Com a pandemia, confiança dos empresários tem queda histórica
Índice da CNI teve queda de 25,8 pontos entre março e abril
Autor:
Publicado em:16/04/2020 às 16:00
Atualizado em:16/04/2020 às 16:00
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) registrou uma queda histórica em seu Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI). Apenas entre os meses de março e abril, o índice caiu 25,8 pontos.
A escala é medida de 0 a 100 pontos e, desde o início do ano, o recuo acumulado foi de 30,8 pontos. O ICEI começou a ser medido em 2010 e, com essa queda, já é possível dizer que é a menor taxa da história.
O índice atual é de 34,7 pontos dos 100 possíveis e essa redução se deve à crise causada pela pandemia do novo Coronavírus. Em uma comparação com a greve dos caminhoneiros, em 2018, a queda foi de 5,8 pontos.
Carlos Adijaodi, diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, informou que esse cenário pode trazer graves consequências para a economia. “A queda na confiança dos empresários pode contribuir para a paralisação dos investimentos, ou seja, para o agravamento da crise econômica”, disse em comunicado.
“Há dificuldades no fluxo de insumos, mercadorias e trabalhadores e as medidas de isolamento social e o consequente 'desaparecimento do consumidor' resultou em forte queda na receita das empresas", completa.
O setor que tem o menor índice de confiança é o de produção de móveis (26 pontos), seguido de vestuário e acessórios (29,1), calçados (29,4), produtos têxteis (30), indústria de transformação (34,3), construção (34,8) e indústria extrativa (39,1).
Bens industriais têm queda de 1% no consumo aparente, diz Ipea
Na comparação a janeiro, fevereiro teve queda de 1% no consumo aparente da indústria (que equivale à produção doméstica não exportada mais as importações). A informação foi divulgada nessa quarta, 15, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Se comparada ao mês de fevereiro do ano passado, a demanda interna por bens industriais teve crescimento de 1,2%. Em janeiro deste ano, o indicador havia registrado alta de 11,1%, mas fechou o trimestre móvel, encerrado em fevereiro, com um recuo de 3,4%.
De acordo com o Ipea, a demanda interna por bens industriais nacionais teve uma retração de 1,4%, enquanto as importações subiram apenas 0,2%. A indústria extrativa mineral, que teve avanço de 28,3% em janeiro, recuou 12,1%;
Dos 22 segmentos da indústria de transformação, apenas dez tiveram aumento no consumo de bens. O destaque foi para o setor de máquinas e equipamentos, que cresceu 9,8% em fevereiro.