Eleições 2020 São Paulo: conheça propostas dos principais candidatos

A reportagem da Folha Dirigida conversou com Bruno Covas e reuniu propostas de Boulos e Russomano para o serviço público.

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Publicado em:12/11/2020 às 16:15
Atualizado em:12/11/2020 às 16:15

No próximo domingo, dia 15, mais de dez candidatos disputam o cargo mais cobiçado do município de São Paulo: o de prefeito (a). Mas, você que vai às urnas já conhece as propostas e projetos que oferecem para o serviço público?

Com poucos concursos realizados para a administração municipal e suas secretarias, São Paulo vive um momento de se readequar às políticas de contratações.

O atual prefeito Bruno Covas, inclusive, já sancionou uma lei que cria mais de 500 vagas de níveis médio e superior que poderá suprir essa demanda atual. Mas, será que essa promessa sairá do papel na próxima gestão?

A reportagem da Folha Dirigida entrou em contato com os três candidatos mais bem colocados na última pesquisa Ibope divulgada no dia 9 de novembro, sendo eles:

► Bruno Covas (PSDB) - 32%;
► Guilhreme Boulos (PSOL) - 13%;
► Celso Russomano (Republicanos) - 12%.

Vale destacar que Celso Russomano chegou a liderar as pesquisas no início de outubro, mas hoje ocupa a terceira colocação. Guilherme Boulos vem em segundo lugar, mas está empatado tecnicamente com Russomano e Márcio França, que aparece em quarto lugar, com 10% das intenções de votos.

Dos três candidatos contatados por Folha Dirigida, Bruno Covas foi o único que respondeu à entrevista. O candidato Celso Russomano alegou agenda apertada e Guilherme Boulos não conseguiu responder até o fechamento dessa repotagem.

Bruno Covas quer melhoria, valorização e eficiência no serviço públicominiatura covas eleições 2020

Atual prefeito, Bruno Covas (PSDB) disputa a sua reeleição para o cargo. Ele tem como seu vice-prefeito o vereador Ricardo Nunes (MDB).

Covas, 40 anos, foi eleito em 2016 quando como vice-prefeito e passou a ocupar o cargo principal quando João Doria deixou a posição para concorrer a governador. Bruno nasceu em Santos, no litoral paulista, é advogado formado pela Universidade de São Paulo (USP).

Segundo ele, a sua gestão tem uma busca constante pela melhoria do serviço público. E ele promete fazer um próximo mandato pensando no servidor e prometeu concursos.

Concurso público e servidor

Em entrevista à Folha Dirigida, Bruno Covas respondeu que haverá uma busca constante da sua gestão pela melhoria dos serviços públicos, bem como uma valorização maior do servidor.

Covas ainda cita que também pretende priorizar a eficiência da máquina pública e promete a realização de concursos público.

O atual prefeito lembra que em julho deste ano sancionou a lei 17.433, que reorganiza a administração municipal indireta. Dessa forma, o candidato confirma o novo concurso Prefeitura SP com oferta de 550 vagas.

Bruno não deu detalhes dos preparativos, tampouco falou sobre prazos, mas garantiu que o novo edital será divulgado.

"Teremos novo concurso, o Prefeitura SP, com 550 vagas para nível médio e superior", confirma Covas.

Valorização do servidor

Covas diz que na sua gestão o funcionário público tem valorização e ganho por meritocracia. Segundo ele, foi criado o programa de Bonificação por Resultado.

"Este ano, em função da pandemia da covid-19, antecipamos o bônus para maio, quando mais de 33 mil profissionais que trabalham na linha de frente receberam o benefício. Foram contemplados profissionais das áreas de Saúde, Limpeza Pública, Serviço Funerário, Assistência Social e Fiscalização."

O candidato ainda destaca o Cartão do Servidor, que foi instituído em janeiro deste ano, explicando que:

"Com ele, é possível ter acesso a descontos exclusivos em mais de 5 mil estabelecimentos de diversos segmentos, como vestuário, alimentação, lazer, plano dentário, entre outros."

Covas também lista outras medidas de valorização ao servidor público:

  • Ainda no âmbito da valorização do funcionalismo municipal, nós pagamos o maior Prêmio de Desempenho Educacional (PDE) da história;
  • Também inauguramos em agosto o Centro de Formação do Professor, para auxiliar a capacitação dos novos professores contratados no processo didático da rede municipal, antes de assumirem salas de aula;
  • De 2017 para cá, 14 mil novos professores foram contratados.

"Continuaremos nesse caminho, com muita transparência e responsabilidade", promete o candidato.

Educação

O atual prefeito comenta que, para a Educação, o seu objetivo inicial é a preocupação em salvar vidas de alunos, professores e funcionários das escolas municipais em função da pandemia da Covid-19.

Ele diz que essa foi a principal preocupação, de imediato. Com isso, foi determinada a realização de um inquérito sorológico para definir o calendário de retomada das atividades

"Assim, definimos, amparados pela ciência,  que as aulas presenciais, optativas, foram liberadas no dia 3 de novembro  apenas para o Ensino Fundamental, observando o desafio do Enem e vestibulares. Daqui a um mês, será aplicada uma prova para esses estudantes a fim de avaliar o nível de aprendizado de conteúdo ministrado remotamente."

Covas explica que essa aferição permitirá que uma assistência maior das escolas, de maneira personalizada. Ele ainda conta que foram comprados mais de 460 mil tablets para educação à distância, com acesso à internet, para os alunos.

Segundo o candidato, o objetivo é o de que eles sejam utilizados no contraturno das aulas presenciais, com atividades complementares que qualifiquem ainda mais o ensino.

"E queremos, na próxima gestão, comprar 50 mil notebooks para os professores poderem preparar e acompanhar as atividades online. Educação é uma das prioridades da nossa gestão e continuará sendo", diz Covas.

Empregabilidade

Covas destaca que o grande desafio da próxima gestão será a geração de emprego e renda para que possa reduzir o inídice de desigualdade. Mas, ele conta que nos últimos anos buscou fazer o chamado 'dever de cassa' quanto a essa temática.

"Por isso  podemos olhar para frente e projetar um cenário de desenvolvimento", comenta.

Bruno ainda comenta que o município está pronto para:

  • atrair mais investimentos;
  • focar no plano de desestatização;
  • fazer parcerias público-privadas; e
  • estimular cada vez mais o empreendedorismo.

"Quero destacar que, na pandemia, criamos um programa para garantir os empregos dos trabalhadores terceirizados que prestam serviço à administração municipal, com repasses mensais de R$ 375 milhões. A medida garantiu o emprego de cerca de 108 mil pessoas. No próximo ano, a partir da revisão do Plano Diretor, vamos estimular a criação de novas centralidades na cidade, impulsionando a retomada da economia em várias regiões", pontua o candidato.

Ele também reforça as ações de apoio à economia criativa, nas áreas de cultura, eventos e games, que são, segundo Covas, 'vertentes de oportunidades de emprego para jovens, sobre tudo da periferia."

O atual prefeito ainda cita outra iniciativa adotada por ele. Bruno fala sobre conceder o direito de teto para obras públicas (como terminais de ônibus e piscinões) para que conssionários explorem comercialmente essas áreas. Logo, abrindo e gerando novas vagas de emprego.

"Em julho de 2018,  criamos o programa Trabalho Novo, para promover o acesso de pessoas atendidas pela rede socioassistencial da prefeitura a vagas de emprego, ao trabalho e a iniciativas ligadas ao empreendedorismo. Também investimos em programas de qualificação profissional e políticas de apoio ao empreendedorismo, voltada às microempresas, empresas de pequena porte e cooperativas", finaliza Bruno.

Guilherme Boulos quer concursos para todas as carreiras

miniatura guilherme boulos eleicoes sp 2020Concorrendo à prefeitura pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Guilherme Boulos diz em seu plano de governo que quer concursos para todas as carreiras, 'com medidas afirmativas respeitando as proporções de gênero e raça dos territórios atendidos'.

Guilherme tem 30 anos e é coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e membro da direção do movimento de esquerda “Frente Povo Sem Medo”.

Professor, filósofo e psicanalista, Boulos tenta o seu primeiro mandato à frente da Prefeitura de São Paulo, tendo a deputada federal e ex-prefeita, Luiza Erundina, como vice.

Concurso público e servidor

Em seu plano de governo, Boulos cita que servidores públicos estáveis, qualificados e valorizados são indispensáveis para serviços universais e de qualidade.

Boulos menciona que, atualmente, os serviços públicos se tornaram objetivo de benemerência ou lucro, ainda mais após a imposição de teto aos gastos sociais.

"Com o predomínio das políticas neoliberais, que tudo privatizam e mercantilizam, os servidores passaram a ser impiedosamente desmoralizados e postos em liquidação, em nome da “reforma do Estado”. E quase todas as forças políticas hegemônicas que têm governado o Estado Brasileiro contribuíram para este desmonte sistemático. No Município de São Paulo não é diferente. O desmantelamento do serviço público vem sendo, por sucessivas administrações, patrocinado por políticas de supressão de direitos e desvalorização dos servidores."

Boulos promete concursos e soluções da seguinte forma, se eleito:

  • Promover concurso público para ampliação do efetivo feminino da GCM capacitado no combate à violência, ampliando o programa Guardiã Patrulha Maria da Penha;
  • Fortalecer os serviços de IST/AIDS do município, com abertura de concurso público para reposição profissional;
  • Contratar equipes de diferentes níveis dos serviços de saúde sob gestão pública e estatal, garantindo a continuidade do trabalho e dos vínculos empregatícios das equipes já em funcionamento. Realização de concurso público para médicos e outros profissionais de saúde nos diferentes níveis de assistência;
  • Realizar concurso público para, em 4 anos, contratar ao menos 2.000 novos profissionais para a GCM, garantindo vagas para mulheres, negros e negras;
  • Contratação emergencial e abertura de concurso para médicos especialistas e de família;
  • Recompor o quadro de recursos humanos da SMADS através de concurso público (assistentes sociais, psicólogos, sociólogos, pedagogos, AGPP, entre outros) para as unidades estatais do SUAS;
  • Reestruturar e reorganizar a área administrativa da Secretaria Municipal de Cultura e dos equipamentos Públicos de Cultura, além de reposição dos quadros de carreira já existentes e realização de concurso público para novos cargos;
  • Definir e assegurar um quadro mínimo de pessoal conforme o porte de cada Biblioteca, garantindo a continuidade dos serviços com a recomposição das equipes de trabalho por meio de concurso público;
  • Convocar os aprovados nos concursos públicos para o preenchimento das vagas existentes (educação);

Educação

Segundo consta no plano de governo, a prioridade de Boulos, se eleito, será garantir escolas públicas de qualidade para todos, além de incentivar a educação popular.

"O objetivo é transformar a capital paulistana em uma Cidade Educadora, ideia inspirada na proposta de educação integral formulada por Anísio Teixeira. A educação pública de qualidade será a prioridade de São Paulo."

No entanto, ele comenta que isso somente será possível com investimento exclusivo de recursos públicos, além de reversão dos processos recentes de privatização e reafirmação de um projeto popular e socialista para a educação de São Paulo.

"Vamos garantir creches (CEIs), escolas de educação infantil e escolas de ensino fundamental com padrão de qualidade em todas as regiões da cidade, correspondendo aos estudos de Custo Aluno-Qualidade (CAQ), recém-incorporados à Constituição Federal. A intenção é dar aos educadores condições adequadas para ensinar e aos estudantes condições adequadas para aprender."

O candidato promete que todas as escolas públicas paulistanas serão acessíveis, tendo:

  • profissionais valorizados;
  • número adequado de alunos por turma;
  • salas de leitura;
  • biblioteca;
  • laboratórios de ciências e de informática;
  • quadra poliesportiva;
  • internet banda larga;
  • alimentação nutritiva;
  • transporte escolar digno; e
  • recursos.

Empregabilidade

No seu plano de governo, Boulos diz que está desenhado para executar nos primeiros 180 dias de gestão uma série de ações e investimentos, entre elas: a  geração de emprego e renda.

"O desmonte das políticas de proteção social foi levado ao extremo pelos governos Bolsonaro e Doria. A crise gerada pela pandemia de Covid-19 atingiu em cheio a população já em meio à precarização do trabalho, com altos níveis de informalidade e desemprego. A construção de um projeto de economia que atenda aos desejos do povo se faz urgente", cita Boulos.

O candidato comenta, ainda, que a retomada da vida no pós-pandemia será marcada por uma profunda crise econômica que afetará as populações mais vulneráveis, com uma grande ampliação de trabalhadores por conta própria.

"Nesse cenário, será fundamental a atuação direta do poder público municipal na reconstrução das atividades econômicas, na geração de empregos e na criação de renda. A cidade pode ser considerada o ponto de partida para a reconstrução de uma economia com base local, que recupere não só a esperança na melhoria das condições de vida, como também os laços de solidariedade entre seus moradores", revela Boulos.

Entre as medidas de empregabilidade, o candidato menciona:

  • Criação do Centro de Oportunidades da Trabalhadora e do Trabalhador, espaço físico (descentralizado nas subprefeituras) e virtual (acessível via site da secretaria) de atendimento ao trabalhador e que concentre as iniciativas para formalização dos trabalhadores informais, pontos de acesso ao Banco do Povo para microcrédito, inclusão nos programas de qualificação profissional e nas centrais de cadastramento para as vagas de emprego e programas de apoio ao trabalhador por conta própria;
  • Fornecimento de internet gratuita aos microempreendedores da periferia;
  • Reestruturar e ampliar os programas Bolsa Trabalho, para os jovens, e o Programa Operação Trabalho, assim como restituir a focalização dos programas de emprego destinados a jovens, mulheres e a população negra;;
  • Criar uma plataforma municipal para trabalhadores por aplicativo, com garantia de direitos básicos aos trabalhadores;;
  • Garantir uma ampla renegociação e isenção temporária dos impostos e taxas municipais de microempresas e pequenos comerciantes atingidos pela pandemia.;
  • Garantir salário e emprego aos profissionais da educação.;
  • Políticas de inserção no mercado de trabalho e combate ao desemprego na juventude a partir das demandas das regiões das cidades;
  • Ampliar a rede de unidades públicas de ensino infantil com a gradual substituição dos contratos com entidades privadas e através da implementação de uma política de transição que garanta empregos e a continuidade do serviço.

"Garantir trabalho e renda em condições dignas e suficientes para todas e todos, estimulando o cumprimento de programas de inclusão de pessoas com deficiência no mundo formal do trabalho, bem como no emprego apoiado e em “reserva de vagas” nos concursos públicos", destaca Boulos.

Celso Russomano menciona qualificação profissional e salarial

minaitura russomanoCandidato pelo Republicanos, Celso Russomano concorre pela terceira vez ao cargo de prefeito e tenta o seu primeiro mandato. Ele é deputado federal há seis mandatos.

Russomano, 64 anos, oficializou o ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) São Paulo, Marcos da Costa, como seu vice-prefeito na chapa. No seu plano de governo, cita que será um desafio propor uma nova história para São Paulo.

Concurso público e servidor

No plano de governo de Celso Russomano não há menção quanto a realização de concursos públicos. Mas, ele cita que quer atuar de uma forma que haja uma revalorização da formação técnica do funcionário público municipal e sua qualificação profissional e salarial.

Ele ainda fala sobre a criação de um portal de serviços públicos, mas voltado para a população. 

Educação

Celso Russomano promete fazer uma gestão moderna e eficiente, sendo preocupada com o bom atendimento nas áreas prioritárias, além do bom nível da educação para a população.

Ele cita várias medidas, como aumento do tempo de permanência e mais oferta de vagas nas escolas. Confira a seguir todas as medidas para a Educação que o candidato promete:

  • Ampliar a oferta de vagas e unidades da rede CEU;
  • Qualificar o padrão de atuação dos CEU´s, ampliando sua ação cultural e esportiva junto às comunidades;
  • Aumentar o tempo de permanência da criança na escola, com implantação gradativa do período integral;
  • Aumentar o numero de vagas nas creches diretas e indiretas;
  • Construir e ampliar o número de creches, inclusive verticais;
  • Revisar o regime de progressão continuada e a promoção automática;
  • Informatizar todo o sistema de educação municipal;
  • Valorizar o profissional de educação, oferecendo qualificação, plano de carreiras e melhores condições de trabalho;
  • Intensivar programa para alfabetização de adultos;
  • Ampliar a rede de escolas capacitadas para atender pessoas com deficiência e/ou mobilidade reduzida;
  • Implantar o “Programa Administração Inteligente” para racionalizar a distribuição de uniformes escolares e didáticos e programa de distribuição de leite;
  • Implantar a Universidade livre da Terceira Idade.

Empregabilidade

O plano de governo de Celso Russomano traz propostas e projetos voltados para o desenvolvimento econômico e empregabilidade. E entre as propostas do candidato, as principais são:

  • a criação da "Incubadora da Esperança", que vai dar incentivo e possibilidade de trabalho para dependentes químicos e pós-acidentados;
  • ampliar ações para incentivar a colocação do deficiente no mercado de trabalho;
  • oferecer capacitação e orientação para as pessoas de baixa renda, a fim de melhorar seu acesso ao mercado de trabalho em vagas criadas pelo próprio serviço público municipal;
  • a implantação de rede de internet sem fio em toda a cidade, partindo da periferia para o centro.

"Vamos desenvolver programa social que atue, em conjunto com parentes e famílias, no intuito de criar emprego e renda para moradores de rua, albergados e dependentes sociais."

Conheça todos os candidatos das Eleições São Paulo 2020

  • Andre Matarazzo (PSD);
  • Antonio Carlos (PSO);
  • Arthur do Val (Patriota);
  • Bruno Covas (PSDB);
  • Celso Russomano (Republicanos);
  • Felipe Sabará (Novo);
  • Guilherme Boulos (PSOL);
  • Jilmar Tatto (PT);
  • Joice Hasselmann (PSL);
  • Levy Fidelix (PRTB);
  • Márcio França (PSB);
  • Marina Helou (Rede);
  • Orlando Silva (PCdoB);
  • Vera Lúcia (PSTU).

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