Fórum Econômico Mundial: como gerar novos empregos no pós-pandemia?
Brasil se juntou a outros países para definir uma nova agenda de desenvolvimento profissional e geração de empregos.
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Publicado em:03/11/2020 às 15:00
Atualizado em:03/11/2020 às 15:00
Em janeiro deste ano, na 50ª reunião do Fórum Econômico Mundial, foi lançada a iniciativa Reskilling Revolution - que visa fornecer a um bilhão de pessoas melhor educação, habilidades e empregos até 2030.
Para a definição de uma nova agenda com os objetivos mencionados acima, no final de outubro, mais de mil líderes governamentais, empresariais e da sociedade civil se reuniram na primeira cúpula de redefinição de empregos.
A cúpula contou com a presença de três novos países: Geórgia, Grécia e Turquia. Eles se juntaram a Bahrein, Brasil, Índia, Omã, Paquistão, África do Sul e Emirados Árabes e discutiram formas de eliminar as lacunas de qualificação e trabalho.
“Fechar a lacuna de habilidades e empregos nunca foi tão urgente e vital para nossa economia e sociedade enquanto nos recuperamos da pandemia", disse Adonis Georgiadis, ministro do Desenvolvimento e Investimento da Grécia.
Cada país apresentou suas ações para desenvolver os profissionais e gerar novos postos de trabalho. O Ministério da Economia do Brasil revelou que vai treinar mais de 8 milhões de pessoas para aumentar a empregabilidade nos próximos dois anos.
A Geórgia, por exemplo, criou uma nova plataforma, através de uma parceria público-privada, que busca dar oportunidades para que a nova geração se torne mais inovadora, com foco em startups, tecnologia e empreendedorismo.
Após anos de crescente desigualdade de renda impulsionados com a pandemia, muitas economias entraram em queda livre, afetando o mercado de trabalho e os contratos sociais. Por isso, a cúpula de redefinição de empregos do Fórum Econômico Mundial foi projetada em torno de quatro pilares:
Crescimento Econômico, Renascimento e Transformação;
Trabalho, Remuneração e Criação de Emprego;
Educação, Competências e Aprendizagem ao Longo da Vida; e
Equidade, Inclusão e Justiça Social.
Para garantir uma recuperação econômica "cheia de empregos", os líderes concordaram que é preciso equilibrar essa "mentalidade de crise" com investimentos de longo prazo.
Países discutem ações de qualificação profissional e geração de empregos
(Foto: Agência Brasil)
Crise econômica e aceleração tecnológica dificultam empregabilidade
O Fórum Econômico Mundial divulgou, durante a cúpula, um relatório sobre o futuro do emprego que destacou uma "dupla ruptura" enfrentada pelos trabalhadores: a recessão causada pela pandemia e a automação acelerada.
Com isso, mais de 60 diretores de RH dos principais empregadores do mundo fizeram parceria com o Fórum e a Mercer para criar uma agenda de reinicialização do futuro do trabalho, com objetivo de que empresas e organizações tornem o pós-pandemia mais relevante e inclusivo.
Leena Nair, diretora de recursos humanos da Unilever, anunciou a colaboração com o Walmart, Accenture e Skyhive. “É a primeira parceria colaborativa e não competitiva desse tipo”, disse.
Ainda segundo o relatório, o impacto da tecnologia e da recessão foi pior para as mulheres, jovens e trabalhadores de baixa renda. Por isso, algumas iniciativas do Fórum destacam as vantagens da diversidade, equidade e inclusão neste contexto, além de ajudar com tecnologias de RH com essa finalidade.