Dia dos Pais: para ficar perto dos filhos, eles adotam o freelancer

Cadastros na Workana, plataforma de freelancers, cresceu 32% no Brasil

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Publicado em:09/08/2020 às 06:00
Atualizado em:09/08/2020 às 06:00

A adoção do home office em função do distanciamento social pelo novo Coronavírus permitiu que os pais ficassem mais tempo em casa com os filhos. Com isso, veio um desafio: conciliar a rotina de trabalho com a atenção aos pequenos.

Apesar das adversidades, muitos pais têm gostado do trabalho à distância e a convivência maior com as crianças. Inclusive, há quem já tenha optado pela modalidade freelancer e adotado o home office de forma permanente.

O freelancer é o profissional que atua por conta própria, oferecendo seus serviços a diferentes clientes. Em resumo, é um trabalhador autônomo, que presta serviços de maneira independente a outras pessoas ou empresas.

O número de cadastros de profissionais na Workana, plataforma de freelancers, cresceu 42% na América Latina, 32% só no Brasil. O quantitativo saltou de 2,8 milhões de profissionais, cadastrados em fevereiro, para 3,2 milhões neste período de isolamento (50% são brasileiros).

O country manager da Workana, Daniel Schwebel, percebe que quando se tem filhos, trabalhar em casa, equilibrando a vida profissional e pessoal é um grande desafio, mas também algo muito bom.

“O tempo que antes era gasto no trajeto até o trabalho agora pode ser gasto descansando ou aproveitando um tempo de qualidade com a família e isso não tem preço, e é justamente essa liberdade e qualidade de vida que leva a maioria dos profissionais a se tornarem freelancers”.

Para o country manager, muitos profissionais contratados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) já não querem voltar ao trabalho como era antes.

Neste Dia dos Pais, FOLHA DIRIGIDA apresenta histórias de quem deixou a CLT para viver como freelancer e ficar mais perto dos filhos.

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‘Converso mais com eles agora, de quando vivíamos juntos’

Para Jailton Silva de França, morador de Recife, capital de Pernambuco, o trabalho como freelancer trouxe maior convívio com os filhos. Mesmo morando em casas diferentes.

Divorciado há cinco anos, seus filhos vivem com a mãe. Designer, com formação na Universidade Federal de Pernambuco, optou pelo trabalho freelancer e home office há seis anos.

“Meus filhos moram com a mãe, mas nossos encontros ficaram melhores. Por incrível que pareça, converso mais com eles agora, de quando vivíamos juntos. Pois era uma rotina muito chata. Saía para trabalhar, eles estavam dormindo, chegava muito cansado e por muitas vezes não conversávamos. Restavam apenas os finais de semana”, relembra.

 

Jaliton com seus filhos
Jailton com seus filhos, Maurício, Marcos e Maria Clara, e seu neto 
Guilherme (Foto: Arquivo Pessoal)

 

Atualmente, os filhos passam os finais de semana e férias com Jailton. Ele conta que encontrou na modalidade freelancer um meio de ganhar dinheiro. “O que era para ser um ‘bico’, virou uma fonte de renda”.

Sair do emprego na CLT e trabalhar por conta própria permitiu que ele conseguisse administrar melhor seu tempo. “Fiz meu horário baseado nas minhas necessidades. Passei a ficar mais tempo com meus filhos. Conversar mais com eles, saber sobre suas pretensões de vida. Entendê-los melhor”.

O profissional acrescenta: “Quando se é freela, quem faz seu salário é você”. Jailton comenta que há muitas oportunidades abertas para freelancers.

“Sem preconceitos seja ele de idade, cor, gênero ou distância. Trabalho sempre há. Agora é preciso muita disciplina e dedicação. Talento, profissionalismo. Caso contrário você estará fadado ao fracasso”,  orienta.

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‘Estar em casa traz conforto que nem o barulho das crianças atrapalha’

Há quatro anos, Leonardo Franco também trabalha como freelancer em uma plataforma de e-commerce. Antes já tinha atuado com cobranças judiciais, auxiliar administrativo e proprietário de um salão de cabeleireiro de cortes masculinos.

Morador de Palmeiras de Goiás, a 90 km de Goiânia, Leonardo é casado e tem dois filhos: Lucille de oito anos e Bernardo de seis anos. Ele destaca que o trabalho freelancer requer muita responsabilidade.

 

Leonardo e seus filhos
Leonardo e seus filhos: Lucille de oito anos e Bernardo de seis anos
(Foto: Arquivo Pessoal)

 

O lado positivo, segundo ele, é poder acompanhar o crescimento dos filhos de perto.

“O trabalho freelancer traz alguns benefícios que é poder ver o desenvolvimento dos filhos e acompanhar nas descobertas. Isso é algo que dinheiro não paga”, conta.

Conciliar a rotina de trabalho e reuniões com as crianças em casa não é tarefa fácil. “Como qualquer criança eles têm energia sobrando. Durante o dia, tenho que pedir o tempo todo para que não façam barulho durante as reuniões e explicar que se eles se comportarem, eles estarão nos ajudando”, relata.

A ajuda das crianças nesse sentido, como explica Leonardo, dá um sentimento de responsabilidade às crianças. “Assim já ajudando na educação. Mais isso é levado de forma leve”.

Para Leonardo, a produtividade não é afetada pela presença dos filhos por perto. “No meu caso melhorou, pois estar em casa traz certo conforto que nem mesmo os barulhos e brigas das crianças podem atrapalhar”.

O mais importante, na visão do freelancer, é que os filhos possam ter mais contato com os pais. Pois a rotina corrida, muitas vezes, impossibilita esse contato. Neste dia dos pais, Leonardo Franco deixa a seguinte mensagem:

“Que nós possamos ser pais presentes, atenciosos, educadores e amigos.  Ensine a tolerância, respeito e dê limites. Isso é o que a criança precisa, assim demonstramos amor. Que sejamos exemplos mostrados em atitudes, pois isso deixa marcas na criação dos nossos filhos”. 

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