Guedes considera 4ª parcela do auxílio emergencial de R$200

Prorrogação do benefício está em estudo pela equipe econômica do governo

Autor:
Publicado em:21/05/2020 às 07:48
Atualizado em:21/05/2020 às 07:48

O ministro da Economia, Paulo Guedes, já admite a possibilidade de prorrogação do auxílio emergencial, após as três parcelas previstas. Ele defende a redução gradual do valor do auxílio, mas garante que o benefício não deve ser permanente. 

Segundo o jornal O Globo, o ministro mencionou o valor de R$200 em uma reunião com empresários na última terça-feira, 19. Durante o encontro, Guedes mencionou a necessidade de "suavizar a queda" do pagamento do auxílio.

"Ele falou da possibilidade de pensar em uma fórmula de trabalhar essa saída, uma forma de sair dessa situação sem desproteger as pessoas, na medida em que a crise de saúde também vai diminuindo", disse uma fonte que participou da reunião.

Vale lembrar que este foi o valor proposto pela equipe econômica do governo na versão original do auxílio emergencial. No Congresso, houve a ampliação do benefício para R$500 e, logo após, foi fechado um acordo com o presidente Jair Bolsonaro para elevar a ajuda a R$600.

+ Auxílio emergencial: 'Vamos tornar mais robusto e focalizado', diz Guedes

Segundo um interlocutor, Guedes teria dito que se o auxílio fosse de R$200, daria para pagar por mais meses. O ministro também ressaltou que, na proposta inicial, era estimado 30 milhões de beneficiários, no entanto subiram o valor e o número de beneficiários (60 milhões).

Outras possibilidades estão sendo estudadas pelo governo, como a incorporação do programa a uma outra plataforma de auxílio, como o Bolsa Família, por exemplo. Está também em análise o planejamento de reduzir o público que vai receber as próximas parcelas do benefício, tornando o custo do programa menor.

Veja também: Caixa libera calendário da segunda parcela do auxílio emergencial

 

Paulo Guedes - Ministro da Economia
Guedes avalia redução no valor do auxílio emergencial
(Foto: Agência Brasil)

 

Há duas semanas, governo emitiu nota negando permanência do auxílio

No dia 12 de maio, o Ministério da Economia emitiu uma nota sobre a possibilidade de permanência do auxílio emergencial pós-pandemia. De acordo com a pasta, o benefício não pode ser permanente, para que não comprometa a política fiscal. 

Segundo a nota, "as despesas criadas neste momento de excepcionalidade não devem ser transformadas em permanentes para não comprometer a recuperação das contas públicas a partir de 2021 e nem a trajetória sustentável da dívida pública".

O secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, disse, no dia anterior, que o auxílio emergencial de R$600 poderá ser mantido após o fim da pandemia. 

De acordo com o secretário, o governo discute se o auxílio e outras medidas deverão durar os três meses inicialmente planejados ou se deverão ser desmontadas gradualmente. “Não podemos virar a chave e desligar tudo de uma hora para outra”, disse.

Para que a renda emergencial se torne permanente, há a necessidade de liberação de pelo menos R$30 bilhões do orçamento da União. Segundo o G1, fontes do ministério afirmam que a ideia é levar ao Congresso um pacote para cortar algumas disfunções tributárias específicas, como o abono salarial.

A nota do Ministério da Economia ressaltou a preocupação em "preservar vidas e a atividade econômica” e que está estudando medidas para a estimular a retomada econômica.

+ Leia a nota completa