Governo de SP planeja reabertura econômica a partir de 11 de maio

Comércio deseja reabrir já no dia 1º; quarentena continua até o dia 10

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Publicado em:22/04/2020 às 12:28
Atualizado em:22/04/2020 às 12:28

Nesta quarta-feira, 22, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou a reabertura gradual dos setores produtivos do Estado. A flexibilização do isolamento deve acontecer a partir do dia 11 de maio.

Essa reabertura será feita em etapas, com autorizações específicas para cada região do Estado. Segundo Dória, a medida vai levar em consideração as situações de cada local, priorizando a saúde e se guiando pela ciência.

"Numa pandemia como essa, quem determina os nossos passos são a saúde e a medicina. A saúde e a ciência e, assim continuará a partir de 11 de maio, após o término da atual quarentena que vai até 10 de maio. Vamos levar em conta situações locais, regionais e setores que possam retornar a economia com as devidas medidas de proteção", disse.

Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, João Doria disse que os detalhes da medida de reabertura dos setores econômicos só serão anunciados no dia 8 de maio. Ele e sua equipe vão analisar o número de infectados e mortos nas próximas duas semanas.

Em sua conta no twitter, ele já havia pedido que a população contribuísse com o isolamento e permanecesse em casa até o dia 10 de maio. O afrouxamento no isolamento também vai depender do número de leitos disponíveis nos hospitais.

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“Primeiro passo é segmentar os municípios de acordo com a situação da pandemia, capacidade do sistema de saúde. Nós receberemos da Saúde a definição de quais os critérios chave, meta de número de casos, quantidade de leitos, testes para sintomáticos e suspeitos", explicou Patrícia Ellen, secretária do Desenvolvimento Econômico.

A secretária contou também que vão realizar uma testagem massiva de Covid-19 nas grandes empresas e ambientes econômicos. Para isso, o governo vai precisar contar com a ajuda do setor privado.

"Nós trabalharemos em conjunto para que as regiões sejam definidas por níveis de risco. Teremos três níveis de risco: zona vermelha, zona amarela e zona verde. Lembrando que hoje nós temos todas as regiões entre a vermelha e a amarela”, completou.

 

Doria anuncia plano de reabertura gradual das atividades econômicas
(Foto: Agência Brasil)

 

Comércio quer abrir no dia 1º de maio

A intenção da Federação das Associações Comerciais do Estado São Paulo (Facesp) e a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) é que o comércio seja parcialmente reaberto a partir de 1º de maio, Dia do Trabalho. As instituições vão realizar a solicitação ao governo nesta quarta, 22.

“Evidentemente obedecendo às devidas regras de segurança para evitar que os efeitos da pandemia do novo Coronavírus, que já afetam a saúde de milhares de pessoas no Brasil, não se perpetuem na economia. Queremos comemorar o Dia do Trabalho trabalhando”, diz nota da Facesp e ACSP.

O encerramento do isolamento estava previsto para esta quarta-feira, 22, porém o governo de São Paulo estendeu até o dia 10 de maio. Segundo as duas entidades, a paralisação do varejo significa a não circulação de R$1 bilhão por dia.

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Ainda em nota, a Facesp e a ACSP manifestaram apoio às medidas restritivas, porém alertaram que essas restrições deveriam ter a menor duração possível. As instituições solicitaram que o setor público realize medidas para garantir a sobrevivência das empresas e a manutenção dos empregos.

“Mais uma vez, as entidades colocam-se à disposição das autoridades para colaborar para o planejamento de uma saída organizada do isolamento com informações e posições, na medida que a condição do setor de saúde permitir”, completa a nota.

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Taxa de isolamento em SP foi de 57%

A taxa de isolamento social do Estado de São Paulo foi de 57%. O município que teve maior adesão à medida foi São Sebastião, com 67%, seguido de Ubatuba e Cruzeiro, ambos com 64%.

"Quero agradecer a população por ter atendido nosso apelo e este é um número bastante razoável e a nossa busca é estar sempre nesse índice acima de 50% podendo chegar a 60% em algumas regiões, felizmente, ultrapassamos a casa de 60%", afirmou o governador.

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A medida de quarentena obriga o fechamento do comércio, mantendo apenas os considerados serviços essenciais, como nas áreas de Saúde e Segurança.

A prorrogação do período de quarentena aconteceu por conta do aumento de casos de contaminação e mortes registradas pelo novo Coronavírus, além do baixo índice de isolamento. Segundo o governo, a taxa ideal controlar o avanço da doença é de 70%.