Salários: 72% das empresas não vão oferecer ganho real em reajustes

Como contrapartida, 20% dos entrevistados estudam a possibilidade de proporcionar algum tipo de ganho real para os colaboradores após a pandemia.

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Publicado em:23/09/2020 às 16:30
Atualizado em:23/09/2020 às 16:30

A pandemia do Coronavírus impôs às empresas e aos seus colaboradores diversos desafios e mudanças no mercado de trabalho. O futuro ainda é incerto. No entanto, algumas pesquisas já dão uma prévia de comportamentos que poderão ser adotados nas corporações após a pandemia. 

A Heach Recursos Humanos, por exemplo, realizou uma pesquisa com mais de 600 empresas brasileiras com o intuito de observar a tendência no congelamento de planos de aumento de remuneração e na revisão de políticas de salários. 

Para Elcio Paulo Teixeira, CEO da companhia, a pesquisa tem como objetivo prever comportamentos futuros do mercado, para que as atuações estratégicas de Diretores, Gestores e RH possam ser refinadas e ajustadas com o cenário econômico previsto.

O estudo mostra que 72% dos diretores, que foram questionados sobre aumento de salários dos funcionários, pretendem seguir apenas com o aumento legal definido nos acordos coletivos de trabalho ou seguir os aumentos compulsórios definidos pelo governo. 

Por outro lado, 20% dos entrevistados disseram que estão estudando a possibilidade de proporcionar algum tipo de ganho real para os colaboradores. Enquanto isso, as outras companhias informaram que ainda não pensaram a respeito ou preferem não opinar sobre o assunto. 

Os resultados da pesquisa são um pouco diferentes quando o assunto abordado foi as mudanças nas políticas de remuneração. Das mais de 600 empresas que participaram, 74% concluíram que têm planos de reestruturar as áreas de remuneração e pensam em desenvolver programas mais flexíveis que valorizam a meritocracia. 

 

Pesquisa sobre salários e benefícios
74% têm planos de reestruturar as áreas de remuneração, aponta pesquisa
(Foto: Pixabay)


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Pesquisa também questiona mudanças nos benefícios

Vale alimentação, plano de saúde e seguro de vida estão entre os benefícios básicos oferecidos em diversas empresas. Com a pandemia, o distanciamento social e, consequentemente, a adoção do modelo de trabalho remoto, algumas companhias pensaram em como proporcionar aos seus colaboradores uma ajuda de custo para equilibrar as contas. 

De acordo com a pesquisa, ao serem questionadas sobre mudanças nas estruturas de benefícios, 64% das empresas pretendem fazer ajustes nos seus modelos de benefícios, que variam desde criar cestas flexíveis a prestar auxílios para funcionários que estão em home office, como oferecer internet de qualidade e auxílio na conta de luz. 

As empresas também responderam se pretendem reorganizar as estruturas, reduzir, aumentar ou manter o número de colaboradores e 79% delas informaram que pretendem revisar as estruturas e analisar a criação, extinção ou junção de determinadas áreas.

Para o CEO da Heach Recursos Humanos, o mundo empresarial está passando por uma transformação nunca visto antes na história e isso tem impactado no comportamento, não só das empresas, mas também de seus colaboradores. 

"As empresas precisam se adaptar rapidamente para poder sobreviver e até aproveitar as oportunidades que todas essas mudanças estão gerando e a mesma regra vale para os empregados, que precisam correr para buscar qualificações técnicas e comportamentais e desenvolver habilidades como flexibilidade, learning agility, inteligência emocional e resiliência", finaliza Teixeira.

Notícias de empregos

Guedes defende desonerar a folha de pagamento

Nesta quarta-feira, 23, após reunião entre as equipes política e econômica do governo com o presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu a desoneração da folha de pagamento das empresas.

“Descobrimos 38 milhões de brasileiros, que eram os invisíveis. Temos que ajudar essa turma a ser reincorporada ao mercado de trabalho. Então, temos que desonerar a folha. Por isso que a gente precisa de tributos alternativos para desonerar a folha e ajudar a criar empregos”, afirmou o ministro.

Para isso, ele sugeriu a criação de "tributos alternativos", que, segundo o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), seria um rearranjo no sistema de impostos, sem gerar aumento na carga tributária.

“Reafirmamos nosso compromisso com o teto de gastos e o rigor fiscal. Nenhuma proposta que será encaminhada vai tratar dessa questão. Estamos buscando dentro do orçamento recursos para poder avançar nos programas e, se houver a necessidade, faremos uma substituição de tributação”, disse o parlamentar.

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