Coronavírus: Prefeitura do Rio contrata mais de 5 mil profissionais

Por meio de seleções coordenados pela RioSaúde, a Prefeitura do Rio contrata mais de 5 mil profissionais no enfrentamento ao Coronavírus.

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Publicado em:13/04/2020 às 07:05
Atualizado em:13/04/2020 às 07:05

A Prefeitura do Rio de Janeiro, por meio da RioSaúde, está contratando mais de 5 mil profissionais para o enfrentamento ao novo Coronavírus (Covid-19). As oportunidades são para atuação nas redes municipal, federal e universitária da cidade.

Há vagas diretas, para os hospitais de referência no tratamento da doença, e até para postos de outras unidades da rede, como reposição dos funcionários que precisarem se afastar do trabalho por licença médica ou por fazerem parte dos grupos de risco.

Os contratos são por tempo determinado, enquanto durar a crise sanitária causada pelo Coronavírus. As inscrições para todos os processos seletivos devem ser feitas no site da RioSaúde.

Além do Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari, e o Hospital de Campanha, no Riocentro, a Prefeitura do Rio de Janeiro também contrata para os Hospitais Federal de Bonsucesso (HFB) e Universitário Clementino Fraga Filho (Hospital do Fundão).

Há vagas para médicos de diversas especialidades, com vencimentos que chegam a R$ 15.693,95 (conforme carga horária) mais benefícios. Além destas, a RioSaúde também oferece oportunidades para outros profissionais da área Assistencial, como:

  • enfermeiro;
  • técnico de enfermagem;
  • fisioterapeuta - com experiência em UTI;
  • fonoaudiólogo;
  • assistente social;
  • farmacêutico; e
  • quadro de apoio.
RioSaúde seleciona mais de 5 mil profissionais (Foto: Governo do RJ)
Hospital Ronaldo Gazolla será referência no 
tratamento do Coronavírus (Foto: Governo do RJ)


Saiba como ocorre o processo seletivo

Inicialmente, os profissionais contratados para a linha de frente ao Coronavírus estão sendo alocados no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, primeira referência da rede municipal. A unidade tem capacidade para 381 leitos, dos quais 182 serão de UTI adulto e 19 de UTI pediátrica.

O hospital de Acari é também o principal centro de capacitação profissional para os cuidados da doença. Quando necessário, a prefeitura acionará também o Hospital de Campanha da rede municipal, com 500 leitos, sendo 400 de clínica médica e 100 de UTI, além de um pequeno centro cirúrgico.

A unidade terá uma equipe mesclada entre profissionais já treinados no Ronaldo Gazolla e outros contratados diretamente para atuar no Riocentro.

Pelos processos seletivos abertos no site da RioSaúde, já é possível os profissionais, entre médicos e outras categorias, assinalarem a unidade de sua preferência, sendo elas: Ronaldo Gazolla; Hospital de Campanha; Hospital do Fundão; e o Hospital Federal de Bonsucesso. 

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Profissionais de algumas categorias, como técnicos de enfermagem, que já se inscreveram no processo seletivo exclusivo para o hospital de Acari, mas ficaram acima do número de vagas oferecidas na ocasião, serão convidados a migrarem para os novos hospitais incluídos na seleção.

Reforço em outras unidades da rede

A RioSaúde também está contratando profissionais para outras unidades da rede, com o intuito de reforçar e repor as equipes durante a epidemia do Coronavírus. São vagas, por exemplo, para os hospitais maternidade Carmela Dutra, Fernando Magalhães e Herculano Pinheiro e para o Hospital Municipal Jesus, entre outros.

Estas unidades não são referência para Covid-19, mas, devido ao afastamento de alguns profissionais por licença médica ou por fazerem parte dos grupos de risco (maiores de 60, portadores de doenças crônicas e gestantes), as equipes estão desfalcadas e precisam de reforços.

Nesses processos seletivos, já há vagas abertas para enfermeiros, técnicos de enfermagem e médicos neonatalogistas. Nestes casos, as inscrições também devem ser feitas no site da RioSaúde.

Hospital Ronaldo Gazolla reúne 841 vagas

A Empresa Pública de Saúde do Rio de Janeiro realiza uma nova seleção RioSaúde. O edital, divulgado em março, traz inicialmente 841 vagas temporárias para atuação no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari, no Rio de Janeiro. 

A unidade é referência para internação e tratamento de casos de Coronavírus. A medida, segundo a RioSaúde, visa ampliar as equipes de saúde por tempo determinado. As vagas estão distribuídas por cargos dos níveis médio, técnico e superior, sendo:

  • Nível médio: auxiliar de suprimentos (28 vagas) e assistente administrativo (13)
  • Nível médio técnico: técnico de enfermagem (210)
  • Nível superior: assistente social (três), enfermeiro (45), enfermeiro com especialidade em UTI (68), farmacêutico (11), fisioterapeuta (40), fisioterapeuta com especialidade em UTI (75) e médico nas áreas de Clínica Médica (66), CTI adulto (222), CTI pediátrico (30) e de rotina (30).
     

Para boa parte das vagas, é necessário apresentar experiência de, no mínimo, seis meses ou um ano, e registro no respectivo conselho. Os salários irão variar entre R$1.293,69 e R$11.029,13. Haverá ainda adicionais para os médicos, conforme as horas trabalhadas. 

As contratações serão temporárias e, durante os meses de trabalho, os contratados terão direito ao adicional de insalubridade, no percentual estabelecido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), adicional noturno, alimentação coletiva em refeitório e auxílio transporte.

As inscrições para a seleção RioSaúde foram abertas em março mas seguem sem um prazo para terminar. Segundo a empresa, as convocações serão realizadas, continuamente, à medida que houver necessidade de reposição ou de aumento de quadro.

Mandetta reconhece necessidade de concurso

Sem novos concursos para os hospitais federais do Rio de Janeiro, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, reconheceu a necessidade de reposição de pessoal. Tais unidades, de acordo com ele, estão “sucateadas de recursos humanos”.

Em entrevista coletiva na última quarta-feira, 8, o ministro explicou que os servidores estão com a idade avançada. Ao mesmo tempo, não há concursos em validade para que os aprovados possam suprir as carências a longo prazo.  

"Antigamente nós tínhamos uma carreira para médicos e enfermeiros que trabalhavam nesse serviço público federal. Nesses 35 anos não foi feito mais concurso para o quadro desses hospitais. Essa força de trabalho foi ficando cada vez mais idosa", disse Mandetta.

Mesmo diante desse contexto, o Hospital Federal de Bonsucesso foi o escolhido como referência para o tratamento do Coronavírus, na rede Federal. Para o ministro da Saúde, essa unidade deveria ser direcionada para casos usuais e não para linha de frente de combate à pandemia.

Uma vez que a maioria dos servidores tem mais de 50 anos, grupo considerado de risco para o novo Coronavírus. Sobre isso, Mandetta fez uma comparação com a Itália, que perdeu 45% de sua força de trabalho por conta da idade avançada dos profissionais de Saúde.

Ao analisar o panorama nos hospitais federais do Rio, o ministro foi enfático: o Governo Federal terá que escolher uma forma de repor a mão de obra.

Para isso, ele deu algumas opções, como concurso público, processo seletivo para temporários ou ainda a contratação de uma Organização Social (OS) para gestão das unidades de saúde.

"São hospitais que o Brasil vai ter que decidir: ou vai fazer novamente concurso público ou partir para uma contratação de terceirizados, organizações sociais. Mas, nós teremos que decidir porque naqueles hospitais, a grande maioria da força de trabalho está acima dos 50 anos", constatou o ministro da Saúde.