Indicador da FGV aponta queda no índice de desemprego em fevereiro

Apesar da queda, caminho para melhora significativa ainda é longo

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Publicado em:09/03/2020 às 14:00
Atualizado em:09/03/2020 às 14:00

A Fundação Getúlio Vargas, por meio do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), divulgou os resultados de dois indicadores que analisam tendências para o mercado de trabalho. Os resultados apresentados fazem referência ao mês de fevereiro.

O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) cedeu 0,3 ponto em fevereiro, conforme demostra relatório apresentado pela FGV. O indicador é relacionado ao nível de emprego do país. Com uma combinação de sondagens da indústria, de serviços e do consumidor, o IAEmp antecipa os rumos do mercado de trabalho no país. 

Apesar da queda, o indicador permaneceu em 9,0 pontos. Rodolpho Tobler, economista da FGV Ibre, explicou melhor sobre o resultado:

“Depois de três altas consecutivas, o IAEmp acomodou em nível acima dos 90 pontos. O resultado mostra que apesar da trajetória positiva do mercado de trabalho nos últimos meses, a ligeira queda pode sugerir cautela com a continuidade da recuperação, considerando o cenário de alta incerteza econômica ”, disse.

Ao todo, o IAEmp é composto por sete componentes. Deste total, quatro contribuíram para o recuo de fevereiro. Entre os principais, está a queda de 4,6 pontos do indicador que mede o grau de otimismo em relação ao emprego para consumidores nos próximos seis meses. 

Em seguida, ficaram os indicadores de tendência dos negócios e do emprego previsto no setor de serviços. Estes apresentaram quedas de 2,6 e 2,2 pontos, respectivamente.

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(Foto: Freepik)

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Mas o resultado mais positivo da pesquisa refere-se ao indicador que mede o índice de desemprego no país. A taxa apresentou queda e a expectativa é de que essa mesma tendência se mantenha para os próximos meses.

O Indicador de Coincidente de Desemprego (ICD) caiu 0,6 ponto em fevereiro. Desta forma, o ICD ficou em 91,9 pontos, o menor nível registrado nos últimos quatro anos. 

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O menor índice calculado antes desse tinha sido em agosto de 2015, com 89,5 pontos. Diferentemente do IAEmp, o ICD calcula a taxa de desemprego no país. Ou seja, quanto menor o número deste índice, melhor o resultado. 

“A terceira queda consecutiva do ICD sugere continuidade da queda da taxa de desemprego no início de 2020. O indicador se aproxima dos níveis do início da última recessão, mas se encontra em patamar elevado, mostrando que ainda há um longo caminho de recuperação”, destaca o economista Rodolpho Tobler.

A queda do ICD sofreu influência de duas das quatro classes de renda familiar. Na classe familiar com renda superior a R$ 9.600.00, o indicador de emprego local atual variou 2,6 pontos na margem. Já a classe familiar com renda entre R$ 2.100.00 e R$ 4.800.00, sofreu variação do indicador de emprego de 1,4 pontos.