Ministério da Saúde deve abrir 4 mil vagas para hospitais do Rio

Ministério da Saúde confirma que Hospitais Federais do Rio de Janeiro poderão receber 4 mil novos profissionais nos próximos meses

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Publicado em:12/02/2020 às 14:35
Atualizado em:12/02/2020 às 14:35

O Ministério da Saúde deve realizar uma nova seleção com 4 mil vagas para atuação nos seis hospitais federais do Rio de Janeiro. Isto é: Bonsucesso, Andaraí, Cardoso Fontes, Ipanema, Lagoa e Servidores do Estado.

O edital pode ser publicado em março, de acordo com a BandNews. O objetivo é recompor o número de funcionários nas unidades de saúde da capital fluminense. FOLHA DIRIGIDA procurou a Assessoria de Imprensa do Núcleo Estadual no Rio de Janeiro (Nerj) do Ministério da Saúde nesta quarta-feira, 12, para verificar os dados.

O setor confirmou a nova seleção e disse que a pasta já realiza reuniões internas para abrir as vagas. No momento, ainda está em discussão o cronograma para etapas, como publicação do edital e aplicação das provas.

Questionada se a oferta será para contratação de profissionais efetivos ou temporários, a Assessoria de Imprensa explicou que o método de contratação também está em análise. Porém, devido a conjuntura econômica, as admissões devem ser por tempo determinado.

Hospital Federal de Bonsucesso é um dos que apresenta maior
carência de pessoal (Foto: Alerj)

 

Também não está definido se as 4 mil vagas serão apenas para médicos ou se também contemplarão a área de apoio. Atualmente, um dos hospitais federais do Rio de Janeiro que mais sofre com a falta de servidores é o de Bonsucesso, na Zona Norte da cidade.

A unidade conta com o frequente fechamento da emergência e a perda de oncologistas para o setor privado. Sem falar nos problemas recorrentes de falta de insumos. Segundo informações do coordenador assistencial adjunto do hospital, Carlos Assef, à BandNews, a maior carência médica é na parte oncológica e emergencial.

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MPF intervém diante da falta de médicos em Bonsucesso

Para assegurar a continuidade dos serviços médicos diante da carência de pessoal, o Ministério Público Federal (MPF) protocolou um pedido, em julho de 2019, para que a União apresentasse o dimensionamento de pessoal atualizado do Hospital Federal de Bonsucesso.

O órgão solicitou que a Justiça determinasse à União informações sobre os recursos humanos disponíveis para o funcionamento da emergência. Outro pedido do MPF foi para garantia da presença de médicos no serviço de emergência.

Caso fosse constatada a falta de médicos no Hospital Federal de Bonsucesso, o MPF recomendaria a lotação na unidade do número de servidores necessários para garantir a manutenção dos atendimentos de saúde no serviço de emergência. Com isso, o Ministério da Saúde poderia ser obrigado a realizar um novo concurso.

Até o momento, nenhum concurso para efetivos foi realizado e a unidade continua com os problemas de carência de pessoal.

Em 2017, o MPF também ajuizou ação civil pública com a meta de condenar a União a promover concurso público para o provimento de cargos efetivos, e, desta forma, efetivar a substituição de todos os profissionais contratados temporariamente. Porém, apenas seleções temporárias foram realizadas. 

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Ministério da Saúde teve oferta de 3.592 vagas em 2018

As últimas contratações de pessoal pelo Ministério da Saúde ocorreram por processos seletivos para temporários. Em abril de 2018, por exemplo, uma seleção ofertou 3.592 vagas para cargos dos níveis médio/técnico e superior.

As chances foram distribuídas pelos cargos de: técnico de enfermagem; auxiliar (de laboratório, enfermagem e radiologia); assistente social; biólogo; biomédico; enfermeiro; farmacêutico; físico; fisioterapeuta; fonoaudiólogo; médico; nutricionista; odontólogo; e psicólogo.

Os aprovados começaram a ser chamados em junho com contratos iniciais de seis meses, podendo chegar até, no máximo, dois anos, de acordo com as avaliações de desempenho feitas. Apesar desse reforço, o déficit nas unidades hospitalares continua.

Na época das convocações, integrantes dos corpos clínicos afirmaram que o número de profissionais não seria suficiente para suprir a demanda dos seis hospitais e três institutos federais do Rio. A seleção anterior a esta foi em 2015 e também para temporários.