Crise Covid-19: como manter os estagiários?

Presidente da Abres traz alternativas para manter os jovens no mercado de trabalho

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Publicado em:14/05/2020 às 11:00
Atualizado em:14/05/2020 às 11:00

A crise econômica ocasionada pela pandemia do novo Coronavírus vem prejudicando diversos setores, entre eles, o mercado de trabalho. E uma das principais dúvidas (e medo também) é de como se manteria os estagiários durante esse cenário?

E essas perguntas têm sido feitas não somente pelos próprios estagiários, mas também pelas empresas. Qual saída? Que medidas tomar?

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Foi pensando nisso que o presidente da Associação Brasileira de Estágios (Abres), Seme Arone Junior, listou algumas opções para que esse cenário de crise internacional possa ser superado da melhor forma.

"O estágio é alternativa para a manutenção de jovens no mercado e o incentivo à educação", destacou.

 

(Foto: Divulgação)
Presidente da Abres dá dicas para manter o estagiário durante a crise
(Foto: Divulgação)

 

Especialista destaca que o principal é ter planejamento e adaptação

Seme comenta que tem recebido muitas dúvidas e perguntas sobre as melhores maneiras de lidar com o atual cenário. Foram muitos questionamentos a respeito de como manter os estagiários em meio a enorme instabilidade do país.

Ele comenta que as duas principais palavras-chaves para o momento de crise atual são: planejamento e adaptação.

O especialista cita, ainda, que o isolamento é a medida mais eficiente para que se evite a propagação do vírus. Por isso, é essencial pensar em estratégias que possam ter como norte o distanciamento, por exemplo, o home office.

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Essa foi a primeira sugestão e alternativa dada pelo presidente da Abres. Segundo ele, é um modelo a ser adotado sem medos, pois oferece ainda um respaldo jurídico de segurança. Ele cita a Medida Provisória 927/2020:

"A legislação assegurou esse regime de trabalho para estagiários e aprendizes. Assim, além de  garantir a independência financeira, assegura a continuidade dos estudos."

Vale lembrar que nesse período de quarentena diversas empresas optaram pelo home office como modelo de trabalho e tiveram excelentes retornos. Algumas, inclusive, já manifestaram que pretendem manter essa medida flexível mesmo após a pandemia.

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Seme ainda comenta que nessa condição de trabalho não há muitas premissas negativas que possam assegurar a empresa qualquer desvantagem. Assim, o estudante consegue, de sua residência, cumprir a carga horária normal. Mas, destaca a necessidade de acompanhamento profissional.

"Por exemplo, se o jovem entra às 10h e sai às 17h, com 1h de almoço, na rotina diária na empresa, então, deve fazer esse mesmo período em sua casa. Vale lembrar: a companhia deve supervisionar o colaborador, seja por videoconferência, ligações ou e-mail. Afinal, trata-se de um ato educativo escolar supervisionado", explica.

Presidente da Abres também cita o recesso remunerado

Além do home office, outra possibilidade citada pelo presidente da Abres foi o recesso remunerado. Para essa hipótese, ele usa como justificativa a Lei 11.788/2008.

Pela legislação, por cada mês estagiado, o estudante tem direito a 2,5 dias de pausa. E, segundo ele, diante desse cenário, escolher dar um recesso remunerado pode ser uma das saídas.

O presidente também dá como sugestão uma possível redução da carga horária de trabalho, que acarretaria, logo, em uma redução também da bolsa-auxílio. No entanto, essa medida, segundo Seme, ajudaria:

"a instituição a manter o jovem atuando para quando a situação se normalizar, retomar suas atividades de costume. Acreditem: iremos superar tudo isso em breve!".