Em maio, 9,7 milhões de trabalhadores ficaram sem remuneração

Número representa 11,5% da população ocupada

Autor:
Publicado em:24/06/2020 às 14:40
Atualizado em:24/06/2020 às 14:40

Dos 19 milhões de trabalhadores afastados do trabalho em decorrência do Coronavírus, 9,7 milhões estavam sem sua remuneração em maio deste ano. O que equivale a 51,3% das pessoas afastadas dos cargos e a 11,5% da população ocupada.

Os números são da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio (PNAD mensal), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 24. No mês de maio, cerca de 16,8% dos trabalhadores do Nordeste e 15% do Norte estavam sem remuneração.

O rendimento efetivo dos trabalhadores (R$1.899) ficou 18,1% abaixo do rendimento habitual (R$2.320). No Nordeste, a estimativa é que 5 milhões de trabalhadores estavam afastados de seus postos pela pandemia. A maior proporção entre as cinco regiões.

11,5% da população ocupada estava sem remuneração em maio
11,5% da população ocupada estava sem remuneração em maio
(Foto: Divulgação)

 

Diante da Medida Provisória 936, os empregadores podem suspender o contrato de trabalho ou reduzir o salário e a jornada de trabalho dos profissionais formais. A PNAD de maio também constatou que 27,9% da população brasileira ocupada trabalhou menos do que sua jornada habitual.

Enquanto 2,4 milhões de pessoas trabalharam acima da média habitual. De acordo com o IBGE, a média semanal de horas efetivamente trabalhadas (27,4h) no país ficou abaixo da média habitual (39,6h).

IBGE divulga número de trabalhadores sem remuneração em maio

A faixa etária com a maior proporção de pessoas afastadas do trabalho foi a de 60 anos ou mais de idade: 27,3%. Esse comportamento foi verificado em todas as grandes regiões e, no Nordeste, o afastamento chegou a 33,3% das pessoas de 60 anos ou mais de idade.

+ Auxílio emergencial: pedidos têm falhas e fraudes. Saiba como agir!
+ MP 936 é aprovada pelo Senado e segue para sanção

38,7% dos domicílios receberam auxílio monetário do governo

Em maio, conforme o IBGE, 38,7% dos domicílios do país receberam algum auxílio monetário do governo relacionado à pandemia, no valor médio de R$847. Mais da metade das famílias das regiões Norte e Nordeste receberam esse auxílio.

Como o auxílio emergencial e a complementação do governo pelo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda.  O auxílio emergencial de R$600 é destinado a desempregados, profissionais liberais, autônomos e microempreendedores individuais (MEIs).

Além de mães solteiras chefes de família e mães adolescentes. Para receber o valor é preciso não ter emprego formal, não receber outro benefício do governo (com exceção do Bolsa Família), não ter renda familiar mensal maior que  R$3.135 ou R$522,50 per capita (por pessoa).

Pelo Coronavírus, o regime remoto foi adotado por diversas empresas para obedecer as orientações de distanciamento social. De forma a reduzir aglomerações e a curva de contágio.

Em média, 77,5% do total de ocupados (ou 65,4 milhões) não estavam afastados do trabalho. Entre os não afastados, 8,7 milhões trabalhavam de forma remota (home office), o equivalente a 13,3% da população ocupada que não estava afastada.  

O percentual de mulheres trabalhando remotamente (17,9%) superou o dos homens (10,3%). Entre as pessoas com nível superior completo ou pós-graduação, 38,3% estavam trabalhando remotamente.

Os percentuais foram muito baixos entre os sem instrução ou com fundamental incompleto (0,6%), bem como para o nível fundamental completo e médio incompleto (1,7%). Para aqueles com médio completo e superior incompleto o percentual ficou em 7,9%.

Carregando...