Emprego deve crescer em 2021, diz secretário de Política Econômica
Secretário de Política Econômica diz que emprego crescerá em 2021 com a retomada do setor de serviços.
Autor:
Publicado em:18/11/2020 às 10:06
Atualizado em:18/11/2020 às 10:06
Uma pesquisa realizada pela Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento e pela Kantar apontou o aumento do pessimismo entre os brasileiros após a pandemia.
Segundo os dados da “Perspectivas 2020: Expectativa dos Brasileiros com o Cenário Político & Social”, dois em cada três brasileiros acham que o desemprego vai crescer.
Mas essa visão é diferente da demonstrada pelo secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida. Ele está otimista sobre o mercado de trabalho em 2021 e na terça-feira, 17, afirmou que o emprego deve crescer no próximo ano.
A ideia de Sachsida é de que o crescimento virá por influência do setor de serviços. Além disso, lembrou que ainda existem R$110 bilhões de recursos a serem injetados na economia por meio do restante de pagamentos do auxílio emergencial e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
“O emprego vai crescer em 2021. Os dados são muito claros: o grosso do desemprego está vindo do setor informal. À medida que o setor de serviços retoma, rapidamente volta a contratar, à medida que o distanciamento social diminui, rapidamente tem a contração de informais.”
A declaração do secretário foi dada em entrevista coletiva virtual para apresentar o boletim MacroFiscal da secretaria. [tag_teads]
As perspectivas do secretário, segundo a Agência Brasil, consideram que a possibilidade de uma segunda onda de contaminações pelo novo coronavírus é “baixíssima” no Brasil.
De acordo com ele, estudos na Secretaria de Política Econômica indicam isso. Ele também destacou, em sua fala, que vários estados já atingiram ou estão próximos de atingir a imunidade de rebanho.
Governo quer tornar contratação formal mais barata
Sachsida ainda disse que o governo tem trabalhado para reduzir os custos da contratação formal. De acordo com o secretário, para cada R$1 mil pago em salários, o empregador tem custos de R$1,8 mil.
“Quer dizer que o trabalhador recebe pouco e o empresário paga muito. Enquanto sociedade, vamos ter que endereçar essa questão. Há várias frentes para diminuir a burocracia, o custo de contração no Brasil.”
Na visão dele, é preciso fazer escolhas, como dar aos trabalhadores o direito de escolher se querem trabalhar no domingo à noite, por exemplo. “Vamos ter que devolver ao trabalhador o seu inalienável direito de escolher para quem e quando trabalhar. Se ele quer trabalhar, deixa ele em paz”, argumentou.
Questionado se o governo tem um plano para o caso de novas medidas de isolamento social, o secretário disse que prefere “não dar respostas concretas a perguntas hipotéticas”, mas destacou que é responsabilidade da secretaria ter sempre um plano de contingência.
“Algo concreto é a forma da retomada econômica. Desde outubro, o setor de serviços está cada vez mais forte e vai garantir a tração necessária para a economia.”
Bem diferente da visão do secretário é a dos próprios brasileiros, que parecem não estar esperando um cenário tão positivo, como já mencionado. A pandemia fez crescer o pessimismo do brasileiro com a economia do país.
Além disso, segundo a pesquisa da Kantar, aumentou o temor em relação ao futuro do mercado de trabalho, de modo que dois em cada três acham que haverá aumento do desemprego nos próximos meses.
De acordo com o levantamento, apenas 18% dos brasileiros afirmam estar tranquilos em relação ao cenário atual para o emprego ou fonte de renda. Mas para 59% o cenário é de preocupação – 23% afirmam que já estão desempregados.
A pesquisa ouviu 2 mil pessoas das classes A, B, C e D em todo o país entre os dias 2 e 16 de outubro pela internet.