MEC anuncia novas datas de aplicação das provas do Enem 2020
Provas impressas serão aplicadas nos dias 17 e 24 de janeiro de 2021
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Publicado em:08/07/2020 às 14:18
Atualizado em:08/07/2020 às 14:18
O Enem 2020 já tem nova data para ser realizado. Conforme anunciado durante uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira, dia 8, as provas do Exame Nacional do Ensino Médio, Enem, serão aplicadas nos dias 17 e 24 de janeiro de 2021.
Já a versão digital será realizada nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro. A reaplicação do Enem ficou marcada para os dias 24 e 25 de fevereiro. O resultado das provas sairão até o dia 29 de março.
Estiveram presentes na coletiva o secretário-executivo do MEC, Antonio Paulo Vogel, e o presidente do Inep, Alexandre Lopes.
Também marcaram presença o secretário de Educação Superior do MEC, Wagner Vilas Boas de Souza, o secretário de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, Ariosto Antunes Culau, e representantes do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed).
Datas do Enem 2020
Aplicação da versão tradicional do Enem: 17 e 24 de janeiro de 2021
Aplicação da versão digital do Enem: 31 de janeiro e 7 de fevereiro
Reaplicação do Enem: 24 e 25 de fevereiro
Resultado do exame: até 29 de março
Reaplicação do Enem: prova reaplicada em casos onde houve problemas na aplicação do exame, impedindo o estudante de concluir a avaliação. Nesta data também é feita a aplicação das provas em unidades prisionais.
Datas foram avaliadas a partir de enquete realizada com estudantes
O adiamento das datas de prova do Enem foi anunciado em maio, após pressão por parte dos estudantes, professores e alguns parlamentares favoráveis a alteração da data. Anteriormente, o exame seria realizado nos dias 1º e 8 de novembro em sua versão tradicional e nos dias 22 e 29 de novembro, virtualmente.
O primeiro passo para a escolha das novas datas do exame foi a realização de uma enquete com os inscritos no Enem. Foram oferecidas três opções de adiamento:
Adiamento em 30 dias: prova impressa em 6 e 13 de dezembro e digital em 10 e 17 de janeiro;
Adiamento em 60 dias: prova impressa em 10 e 17 de janeiro e digital em 24 e 31 de janeiro;
Adiamento em 90 dias: prova impressa em 2 e 9 de maio e digital em 16 e 23 de maio.
A mais votada foi a alternativa que colocava as provas para a data mais distante. Ou seja, prova impressa nos dias 2 e 9 de maio; e prova digital, nos dias 16 e 23 do mesmo mês.
Ainda de acordo com as informações anunciadas pelo Inep no último dia 1º, 80% dos participantes optaram pelo adiamento das provas para o ano de 2021. O intuito da enquete era, justamente, avaliar as preferências dos estudantes.
No entanto, esse não era o único parâmetro para definição da data. De acordo com Alexandre Lopes, presidente do Inep, apesar do resultado da enquete ter indicado a preferência por maio, mais de 50% dos participantes votaram para que a prova acontecesse entre dezembro e janeiro.
Além disso, existe toda uma reação em cadeia com o adiamento do Enem. A alteração da data da prova interfere, por exemplo, nas datas do Sisu, Prouni e Fies. De modo que realizar o Enem somente em maio poderia acarretar na perda de todo o primeiro semestre de 2021.
"Se deixássemos para maio, os ingressos por meio desses sistemas seriam possíveis só no segundo semestre", destacou o presidente.
MEC avalia um terceiro Sisu em 2021
Inclusive, o secretário-executivo do MEC, Antonio Paulo Vogel, disse que está am aberto a possibilidade de ser aberta uma terceira data de inscrição no Sisu em 2021. Normalmente, são realizados dois Sisu's todos os anos.
"Pode acontecer um terceiro Sisu no ano que vem, se for da necessidade das entidades de Ensino Superior, tendo em vista a excepcionalidade da pandemia. Mas, isso ainda não está definido."
Outo ponto abordado na coletiva, foram as medidas de segurança que deverão ser adotadas para garantir a segurança sanitária de estudantes e de toda a equipe que trabalha na aplicação do exame. Para isso, já foi feito um pedido de suplementação orçamentária ao Ministério da Economia.
De acordo com os representantes do MEC e do Inep, as despesas destinadas às medidas de prevenção devem encarecer os custos de aplicação do exame em mais R$70 milhões. Dentre as estratégias a serem adotadas, está previsto:
Uso de máscaras e álcool em gel;
Redistribuição de candidatos nas unidades de aplicação do exame;
Revisão dos procedimentos de capacitação dos aplicadores; e
Revisão dos procedimentos de identificação dos alunos.
Aplicação das provas levará em consideração segurança sanitária
dos envolvidos (Foto: Divulgação)
Conteúdo das provas do Enem 2020 não serão alterados pela pandemia
A pandemia não afetará o conteúdo a ser exigido na avaliação. Segundo Vogel, será mantida a matriz de prova utilizada para a elaboração das questões que irão integrar a avaliação, formulada antes da pandemia.
Em relação aos possíveis prejuízos para estudantes que não tiveram condições de manter os estudos durante a quarentena, Vogel reconheceu que a decisão "não é perfeita para todos e foi tomada de maneira técnica".
De acordo com a presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Cecília Motta, a expectativa é que a maioria dos estudantes possam voltar às aulas em setembro, onde serão iniciados quatro meses de preparação intensiva até a prova.
Uma das estratégias, a ser alinhada com as secretarias estaduais, é elaborar uma avaliação diagnóstica para avaliar os mais prejudicados. Esses passarão por uma política de recuperação.
Aplicação de exame digital é estratégico
Questionado sobre a segurança da aplicação do exame digital, Vogel explicou que neste momento a prova está alinhada à estratégia para o Enem a longo prazo. Segundo ele, desde o anúncio dessa nova modalidade de prova estão sendo trabalhados modelos de aplicação.
Foram feitos estudos comparativos e testes com mais de 10 mil alunos. "Estamos tranquilos com a aplicação [do Enem Digital]", disse.
A ideia é que a cada ano seja feita a ampliação gradual desse modelo, até que em 2026 não seja mais necessária a realização do exame presencialmente, com prova impressa. Inclusive, em 2021 um novo método também poderá ser testado: o Enem Seriado.
A ideia é que a cada ano do ensino médio o estudante faça uma prova. No fim dos três anos esse aluno receberá uma nota, que poderá garantir a ele uma vaga em uma universidade. A previsão é de que esse modelo também seja aplicado de forma digital.
Por fim, os representantes reforçaram que os procedimentos internos para a aplicação do Enem 2020 estão sendo realizados normalmente. Em breve, novas informações devem ser divulgadas, como a data de liberação do cartão de confirmação das inscrições.