Falsos apps enganam brasileiros em busca do auxílio emergencial

Antes da remoção, os aplicativos tiveram mais de 200 mil downloads

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Publicado em:14/05/2020 às 15:15
Atualizado em:14/05/2020 às 15:15

O dfndr lab, laboratório especializado em segurança digital da PSafe, identificou dois aplicativos falsos que tentavam simular o app do auxílio emergencial da Caixa Econômica Federal. Antes da remoção, os aplicativos tiveram mais de 200 mil downloads.

"Os falsos aplicativos que prometem o bolsa auxílio do governo são adwares: ou seja, contêm excesso de propaganda e o desenvolvedor lucra a partir das visualizações de anúncios", explica Emílio Simoni, diretor do dfndr lab.

O diretor ainda pontua que esses golpes podem ser mais danosos. Após instalados, esses adwares acabam abrindo brechas na segurança do seu aparelho celular e, consequentemente, podem ter acesso aos seus dados pessoais.

"Uma vez que a vítima já tem o app instalado, basta que o desenvolvedor lance uma atualização mais agressiva para que possam roubar dados do cartão de crédito, registrar indevidamente o número de celular em serviços pagos de sms e até invadir o celular da pessoa, deixando-a vulnerável ao vazamento de fotos e conversas", explica.

Para se prevenir contra este e outros golpes virtuais, o especialista indica que os usuários tenham um aplicativo de proteção instalado no celular, para que seja possível identificar sites falsos e aplicativos com comportamento malicioso.

Além disso, é necessário sempre verificar quem é o desenvolvedor de aplicativo antes de instalar e, se possível, visitar o site oficial em busca de informações. Por fim, a dica é só fornecer dados pessoas em aplicativos com procedência confirmada.

Para não ter erro: Veja como baixar e usar o aplicativo do auxílio emergencial de R$600

Os cibercriminosos têm como objetivo roubar dados pessoais e lucrar a partir da visualização de propagandas nas páginas falsas. Durante a quarentena, os três assuntos mais utilizados para aplicar golpes foram:

  1. Auxílio emergencial do governo: +7 milhões de detecções;
  2. Oferta cerveja grátis em nome da Heineken: +620 mil detecções;
  3. Assinatura grátis da Netflix: +65 mil detecções.

Normalmente, esses golpes pedem para que a pessoa compartilhe com os amigos para "liberar" o prêmio. Entre os meios de disseminação, o WhatsApp lidera com 90%. No Facebook, o percentual é de 3%, enquanto nas demais redes sociais é de 7%.

A Região Sudeste tem três dos cinco estados mais afetados pelos golpes: São Paulo (26%), Rio de Janeiro (16%) e Minas Gerais (9%) encabeçam a lista. Em seguida, estão Bahia e Ceará, ambos com 6%.

Além dos aplicativos, foram identificados bots no Facebook que se passam por atendentes do governo e conversam com os internautas, solicitando informações e direcionando para páginas que capturam dados pessoais.

Até momento, foram detectados 270 aplicativos falsos com a temática do novo Coronavírus. Segundo o dfndr lab, a maioria dos apps finge oferecer informações do total de infectados e funciona como um ransomware: "trava a tela do celular e chantageia em busca de pagamento para o desbloqueio".

+ Auxílio emergencial: já são duas semanas sem novos pagamentos

Auxílio Emergencial
Cibercriminosos lucram com propagandas e roubo de dados
com apps falsos do auxílio emergencial (Foto: Pixabay)

 

Golpe do auxílio emergencial

Muitos golpistas aproveitam momentos de fragilidade e desespero para realizarem seus ataques. Em abril, a equipe do dfndr lab - laboratório especializado em segurança digital da PSafe - identificou um site com cadastro falso para o recebimento do auxílio. 

Mais de 7 milhões de pessoas compartilharam e acessaram esse golpe. "Para tornar o ataque mais verídico, alguns golpes se aproveitam de ações reais que grandes empresas e o governo estão realizando para enfrentar o Coronavírus, como a doação de álcool em gel e pagamento de benefícios à população", conta Emilio Simoni.

O diretor ainda explica que "a tendência é que o número de ataques e de vítimas aumente nos próximos dias, principalmente, em decorrência do agravamento da situação do país neste momento de crise".

Quando houve o anúncio do lançamento do aplicativo da Caixa para o cadastramento de trabalhadores informais que receberão os R$600, os cibercriminosos se adiantaram e dezenas de apps falsos foram criados.

"Vários aplicativos falsos que apareceram de ontem para hoje. Como o app da Caixa é novo e foi lançado agora, quando o usuário faz a busca, muito apps falsos aparecem na frente, porque já foram muito baixados e acessados", explica Emilio Simoni.

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