Marketplace de freelancers, Fiverr, inicia operações no Brasil

Uma das plataformas online para freelancers mais utilizadas no mundo atualmente, a Fiverr, acaba de chegar ao Brasil, marcando o início de suas atividades na América Latina. A startup, que já mantém operações nos Estados Unidos e na Europa, lançou seu site em português com formas de pagamento que atendem ao mercado brasileiro.

Agora, são aceitas transações em reais, seja por cartão de crédito ou boleto. Na plataforma há mais de 400 categorias diferentes para profissionais freelancers, em oito verticais.

"Ao permitir que os brasileiros transacionem em reais ou boleto e no seu próprio idioma, eliminamos as principais barreiras de entrada para nossa plataforma e demos acesso a oportunidades oferecidas por empresas brasileiras e de diversos países. Esperamos contar com uma grande adesão nos próximos meses", Peggy De Lange, VP de Expansão Internacional da Fiverr.

Entre elas: Design Gráfico, Marketing Digital, Programação e Tecnologia, Música e Áudio, Redação, Tradução, Vídeo e Animação.

Uso da plataforma cresceu após pandemia do novo Coronavírus

A Fiverr tem 10 anos de atuação no mercado e está listada na Bolsa de Valores de Nova Iorque. Só nos últimos 12 meses, encerrados no dia 30 de setembro, mais de 3 milhões de clientes compraram uma grande variedade de serviços de freelancers em mais de 160 países.

A tendência que já apresentava sinais de crescimento antes da pandemia do novo Coronavírus, só se fortaleceu após esse período. Isso porque muitos profissionais passaram a trabalhar em casa e a prestar serviços para diversas empresas de mercados locais e internacionais, para complementar suas rendas no momento de crise.

De acordo com dados de uma pesquisa global realizada pela empresa com 1.072 novos freelancers que passaram a utilizar a plataforma desde o início da pandemia, 41% deles estavam desempregados quando ingressaram na Fiverr. Desses, cerca de 35% informaram que a Covid-19 foi o motivo para buscarem oportunidades de trabalho autônomo. 

No segundo trimestre de 2020, o registro de novos freelancers teve aumento de 68% sobre o mesmo período do ano passado. Segundo a empresa, um dos seus principais diferenciais é sua capacidade de conectar empresas e freelancers por meio de um modelo de Service as a Product (SaaP), similar a um marketplace. 

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Fiverr oferecerá incentivo a microempreendedores

Isso permite ao profissional definir preços e escopo do trabalho para todas as ofertas de serviço disponíveis. Além da plataforma ser capaz de garantir total transparência, com esse modelo de atuação.

Para os freelancers, a tecnologia de correspondência intuitiva garante que eles não precisem se preocupar com seleções ou propostas de trabalho. A própria plataforma envia a demanda direto para eles, eliminando idas e vindas desnecessárias e permitindo que se concentrem em seus trabalhos.

"Já enxergávamos no Brasil um cenário promissor para essa nova forma de trabalhar e a pandemia fez com que mais pessoas buscassem outras maneiras de exercer suas atividades e gerar renda. Não funcionamos apenas como um canal no qual se pode encontrar 'jobs' temporários. Nosso objetivo é oferecer os meios possíveis para que o profissional possa formar sua própria carteira de clientes e trabalhar por conta própria", explicou a VP de Expansão Internacional da Fiverr.

Para que pequenos empreendedores possam impulsionar seus negócios e passar pela transformação digital acelerada pela pandemia, a Fiverr ainda oferece um programa global de microcrédito. A esses empresários é disponibilizado um crédito de US﹩ 1,000 (cerca de R﹩ 5.370,00) para que eles possam utilizar dentro da plataforma. 

O objetivo é que o crédito possa ajudar na contratação de profissionais que vão auxiliar em seu processo de digitalização, o que inclui a construção de websites mais modernos e a melhoria da imagem dos produtos e serviços. Qualquer negócio pode se candidatar ao programa de microcrédito até uma vez por mês.

Empresa pretende colaborar com reaquecimento do mercado de trabalho brasileiro

Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que mais de 3 milhões de brasileiros ficaram sem emprego por conta da pandemia. Com sua chegada no Brasil, um dos objetivos da Fiverr é contribuir para o reaquecimento do mercado de trabalho nacional.

Tal meta será atingida a medida em que a startup amplia as possibilidades de interação entre empresas e freelancers até então disponíveis no país. 

A empresa também pretende focar em pequenas empresas no Brasil:

"Micro e pequenas empresas (MPEs) representam 96,6% do total das companhias brasileiras, fornecem 52% dos empregos, 44% dos salários e produzem 30% do PIB no país. Nosso modelo de negócios é ideal para que empresas desse tipo encontrem os serviços de que precisam, conforme os valores que podem custear no momento. Ao mesmo tempo, trabalhadores que perderam emprego durante a pandemia também poderão recorrer à plataforma da Fiverr para ter maiores chances de transformar a demanda dessas companhias em fontes de renda capazes de ajudá-los nesse período difícil", afirmou Peggy De Lange.

Mesmo antes de chegar oficialmente ao Brasil, com um site em português, a Fiverr já contava com usuários brasileiros. Entre eles, o editor de vídeos Marcos Vinícios Borges, de 34 anos.

Depois de enfrentar uma escassez de trabalho em função da pandemia, o editor testou diversas plataformas para freelancers, mas não obteve sucesso com nenhuma delas. Foi um amigo que o indicou a Fiverr:

"No primeiro mês, não obtive tantos resultados, mas senti que deveria dar mais uma chance. A estratégia deu certo. No mês seguinte, choveram propostas, principalmente de clientes internacionais. Em pouco tempo, consegui cerca de US﹩ 2,3 mil, o que ultrapassa os R﹩ 12 mil. Por isso, posso dizer que a Fiverr funcionou como um perfeito bote salva-vidas em meio a uma das piores tempestades que já enfrentei", destacou Borges.