação intermitente possui vínculo empregatício e é regido pela CLT.
"Vale destacar que muitas empresas que optaram por esta modalidade não se adaptaram por questões legais e operacionais. Além de promover um cenário de insegurança ao empregado que fica no aguardo de convocações, geralmente para poucos dias de labor."