Indicador antecedente de emprego cai e aponta piora no mercado

Indicadores de emprego da FGV apresentaram piora em fevereiro. Iaemp caiu 0,6 ponto e chegou a 82,9 pontos.

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Publicado em:05/03/2021 às 13:00
Atualizado em:05/03/2021 às 13:00

Desde o final do ano passado entidades, médicos, especialistas, autoridades políticas e cidadãos conscientes apontavam para o recrudescimento da pandemia neste início de 2021. Isso aconteceu, e os efeitos são sentidos no mercado de trabalho

O comportamento das pessoas, atrasos nas notificações, festas de final de ano, mutações no vírus. Todos esses foram fatores que contribuíram para um cenário atual mais preocupante de pandemia e também com menos otimismo. 

Nesta sexta-feira, 5, novos dados divulgados demonstram o cenário que se forma no mercado, diante da crise. Segundo a Agência Brasil, dois indicadores de mercado de trabalho da Fundação Getulio Vargas (FGV) apresentaram piora na passagem de janeiro para fevereiro.

Um deles é o Indicador Antecedente de Emprego (Iaemp), que busca antecipar tendências do mercado de trabalho com base em entrevistas com consumidores e com empresários dos serviços e da indústria. 

O Iaemp recuou 0,6 ponto na passagem dos meses e chegou a 82,9 pontos, em uma escala de zero a 200. A queda sugere uma perda de ritmo na recuperação do mercado de trabalho.

Outro índice que aponta para um cenário desfavorável é o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD). Este subiu 0,5 ponto, para 99,3 pontos de janeiro para fevereiro deste ano. 

Ao contrário do Iaemp, o ICD, que mede a percepção do consumidor sobre o desemprego, é medido em uma escala invertida de 200 a 0. Deste modo, quanto maior a pontuação, pior é o desempenho.

 

Indicadores de emprego apresentam piora em fevereiro
Indicadores de emprego apresentam piora em fevereiro
(Foto: Reprodução)

 

Indicadores apontam para obstáculos a frente, alerta economista

Até o final do ano passado, o Indicador Antecedente de Emprego passou por um período de recuperação. Mas esse período acabou neste início de ano, com o índice voltando a recuar.

Na avaliação do economista Rodolpho Tobler, da FGV, esses dados do início de 2021 mostram que a recuperação não será um processo simples e que ainda há muitos obstáculos a serem vencidos.

“O cenário ainda é muito incerto e o recrudescimento da pandemia torna ainda mais difícil a retomada de setores chaves para o emprego, como, por exemplo, o setor de serviços.”

O economista ainda destaca que "enquanto não for possível observar efeitos positivos da vacinação, é difícil pensar em resultados positivos para o mercado de trabalho”. 

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Turismo interno poderá gerar mais vagas de emprego

Mesmo com um cenário negativo, ainda há perspectivas de melhoras para alguns setores. E um deles é justamente aquele mais sofre com a pandemia, registrando prejuízo estimado em R$ 2 bilhões, só no Brasil.

O setor de Turismo, com a chegada da vacina (embora lenta), tem observado uma mudança no comportamento dos turistas, que estão apostando em um turismo interno, por dentro do próprio Brasil.

De olho nessa tendência, a Gi Horeca, divisão ligada à operação diária de grandes estabelecimentos de hospitalidade do Gi Group, aposta na abertura de vagas no setor hoteleiro em regiões como Bahia, Pernambuco, Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro. 

Além disso, também há boas expectativas para os setores de Alimentos e Bebidas; e Governança. A melhora deve resultar em futuras contratações de camareira, garçons, maitres, chefes de cozinha e outros cargos para hotéis e restaurantes.

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