Eu resolvi participar porque com a minha experiência com mais de 30 anos de gestão, tenho certeza absoluta que a cidade do Rio de Janeiro tem jeito sim, mas não com essa turma que está ai. Nesse processo conheci o Partido Novo, que é o partido que não usa o fundo eleitoral, que faz processo seletivo para a escolha dos candidatos, ou seja, exige que eles tenham experiência comprovada e sejam bem sucedidos em gestão (que é o meu caso) e ficha limpa e não tolera essa forma atual de fazer política.
Venho apresentar meu nome, em benefício da minha cidade, para nós tornamos a cidade do Rio de janeiro a cidade maravilhosa dos nossos sonhos e com a certeza que absolutamente possível.
Quero lembrar ao eleitor: não entra nessa que você não deva participar da política. Você deve sim, deve se informar! E eu tenho conversado com vocês, que é meu sentimento também, que com essa turma que está ai não dá. Mas nós temos esperança sim. Vamos participar e vamos salvar nossa cidade do Rio de Janeiro.
Folha Dirigida: Manter uma relação de harmonia com os governos federal e estadual é de suma importância para os municípios, sobretudo para captar investimentos para a cidade. Caso eleito, como pretende relacionar-se com o governador em exercício, Cláudio Castro, e o presidente Jair Bolsonaro?
Sou empresário experiente, em grandes empresas e no (clube) Flamengo também, a relação com todos os entes que formam o ambiente que você precisa trabalhar em cooperação, uma boa relação é fundamental. Mas nem sempre uma relação eficaz está baseada única e exclusivamente na cordialidade.
Primeiro temos que entender quais são os propósitos em benefício do carioca, que paga todos os seus impostos, uma parte expressiva para o Governo Federal. 55% de todos os impostos pagos vão para o Governo Federal, 20% para o estadual e 25% ficam aqui. Então o prefeito do Rio de Janeiro, como representante dos cariocas, tem que ser o principal demandante dos serviços públicos, dos governos federal e estadual que venha em benefício da cidade do Rio de Janeiro.
É claro que quanto mais cordial, harmônica for a relação melhor, pois todos os agentes políticos de qualquer ente federativo devem estar trabalhando juntos em benefício do carioca, mas tem que ser exigente também em relação a qualidade dos serviços prestados. Por exemplo, no Saneamento o serviço que a Cedae - que pertence ao Governo do Estado - presta à cidade do Rio de Janeiro é horroroso.
Em nome dessa cordialidade, o Rio de Janeiro não tem 50% de seu esgoto tratado, porque nenhum prefeito assumiu a responsabilidade de cobrar isso. Poderia ter sido cordial? Poderia, mas o serviço não foi entregue! Na verdade ele não foi nem cobrado. Aqui no Rio de Janeiro houve muita cordialidade para fazer obras em benefício das empreiteiras, não em benefício do carioca.
Não houve cordialidade para melhor o serviço de ensino, para ter uma Saúde com atendimento e prevenção muito maior do que tem aqui. Não teve cordialidade em relação aos benefícios que são as maiores necessidades do carioca: Segurança, Saúde, Saneamento.
O que o Rio de Janeiro teve até agora, nas Olimpíadas, Copa e Pan americano foram obras, que nós sabemos onde ela foi parar. Então tem que ter relacionamento de trabalho. O relacionamento de uma empresa com seu fornecedor é um relacionamento digno. Não precisamos falar necessariamente de cordialidade, ele tem que ser eficaz.
Os governos estadual e federal prestando ótimos serviços para os cariocas e o prefeito atuando também na sua responsabilidade para fazer muito bem feito a sua parte aqui. Relação profissional, objetiva, clara, integrada é isso que eu vejo. Não é toma lá dá cá, que essa turma que tem 'rabo preso' tem feito até agora. Que um quer melindrar o outro porque sabe que vai vir culpa no cartório.
Folha Dirigida: A pandemia fez com que milhares de brasileiros perdessem o trabalho, e os trabalhadores do Rio de Janeiro foram um dos mais afetados em todo o país. Caso eleito, quais ações pretende desenvolver para gerar renda para a população e contribuir para a criação de novos postos de trabalho na cidade do Rio de Janeiro?
Posto de trabalho quem abre é a iniciativa privada. Quem teve um grande prejuízo com essa pandemia no Brasil, infelizmente foi a iniciativa privada. O governo não tomou nenhuma iniciativa para reduzir suas despesas. Quem está fora do governo teve que se virar nos 30 (que é até o número do meu partido, meu número na candidatura risos).
Eu não vi nenhuma iniciativa do governo de contenção de despesas, pelo contrário. Aqui no Rio, no estado e no munícipio, eu vi despesas absurdas com hospitais de campanhas desnecessários. Vou te dar um exemplo do único governo executivo eleito pelo Partido Novo, que é o governo de Minas Gerais.
Que no primeiro ano teve o maior volume de investimentos, mais do que nos quatro anos do governo anterior, que neste ano ano com toda a pandemia está tendo mais investimentos: de quem? Da iniciativa privada. E foi também o estado que mais gerou empregos. É disso que precisa, destravar e descomplicar a iniciativa privada.
A prefeitura tem que incentivar e aí sim buscar os caminhos da Construção Civil, do Saneamento - que é intensivo em mão de obra, mas atraindo a iniciativa privada para fazer. No Rio de Janeiro se construiram hospitais de campanha com mais de 1.500 leitos nos hospitais existentes e ociosos.
O que fez o Partido Novo do governador Zema? É o estado que tem o menor número de mortes por habitantes do Brasil e também é o estado que gastou menos no ataque ao coronavírus. Sabe qual é nome disso? Choque de gestão e tolerância zero com a corrupção, que não temos aqui. O Rio de Janeiro nunca teve gestor, tem político. O foco nunca foi o carioca, foi a eleição, são focos completamente diferentes. Ao invés do carioca, tem foco na eleição, no forncedor, na empreiteira e neles mesmos, em manter os cabides de emprego e a politicagem.
Folha Dirigida: Como recuperar o Turismo no Rio, um dos setores que mais gera emprego e que está sendo extremamente afetado pela pandemia?
O Turismo é um setor importantíssimo de negócios para o Rio de Janeiro. A reposta que eu vou dar para o Turismo vale para Eventos, Economia Criativa, para Ciência e Tecnologia, vale para qualquer atividade empresarial no Rio d Janeiro.
O que cidade precisa fazer: número 1 - atacar a questão da sensação de segurança, isso espanta o turista, empresas, diminui a capacidade de empregar e dar trabalho futuro ao carioca.
Segundo pilar é descomplicar, destravar, desregulamentar. Hoje para se ter uma ideia é mais fácil fazer uma filmagem de uma rua em São Paulo, do que de uma rua no Rio. Quando essas imagens iriam propagar a imagem da cidade para tudo quanto é canto e trazer mais turistas para cá. Por que se faz isso no Rio de Janeiro? Em nome falso de tentar cobrar mais taxas e junto com isso facilitar a corrupção.
O rio de Janeiro está no inverso. Está girando em um ciclo vicioso de criar impostos maiores, regulamentações maiores, complicações que espantam as empresas, turistas, eventos, não atacam as despesas, não tem responsabilidade fiscal. O que acontece? Cai a receita porque as empresas vão indo embora, o trabalho vai indo embora, atividade econômica decrescendo e o que sobra para esse ciclo vicioso? Aumentar mais os impostos, aumentar mais as regulamentações. Esse é o ciclo vicioso, o drama do Rio de Janeiro.
Então além da segurança precisamos descomplicar, destravar, dizer muito mais sim do que não para que as empresas venham. Para que o turista venha, para que gere mais atividade econômica para que possamos diminuir os impostos. Para gerar o circulo virtuoso: mais atividade econômica, menor necessidade de imposto.
Quem é que ativa a atividade econômica? É o empresário, é o investidor, é principalmente o pequeno empreendedor. O Rio de Janeiro está cheio de pequenos empreendedores é só você andar em qualquer comunidade. E eles têm apoio zero do poder público, principalmente da prefeitura, que só aparece lá para atrapalhar e não para incentivar, para encorajar. Esses 'caras' é que são os geradores de empregos.
E aí irá tudo fluir! A cidade com sensação de segurança e desregulamentação vai atrair muito empresário do ramo de Turismo e Eventos para fomentar o Turismo do Rio de Janeiro. O que está sendo feito em relação ao turismo e a todas as demais atividades econômicas é criminoso!
Folha Dirigida: Os jovens, sobretudo, de menor escolaridade e baixa renda, costumam ser os mais afetados quando se fala em boas oportunidades de emprego. O que o senhor acredita que deve ser feito para alterar essa realidade? No seu plano de governo, há projetos voltados para ampliar a empregabilidade entre os jovens e, ainda, permitir que ele se desenvolva profissionalmente?
O principal pilar é o desenvolvimento econômico. Sem esse desenvolvimento, se a gente não conseguir fazer o que Minas Gerais já está fazendo, que é atrair o desenvolvimento privado - Minas do governador Zema, eleito pelo Partido Novo -, foi o estado que mais gerou empregos no ano passado, porque atraiu com segurança jurídica, com desregulamentação, com apoio com seriedade, o governo honesto e qualificado. Anima a atividade privada a investir, isso gera emprego.
Sem a geração de empregos, é ilusão achar que qualquer coisa vai se resolver. As coisas não caem do céu. A lógica está errada. Tem que ter desenvolvimento econômico. Além disso, com a desregulamentação e a facilitação o Rio de Janeiro pode ser o berço das startups. Estamos perdendo isso para Recife, Florianópolis, São Paulo, Belo Horizonte, por absoluto descaso do governo.
Em segundo temos que qualificar muito melhor os nossos jovens, as nossas crianças. O ensino fundamental do Rio de Janeiro tem resultados pífios. Uma criança ao final do terceiro, 50% é analfabeta funcional. Ao final do nono ano do ensino fundamental, 81% não aprendeu a matéria direito.
O que gera mais possibilidades de ganhos maiores e maior inserção no mercado de trabalho, principalmente olhando os empregos do futuro? É o aprendizado, o conhecimento. Então temos que investir no desenvolvimento econômico, que o Rio de Janeiro seja o melhor lugar para abrir uma empresa, tocar um negócio no Brasil.
Também trabalhar muito bem o ensino fundamental para garantir que as crianças aprendam ano a ano. Esse aprendizado já é conseguido em várias cidades do Nordeste. Então: educação e desenvolvimento econômico.
Folha Dirigida: Quais ações o senhor pretende desenvolver para valorizar os servidores públicos da cidade do Rio de Janeiro? No seu governo, eles terão um papel de protagonista?
Na minha visão, os funcionários do município do Rio de Janeiro são muito bem qualificados, mas por outro lado eles são muito desvalorizados pela politicagem que tem atingido os governos aqui. Quando você coloca apadrinhados políticos, vereadores ocupando cargos na secretaria e, até mesmo, influenciando nas próximas eleições os cargos de segundo de terceiro escalão também na prefeitura, você desrespeita o funcionário público de carreira que tem muito conhecimento.
Mais uma vez vou voltar ao governo de Minas Gerais que cheguei a participar da montagem no período de transição do governador Zema. O que foi feito em Minas Gerais? Um processo seletivo para ocupação dessas posições e você sabe mais de 95% de todas as posições vieram a ser ocupadas pelos funcionários públicos.
Os funcionários públicos conhecem os problemas, estou falando de Minas Gerais, e no Rio de Janeiro será a mesma coisa, eu não tenho dúvida que praticamente todos os cargos serão ocupados por funcionários públicos. Tenho conversado com muitos, tem gente muito bem qualificada que está sendo desrespeitada, desqualificada, desmotivada por esse modelo horroroso que nós temos tido na política do Rio de Janeiro.
Nós temos visto aí o quê o atual prefeito tem feito. Não tem nada de mérito, é tudo pensando na eleição, nunca na qualidade do serviço. E quando não se pensa na qualidade do serviço você não valoriza quem está mais capacitado para fazer. Quem vai recuperar o Rio de Janeiro são todos os cariocas, a começar pelos servidores do município.
Folha Dirigida: É certo que a pandemia que atinge o mundo afetará a economia do país, com a queda de arrecadação. É possível, no atual momento, já traçar um cenário para o Rio de Janeiro, pós-pandemia, sabendo que o município do Rio se encontra em um momento de dificuldades, operando há dois anos acima do limite imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal?
Eu sempre na minha vida peguei empresas em dificuldades financeiras, que foram saneadas e depois se tornaram em prósperas e muito bem sucedidas. O último lugar que eu passei foi o Flamengo, que é um time de futebol que sofria dessas questões também, um modelo político recorrente que nunca levava à solução.
A primeira coisa que vale para todos é que gastar mais do que se recebe nunca dá certo. Você vai ficar endividado, vai pagar juros e esse dinheiro de juros não tem nenhum benefício para sua vida, então tem que diminuir a dívida e para diminuir a dívida tem que gastar menos do que ganha. O que se faz aqui na prefeitura do Rio ao longo de anos e anos? Déficit ao longo de déficit.
Com a pandemia a receita caiu. Não foi feito nenhum esforço para conter a despesa. Então a primeira coisa que nós iremos fazer é conter as despesas para trazer para um valor abaixo da receita, por menor que ela seja. Como vai ser feito isso? Principalmente enxugando a estrutura gorda que é o número de secretarias muito grande. Nós pretendemos não ter mais de dez secretarias, nós pretendemos também fazer uma descentralização administrativa muito grande. Cortar cargos em comissão que não sejam necessários o máximo que puder.
Vou te dar um exemplo: o Rio de Janeiro tem uma Secretaria de Turismo, uma Secretaria de Eventos, uma Empresa de Turismo e uma Empresa de Eventos. Quatro entidades para a rigor não fazer nada, porque estas entidades deveriam estar única e exclusivamente fomentando as atividades econômicas, ou seja, sendo interlocutoras e facilitadoras dos agentes privados que atuam no Turismo e que atuam nos eventos. Não precisa desse bando de gente e desse bando de cargo, isso será enxugado para trazer a despesa para baixo da receita. Isto em primeiro lugar.
Número 2: como é que aumenta a receita? Não é aumentando imposto, não é aumentando regulamentação, não é aumentando taxa, é criando condições para a atividade econômica crescer. E assim com esse aumento de receita ao longo do tempo, sempre com a despesa baixa, você podendo fazer investimentos maiores.
Então, primeiro o Rio de Janeiro precisa fazer um encolhimento muito grande da máquina, mas da estrutura de comando que são os maiores salários de cargos comissionados. Em segundo a contenção das despesas e tudo que for possível com inteligência e com controle para não ter a corrupção de jeito que se tem. Não tenho dúvidas que vai aparecer muito dinheiro quando forem cortados esses desvios também.
Em terceiro, vai precisar da Reforma Administrativa para valorizar o funcionário público que ganha muito pouco e para equilibrar aqueles que ganham demais, acima de teto, fazendo uma revisão. E também com a Reforma da Previdência da prefeitura que é deficitária e ainda não foi feita.
Folha Dirigida: Há uma década não é feito concurso para fiscal de rendas da Prefeitura do Rio. Sabe-se que há apenas 202 fiscais na ativa, quando a lei estabelece 400. Pior: 30% do atual quantitativo está para se aposentar. Na sua visão, contratar fiscais é um investimento e não uma despesa para os governos? Se for eleito vai abrir concurso público para fiscais? Sua meta é fazer isso ainda no seu primeiro ano de mandato?
Eu não faço falsas promessas. Meu primeiro foco são os cariocas e o acerto das contas públicas. Nós vamos dimensionar a necessidade e a única forma que eu vejo lícita de trazer gente para trabalhar na prefeitura é via excelência e capacitação, então concurso sim, mas a primeira coisa que eu vou ter que fazer é um dimensionamento completo das necessidades e desequilíbrios dos funcionários.
O Rio de Janeiro infelizmente tem a folha de pessoal já ultrapassando dos limites da responsabilidade fiscal, então eu não vejo como enquanto isso persistir fazer contratações. A medida que fizermos a adequação e ver onde tem as maiores necessidades, aí nós iremos ver e vamos fazer os concursos, mas não vou prometer aqui que logo de cara nós vamos fazer. É provável que no primeiro ano não! A não ser que seja uma coisa muito pontual e específica.
Sobre a necessidade de fiscalização para arrecadar mais, eu quero inclusive rever o que será isso, porque se for fiscalização indevida para prejudicar à atividade privada e o desenvolvimento da cidade nós não vemos com bons olhos. É claro que nós vamos incentivar quem faz correto e criar problemas para quem não faz correto e a fiscalização é importante para isso. Mas não é um fim em si mesmo.
Nós temos que sair desse vício de querer aumentar a receitas pura e simplesmente pelo aumento da arrecadação via aumento de impostos. Nós não vamos aumentar imposto nós vamos buscar a justiça e só vamos contratar depois que nós tivermos um mapeamento completo da adequação da folha salarial, dentro daquilo que é necessário para o desenvolvimento da cidade. Porque quando se gasta muito com a folha salarial, como já aconteceu, não sobra dinheiro eventualmente para investimento em infraestrutura.
Teremos que fazer uma revisão dessas necessidades e vê se até podemos fazer uma realocação interna antes de pensar em concurso.
Folha Dirigida: Quais os principais projetos que pretende implementar na área de Educação?
O principal foco é o ensino fundamental. O que nós vamos procurar fazer? Copiar os exemplos já consagrados e garantir que as crianças aprendam ano a ano. Só para se ter uma ideia, o Rio de Janeiro tem em média 20% de reprovação. O orçamento da Educação é de R$7,5 bilhões. Se não houvesse reprovação nós poderíamos ter uma economia hipotética de 1,5 bilhão, mas não faz o menor sentido ter aprovação automática.
Nós temos que garantir que a criança aprenda e se faz isso com metodologias já conhecidas já aplicadas, até mesmo em algumas poucas escolas do Rio. Com avaliações de dois em dois meses para o aprendizado das crianças desde o primeiro ano, para ver os desvios de aprendizado e dar o reforço escolar na hora.
Também com sistema de informação, tecnologia, registro, saber turma a turma como está o desempenho e em função disso também identificara oportunidade de capacitação e desenvolvimento dos professores e dos diretores de escola como gestores. É um grande caminho para o Rio de Janeiro sair de um dos piores ensinos fundamentais entre as capitais do Brasil e passar a ser um dos melhores ao final do mandato.
O primeiro pilar disso vai ser garantir que uma criança aprenda a ler e escrever ao final do primeiro ano para começar certo e não trazer o problema para frente. Nós temos que focar no aprendizado da criança e não em questões eleitorais, porque quando você vai para a questão eleitoral se coloca um diretor que é um amigo, que é o cara que tem voto ou que vai buscar voto ... nós temos que focar no aprendizado.
O caso da Educação, do ensino fundamental, é que a criança aprenda desde o primeiro ano e complete o nono ano conhecendo a matéria sem reprovação, mas também sem aprovação automática para o Rio sair dessa posição horrorosa, que ao terceiro ano 50% é analfabeto funcional e ao nono ano 81% não aprendeu a matéria.
Folha Dirigida: Pretende imprimir uma política de concursos públicos períodos para a área de Educação, tanto para o magistério como para carreiras da área de apoio, tais como agente educador e secretário escolar?
Em todas as áreas onde houver necessidade de contratação nós faremos. Mas vou ser bem claro aqui: nós temos hoje 40 mil professores na rede escolar para 64 mil crianças. Dá uma média de 16 por professor. Agora, infelizmente muito desses professores estão fora das salas de aula.
Então antes de pensar em concurso público, nós temos que pensar em colocar a Educação - que é prioritária para o município do Rio de Janeiro- de recuperar esta capacidade das crianças aprenderem na escola. Os professores têm que vir para escola e e devem ser capacitados.
Primeiro vamos fazer com o que nós já temos e na medida que se vai entendendo as dificuldades, e até mesmo pela mobilidade, que muitos professores vão se aposentando e tudo mais, nós vamos ver como vamos repor. Toda a reposição será por concurso público, pode ter certeza disso.
Folha Dirigida: Em relação à Comlurb, desde 2014 não se abre concurso para gari. E o pior é que entre 3 e 4 mil garis já reúnem condições de se aposentar. Esse é um dos concursos que ganharão prioridade em sua gestão?
Eu pretendo olhar muito para essa área de resíduos sólidos, de coleta de lixo. Vejo uma oportunidade enorme também para desenvolvimento de atividades junto com a sociedade civil, principalmente nas favelas, através de coleta de lixo seletiva e já tem visto alguns exemplos muito legais.
Eu gosto muito da ideia do gari comunitário que atua nessas áreas, pessoas do lugar que ajudam a limpar, mas vale o que eu tenho falado: vamos mapear, ver as necessidades específicas, olhando a necessidade do serviço a qualidade e o serviço com inteligência. Muitas vezes, e eu vi uma experiência muito interessante na Vila Cruzeiro, a gente pensa assim: vamos contratar! Mas na Vila Cruzeiro vi uma coisa diferente, vi uma liderança local pegar o espaço do lixão, onde as pessoas jogavam lixo de forma desordenada, e ele fez uma seleção. E começou a convencer os moradores a entregarem o lixo já separado.
Ele não tinha ainda condições de processamento de lixo orgânico e fez um acordo com a Comlurb, colocou no local os contêineres. O que aconteceu em consequência disso? Ficou muito mais limpo! A Comlurb passou a coletar muito menos material, muito menos lixo, ou seja, baixou o custo da necessidade do serviço e ele passou a gerar renda vendendo lixo reciclado.
Vejo uma enorme oportunidade de desenvolvimento de parcerias com a sociedade civil e só depois de fazer isso, de fomentar muito isso, é que nós iremos avaliar a necessidade de gente, para então fazer os concursos. O Rio de Janeiro está numa situação que precisa muito primeiro fazer bem com o que tem para depois pensar na expansão.
Folha Dirigida: Quais são seus projetos para a Guarda Municipal do Rio de Janeiro? Ampliar o efetivo, por meio de abertura de concurso, é um dos seus objetivos, sobretudo porque a corporação tem um elevado número de servidores com idade para se aposentar?
A Guarda Municipal faz parte de um conjunto que diz respeito à segurança pública, segurança da cidade e ordenamento público. Os papéis da Guarda Municipal vão ser definidos em um conjunto Integrado de ações tanto da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil e Polícia Militar.
Aí sim definir o papel da Guarda Municipal e necessidade de efetivo. Provavelmente nós vamos precisar sim de um aumento de efetivo, mas não faremos isso sem ter essa integração de papéis, com metas, objetivos claros, áreas de atuação. Porque senão acontece o que está acontecendo hoje. A ação da Guarda Municipal não é clara, muita gente deseja que a guarda tenha uma atuação que conflita com atuação da Polícia Militar.
A inteligência não é única, integrada, então está gastando o dinheiro de nós cariocas de uma forma equivocada. Primeiro ordem na casa, integração, papéis claros, metas claras, regiões que vão ser atingidas, em quais locais a guarda vai atuar, com qual intensidade, com quais objetivos. Teremos um trabalho muito grande no começo de organizar a casa, trabalhando, com cordialidade ou não, com os outros entes federativos. Porque segurança Rio de Janeiro nunca teve um plano integrado e a guarda municipal vai estar integrada nesse plano com certeza
Folha Dirigida: Na área de Saúde, sai governo e entra governo, e a população do Rio continua a sofrer com um atendimento deficitário, ocasionado sobretudo pelo déficit de pessoal, falta de estrutura nos hospitais?
Na nossa visão, a área de Saúde do Rio de Janeiro é o principal problema apontado pelos cariocas. A questão é de gestão, tecnologia e tolerância zero com a corrupção. Há muito desvio na Saúde, tem muito trabalho mal feito, tem muita Organização Social (OS) fiscalizando OS.
A maior doença da Saúde do Rio de Janeiro não é a falta do funcionário. É a corrupção que está destruindo a qualidade do serviço. O foco da Saúde é o atendimento e a prevenção. Cada pessoa atendida na saúde primária, cada real gasto economizar R$5 lá para frente, então nós vamos reforçar muito a saúde primária e aí entram muitas questões, a tecnologia pode ajudar muito.
Por exemplo, um agente de saúde visita as casas durante meio dia do trabalho dele, o outro meio dia ele passa registrando o que viu, conversou e apurou. Imagina tivesse um celular ou tablet com ele durante a visita. Se tivesse todo o registro, ele poderia ter o dobro da capacidade de atendimento.
Não é só contratar, é antes usar a gestão, a tecnologia, a organização para agilizar muito mais o serviço. Vou dar um outro exemplo. No hospital público um paciente fica em média 12 dias e no hospital privado fica em média três dias. Por que isso acontece? Porque não tem planejamento. Então repara só, sem fazer nenhuma obra, sem gastar nada, só com gestão, organização e planejamento, nós podemos ampliar por quatro o atendimento.
O uso de tecnologia é ridículo! Não tem prontuário eletrônico integrado. O que significa isso? Você é atendido numa clínica da família ou numa UPA, faz um monte de exame, então entra naquele terrível sistema SISREG, você não sabe direito nem quando vai ser atendido, não há transparência nenhuma. Então, quando é atendido chega na unidade e sabe o que acontece? O médico vai pedir todos os exames novamente porque ele não tem acesso aos exames que você fez. Você perde o tempo do médico (recurso humano ), você perde o tempo do paciente e joga um monte de dinheiro no lixo.
Com tecnologia poderia ter com seu CPF, de paciente, todo seu histórico lá dentro. Quando estivesse sentindo alguma coisa entraria ali, o sistema diria qual o melhor lugar para você ir, estudaria a demanda. Ou seja quantos pacientes tem para aquela Clínica da Família, para aquela UPA.
Há alocação de recursos, pois a lugares onde tem gente sobrando e há lugares onde tem gente faltando. Então antes de pensar, mais uma vez, em concurso público - quando na verdade vai ser sempre feito quando tiver a necessidade - nós temos que organizar toda essa necessidade com inteligência, com gestão, com tecnologia. Para então ver quais são as qualificações, onde nós estamos precisando cobrir para fazer os concursos e contratar.
Folha Dirigida: Ao longo dos últimos anos, a gestão dos hospitais por meio de OSs tem se mostrado deficiente (atrasos em contratos, atraso no pagamento de salários dos funcionários, hospitais sem insumos básicos e etc), sem falar em foco de corrupção. Se eleito vai abandonar de vez as OSs? Qual será o papel da RioSaúde em seu governo?
O problema para mim não está na Organização Social está na contratação. Em quem está ali na liderança. Onde estão os grandes escândalos? Você viu o secretário ser preso, o governador ser investigado. O problema da Saúde, infelizmente, no Rio de Janeiro é que o foco não está no carioca, não está no paciente, está na política.
Nesse governo do Crivella foi o chama a Márcia. O foco não é o paciente, se fosse nós teríamos um sistema em que o paciente sozinho marca a consulta, sem precisar pedir favor a ninguém. O foco não estaria no fornecedor com preços absurdos. O mesmo remédio sendo comprado com preço diferente e unidade da saúde sem nenhum controle.
O foco não estaria nas empreiteiras, cujo objetivo é obter obra. Mas sempre nos pacientes. Gastar menos, atender mais depressa, com qualidade. Qual é o problema? Os contratos criminosos, porque as organizações sociais funcionam muito bem em São Paulo, tem até algumas que funcionam bem no Rio de Janeiro. É só ter indicadores de qualidade. Você não pode contratar uma empresa que só fez processamento de dados para gerir hospital. Não faz o menor sentido, mas aqui no Rio de Janeiro infelizmente tem sido feito.
A primeira coisa é acabar com o sistema criminoso. Tem OS que foi contratada no governo anterior para fiscalizar OS. Quem tem que fiscalizar as organizações sociais é, na verdade, quem contrata.
Então primeiro é preciso parâmetros muito claros de qualidade, experiência comprovada no serviço e fiscalização. Foco no paciente, no atendimento e vai melhorar muito. O problema não está na OS não, pois na administração direta há muito roubo também, tem muito descaso também. É papo furado que o problema é a organização social! O problema está no governante, no prefeito que não contrata as pessoas certas, não tem interesse em controlar nada, que eu acho até que ganha algum com isso. E se não rouba, deixa roubar!
Folha Dirigida: Há muito tempo a Prefeitura do Rio de Janeiro não abre concursos para fiscal de obras, fiscal de posturas e agente da defesa civil. Na sua visão, essas são carreiras que precisam ser contratados novos servidores públicos por meio de concursos?
Pretendo que todo serviço seja feita com uma qualidade muito alta. Com certeza há desequilíbrio, áreas que precisam ser ocupadas sim. Nós precisamos fazer um mapeamento das prioridades, mas sempre preocupados com não gastar mais do que nós temos.
Eu vejo sim a oportunidade de abrir pontualmente concursos para determinadas funções em que se tenha muita necessidade, fazer a contratação. Mas primeiro tem que mapear muito bem. Há muito gente que está fora da sua função específica. Tem que dar uma rearranjada completa, fazer um estudo para fazer a reforma administrativa e então sim identificar onde estão as principais demandas de recrutamento para abrir os concursos. Isso vai demorar um tempo para se fazer.
Por isso não quero assumir um compromisso "vou fazer concurso para isso, para aquilo", pois não está no momento. O Rio de Janeiro está numa situação muito séria financeira e fiscal. É preciso ter uma organização. Agora com certeza, a partir do momento que esteja tudo mapeado, tenha um plano claro que vise a qualidade do serviço público aí iremos ver. Se precisamos de gente com essa especialização aqui e ali, então vamos fazer os concursos públicos.
Em campanha eleitoral, os políticos candidatos a chefe do Poder Executivo fazem mil e uma promessas. No entanto, ao tomarem posse, via de regra alegam que o cenário econômico financeiro era muito pior do que se imaginava e que, em virtude disso, muitas de suas promessas de campanha e ações de investimento não poderão ser realizadas a curto e/ou médio espaço de tempo. Qual garantia o senhor pode dar que não usará desse expediente caso seja eleito?
Já estou começando aqui. A única promessa que fiz é que vou gastar menos do que ganha e colocar muita tecnologia de controle, de gestão para fazer as coisas com o dinheiro que tem. Não vendo promessa falsa, nunca fiz isso na minha vida. Pode gravar toda essa entrevista e me cobrar lá na frente.
Te garanto que o Rio de Janeiro vai ter um plano muito claro, com metas, com objetivo, com orçamento e exequíveis. Em todas as empresas que trabalhei foi assim, e no Flamengo - time de futebol que até trago, não é igual uma prefeitura, era uma desorganização só. Num primeiro momento nós só trabalhamos em trazer as pessoas certas e controlar as contas.
Depois, olha o que aconteceu com o Flamengo, virou o clube mais rico do Brasil. O objetivo da prefeitura é serviço público de qualidade. Nós temos que eliminar todos os desperdícios, toda a corrupção e trazer esse dinheiro suado, que é pago com os impostos dos cariocas e reverter em serviço público de qualidade para eles. É isso que não está sendo feito por causa dessa politicagem, mentira e desrespeito que está tendo com o carioca.
Essa é a minha promessa, pode olhar meu histórico. Falo com você eleitor. Pode olhar por onde eu passei, nós todos em conjunto conseguimos criar um ambiente ético, saudável, competente, organizado, para fazer dar a virada. O Rio de Janeiro tem todas as condições para isso, mas não vai ser com essa turma que está aqui até agora. Esses 'caras' não sabem fazer. Eu te garanto isso! Vamos dar uma chance, venha junto para tornar essa cidade boa e maravilhosa para viver. Temos todas as condições, mas precisamos mudar a lógica de sair dessa politicagem e garantir que tenha gestão de qualidade, seriedade e honestidade.