Em março, mulheres buscaram duas vezes mais por emprego que homens
Segundo BNE, em março, volume de mulheres em busca de oportunidades foi quase o dobro do de homens.
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Publicado em:12/04/2021 às 15:00
Atualizado em:12/04/2021 às 15:00
Uma pesquisa realizada pelo Banco Nacional de Empregos (portal especializado no cadastro de currículos) mostrou que, durante o mês de março deste ano, as mulheres buscaram quase duas vezes mais por emprego do que os homens.
Os dados mostram a intensa busca por elas, que são também as que ocupam o primeiro lugar, entre os sexos, no número de desempregados no Brasil.
Conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 8,5 milhões de mulheres deixaram a força de trabalho no terceiro trimestre de 2020 (último dado disponível), na comparação com o mesmo período de 2019.
Segundo o BNE, os cargos de recepcionista e auxiliar de produção foram os mais buscados por mulheres e homens, respectivamente, no período entre 1º e 17 de março.
Confira as 10 profissões mais buscadas entre homens e mulheres
Em relação ao ano de 2020, auxiliar de produção foi o cargo mais buscado por homens, com 62.210 de candidaturas. Na sequência, apareceram:
motorista (49.537);
auxiliar administrativo (34.722);
porteiro (21.911);
auxiliar de serviços gerais (21.175);
assistente administrativo (18.572);
estagiário (15.986);
aprendiz (14.683);
vendedor (14.079); e
operador de empilhadeira (12.782).
Já entre as mulheres, o destaque em 2020 foi para o cargo de recepcionista, com 109.427 currículos enviados. As outras funções mais buscadas foram:
auxiliar administrativo (86.856);
auxiliar de produção (70.113);
auxiliar de serviços gerais (49.390);
assistente administrativo (48.720);
auxiliar de limpeza (37.417);
aprendiz (29.555);
estagiário (27.986);
atendente (26.313); e
operador de caixa (25.382).
Para o CEO do BNE, Marcelo de Abreu, é importante que os candidatos fiquem atentos à concorrência por essas ocupações.
"Esta informação pode servir de referência para os candidatos desempregados e que estão atrás de oportunidades. Um caminho mais simples pode ser buscar cargos distintos", avalia.
Empresas apostam em vagas exclusivas para mulheres
Para promover a equidade de gênero, muitas empresas têm investido em processos seletivos exclusivos para mulheres. Uma vez que, historicamente, a participação delas no mercado de trabalho é menor que a dos homens.
Por isso, empresas têm realizado ações para reverter o quadro. É o caso, por exemplo, da Accenture, que conta com diversas iniciativas em prol de um ambiente de trabalho mais igualitário.
Em entrevista à Folha+, a diretora executiva na Accenture, Andrea Thiago, citou o programa "Come Together Awake", cujo foco é a contratação de mulheres.
"A campanha para o público feminino apresenta a trajetória real de funcionárias que tiveram seu momento de despertar na vida, seja por uma mudança de carreira, por se tornar mãe ou por despertar para o novo. No último ano, realizamos seis academias, com mais de 60 contratadas", disse.
Além dessa ação, a empresa também promove o "Reprograma", iniciativa de impacto social que tem como objetivo ensinar programação para mulheres cis e trans, que não têm recursos para arcar com as despesas de um curso.
Já a Adecco conta com um quadro de colaboradores composto, em sua maioria, por mulheres. O esforço agora é para que essas profissionais cheguem aos cargos de liderança e assumam posições de destaque no grupo.
A empresa realiza, desde o ano passado, a campanha "Lugar de Mulher é onde ela quiser". O intuito é incentivar as mulheres a se inscreverem e deixarem seus currículos para vagas em todos os setores, em especial aqueles que ainda são dominados por homens, como Mineração, Engenharia e Tecnologia.
Vejaaquioutras empresas que trabalham iniciativas em prol da equidade de gênero.