Entre os meses de maio e setembro, taxa de desemprego cresceu 33,1%
Segundo dados da Pnad Covid-19, a população desempregada, que era 10,1 milhões em maio, chegou a 13,5 milhões em setembro.
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Publicado em:23/10/2020 às 10:20
Atualizado em:23/10/2020 às 10:20
No mês de maio, a população desocupada no Brasil era de 10,1 milhões, de acordo com informações da Pnad Covid-19. Em agosto, esse número cresceu para 12,9 milhões e, em setembro, chegou a 13,5 milhões. Desde o início da pesquisa, a taxa de desemprego subiu 33,1%.
De agosto para setembro, a força de trabalho subiu 1,4%, passando de 95,1 milhões para 96,4 milhões. Consequentemente, no mesmo período, o número de pessoas fora da força de trabalho caiu de 75,2 milhões para 74,1 milhões (-1,15%).
Entre as pessoas ocupadas que estavam afastadas do trabalho devido ao distanciamento social, o Acre foi o estado que apresentou maior proporção: 9,8%. Em setembro, todas as unidades federativas tiveram queda nesse percentual, frente a agosto.
Dos 5,4 milhões de trabalhadores afastados, 19,8% (cerca de 1,1 milhão) estavam sem remuneração do trabalho. Mas a retomada gradual das atividades já começou a mostrar reflexos em alguns indicadores.
O número de horas efetivamente trabalhadas teve o segundo aumento consecutivo, tanto em âmbito nacional, quanto nas cinco regiões do país. A média foi de 40,1 horas semanais e, na semana de referência, foram 35,1 horas de fato trabalhadas.
Auxílio emergencial
O auxílio emergencial fez com que a renda dos brasileiros não caísse tanto durante a pandemia. Segundo a pesquisa, as regiões Norte e Nordeste apresentam maior proporção de domicílios com beneficiários do programa.
Entre os cinco estados com os maiores percentuais, três são do Norte: Amapá (68,4%); Maranhão (63,7%); Pará (63,3%); Alagoas (63,1%) e Amazonas (60,9%).
O rendimento médio per capita do país, em setembro, foi de R$1.320 - 0,7% acima do valor de agosto (R$ 1.311). As regiões Norte e Nordeste apresentaram os menores valores, R$ 918 e R$ 922, respectivamente.
Em domicílios onde não havia moradores recebendo o auxílio, a renda média era de R$1.821, enquanto o rendimento daqueles lares onde algum morador recebia o benefício era de R$825.
Entre os meses de maio e setembro, taxa de desemprego cresceu 33,1%
(Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)
Número de pessoas em trabalho remoto permanece estável
Em setembro, 93,5% dos trabalhadores não estavam afastados do trabalho, o equivalente a 77,6 milhões de pessoas - em agosto, esse percentual era de 91,9%. Entre os não afastados, 10,4% (8,1 milhões) estavam trabalhando de forma remota.
Desde o início da pesquisa, o número de pessoas trabalhando remotamente sofreu pouca redução: em maio e junho, eram 8,7 milhões de pessoas; em julho e agosto, 8,4 milhões; e em setembro chegou a 8,1 milhões.
Analisando por região, o menor percentual foi no Norte (4,3%) e o maior no Sudeste (13,5%). Em relação ao gênero, há mais mulheres trabalhando de casa: 14,7%, enquanto o percentual dos homens é de 7,5%.
Por grupos de idade, não houve grandes disparidades, sendo:
8,6% para pessoas de 14 a 29 anos;
11,3% para 30 a 49 anos;
9,9% para 50 a 59 anos;
11,5% para pessoas com 60 anos ou mais.
Entre pessoas sem instrução ao fundamental incompleto, o percentual de trabalhadores remotos foi de 0,4%. Para aqueles com fundamental completo ao médio incompleto foi de 1%.
Já entre profissionais com nível superior completo ou pós-graduação, 32,3% estavam trabalhando de casa. O destaque foi para a região Sul, onde 37,5% dos profissionais com essa escolaridade estavam em trabalho remoto.
Mas, entre maio e setembro, todos os grupos de pessoas trabalhando remotamente diminuiu.
Informalidade cresce
O mês de setembro registrou 28,3 milhões de trabalhadores informais, sendo 34,2% do total de ocupados. Em relação ao mês anterior, houve um aumento de 1,7% na quantidade de informais e um aumento de 0,3% na taxa de informalidade.
Até setembro, apenas 10,4% dos brasileiros fizeram teste de Covid-19
Outra informação apresentada pela pesquisa foi a testagem do novo Coronavírus. Até o mês de setembro, 21,9 milhões de brasileiros (10,4% da população) haviam feito algum teste para saber se estavam infectados.
A diferença foi baixa na taxa de homens e mulheres que fizem teste: 10,1% e 10,6%, respectivamente. Analisando por idade, o maior percentual foi entre pessoas de 30 a 59 anos (14,3%), depois o grupo de 20 a 29 (12,1%). Entre aqueles com mais de 60 anos, apenas 9,2% realizaram algum teste.
O percentual cresceu de forma proporcional ao nível de escolaridade. Entre pessoas sem instrução até aquelas com fundamental incompleto, 5,5% fizeram testes; Já entre quem tem superior completo ou pós-graduação, a taxa foi de 21,5%.
Outro fator analisado foi a rendimento domiciliar per capita. Foi observado que quanto maior a renda, maior o percentual de pessoas que testaram para saber se estavam com a doença, chegando a 20,9% em pessoas no décimo mais elevado e 5,4% e 5,5% no primeiro e segundo décimos.
Distrito Federal, Piauí e Goiás lideram com os maiores percentuais de testes realizados: 22,2%, 17% e 16%, respectivamente. Por outro lado, Pernambuco registrou o menor percentual (6,8%), seguido por Acre (6,9%) e Minas Gerais (7,8%).