Nova gestão quer voltar a fazer da Ceperj uma referência em concursos

Presidente da Fundação Ceperj, Mario Almeida Neto está focado em reestruturar o setor de concursos da instituição.

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Publicado em:13/09/2019 às 04:00
Atualizado em:13/09/2019 às 04:00

Reestruturar o setor de concursos. Essa é uma das prioridades da nova gestão da Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro (Fundação Ceperj).

Desde que assumiu a presidência da fundação há quase três meses, no dia 14 de junho, Mario de Araujo Almeida Neto tem, junto com sua equipe, planejado soluções mais modernas para a logística das seleções públicas da fundação, incluindo a infraestrutura.

Em entrevista, o gestor listou o que está em pauta nessa reestruturação. Após a reorganização e modernização do setor de concursos, a Ceperj vai voltar a organizar concursos externos.

De acordo com Mario, a fundação já se programa para ficar à frente de quatro seleções em 2020, sendo três na capital e uma no interior do Rio. Os nomes dos órgãos que vão abrir esses concursos, porém, ele não quis antecipar, já que os contratos ainda não foram assinados.

Mas os planos da nova gestão da Ceperj não se restringem somente à reestruturação do setor de concursos. A presidência da fundação quer valorizar e capacitar cada vez mais seus servidores, seja por meio de cursos e pós-graduações quanto prezando pelo bem-estar deles.

E isso passa também pelo reconhecimento do trabalho dos profissionais e pela proximidade dos servidores com os diretores e a presidência da instituição. Leia a entrevista completa a seguir.

Novo presidente da Ceperj deseja reestruturar o órgão
(Foto: Divulgação)

Desafios e projetos da Ceperj

Mario de Araujo Almeida Neto - A escassez de recursos e também a reestruturação da fundação, que estava totalmente destruída.

A Ceperj já teve, por exemplo, cinco agências regionais, que hoje estão desativadas, mas que vão ser reativadas daqui a um ano, um ano e meio, para serem como braços para que possamos atuar melhor em regiões do estado.

Elas ficavam em municípios como Friburgo, Petrópolis e Macaé. Eram bem distribuídas pelo estado.

A reestruturação na área de concursos

Vamos reestruturar a área de concursos, tanto na parte de infraestrutura quanto no tocante à mitigação de riscos, que são coisas que antigamente não se previa, como, por exemplo: incêndios e desastres naturais nos locais de prova, como chuvas.

Caso isso aconteça, vamos ter ônibus que possam tirar as pessoas daqueles locais e levá-los a outro. Teremos um plano B sempre. Hoje, os riscos são cada vez maiores, e estamos tentando prever tudo isso.

Queremos contratar aplicativo de gestão de inscrições, mas vamos desenvolver o nosso também. Como não teremos tempo de fazer tudo internamente, estamos partindo para locação, contratação, mas a gestão é toda nossa.

Estamos criando também uma estrutura que preveja a segurança de provas. Vai ter segurança armada. Impressão de provas é algo extremamente complicado. A gente vai produzir e formatar as provas em ambiente fechado.

Elas serão impressas em local cuja comunicação será por um pen drive direto para a impressora. Teremos “vigília” dessas provas por 24 horas. Imagina se um concurso com 30, 100 mil pessoas não dá certo? É o nome da Ceperj, do estado, do governo em jogo. Concurso é algo muito sério.

E o primeiro (da minha gestão) é visceral. Eu estarei na rua trabalhando. Será um grande teste nosso.

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A parceria do órgão com empresas públicas e privadas

Estamos fazendo parcerias para a execução de qualquer trabalho dentro do nosso escopo, tanto na área de concursos quanto na de capacitação e de estatísticas.

Quando eu assumi a presidência encontrei algumas parcerias, e procurei rever todas as que já estavam em andamento para ver o que tinham a oferecer.

Além disso, também definimos alguns produtos que estavam indefinidos, para efetivamente fazer valer a parceria. Queremos estabelecer um vínculo com a Uerj, por exemplo, que já está em andamento.

O quadro de servidores atual

Temos 165 profissionais, sendo 14 concursados, sete cedidos para outros órgãos, oito que foram cedidos para cá e o restante é extraquadro. Não há temporários nem terceirizados.

Por ora, para o que estamos pretendendo fazer, esse número atual vai atender. Mas em médio prazo vamos precisar de mais braços para dar conta de todos os projetos que temos em mente.

Com aposentadorias, órgão precisará de novo concurso

O quadro tem idade avançada. Eu diria que todos esses 14 já têm condições de se aposentar.

Quando questionado sobre a abertura de novo concurso após as aposentadorias, o presidente concordou com a necessidade de novos servidores.

Antes de novo concurso, é preciso reestrutuar a Ceperj

Sabemos das necessidades do nosso quadro, mas agora não podemos abrir um concurso devido ao contingenciamento de recursos. Então, terá de ser feito só daqui a algum tempo. Primeiro temos que reestruturar a fundação, que é a nossa prioridade.

Concursos Ceperj já estão em pauta 

Já temos quatro possibilidades de concursos em andamento. Mas prefiro, por ora, não divulgar quais serão os órgãos. As entidades querem fazer com a gente, e estão acreditando neste novo momento do governo.

Mas posso adiantar que são três concursos na capital e um no interior. Três órgãos do estado e um município. Ainda não está nada assinado, mas as tratativas já estão muito avançadas.

Editais serão publicados em 2020

Não dá para fazer neste ano pois temos que licitar. A nossa área de concursos estava totalmente desarticulada. Um concurso envolve muita coisa: propaganda, captar inscrições, negociações bancárias, uma banca para fazer as provas e outra para corrigi-las, contratação de fiscais, distribuição das provas por locais (cidades), carros para deslocar equipes, etc.

Estamos com cerca de dez licitações indo para a rua, para poder dar a estrutura que a gente precisa. Hoje, estamos fazendo licitações para que possamos contratar em várias áreas.

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Órgãos do Estado querem prestigiar a Ceperj com novos concursos

Essa é uma intenção dos próprios órgãos. Eu tenho estado em contato com vários órgãos, e eles sinalizaram que querem rever seus quadros e que, uma vez que os quadros forem revistos, vão nos chamar para que organizemos seus concursos.

Não posso antecipar quais órgãos são esses, pois seria até uma deselegância com quem está em contato conosco.

Ceperj não organizará concursos da PC-RJ este ano

A princípio, neste ano, não, porque ainda estamos rearticulando toda a nossa área de concursos.

Ceperj tem mais de 30 cursos de capacitação com inscrições abertas

Nosso público de interesse está cada vez mais exigente. As pessoas têm cada vez mais consciência dos seus direitos. Hoje, um cidadão não se contenta em chegar em um órgão público e não ser bem atendido.

Desde a questão de reduzir uma fila a ter um atendimento eficaz, isso tudo está dentro do escopo do nosso trabalho. Estamos sempre procurando olhar para esse tipo de coisa.

Não estamos limitados só à questão da gestão e do planejamento, mas de olho em tudo o que acontece. Hoje, nós somos os principais articuladores dessas soluções.

Servidores capacitados têm mais chances de alcançar cargos de lideraça 

O que notamos cada vez mais é que os novos governantes estão querendo implantar a meritocracia, para que o servidor possa ascender na carreira de acordo com seu desenvolvimento, com aquela produtividade que é esperada de cada profissional.

E me parece que isso tem acontecido cada vez mais, mas talvez não na velocidade que a gente quer. Mas tudo tem que ter um início. Toda caminhada tem que ter o primeiro passo.

E de uma maneira geral, isso já está bem arraigado. Hoje, todos os governantes em qualquer esfera já estão bem sensibilizados com isso.

O servidor está procurando administrar aquilo que ele tem de características, de perfil de trabalho, e procura desenvolver o que ele acredita que tem de mais importante para desempenhar o seu trabalho.

Se ele nota deficiência em alguma área específica, vai buscar isso. Hoje, o servidor busca muito isso. Se incentiva a gestão por competências. Os órgãos públicos se veem na necessidade de apresentar resultados, desenvolver indicadores de produtividade.

Ações internas que motivam os servidores

Primeiro: o reconhecimento do trabalho deles, e depois um contato direto. Toda a diretoria tem um contato muito próximo, de igual para igual no trabalho. Às sextas, temos o café com o presidente, por exemplo.

Estamos procurando dar capacitação a eles também, e fazer cursos específicos para os nossos profissionais.

Além disso, pretendemos fazer uma parceria com a Uerj e trazer profissionais de Educação Física para fazer ginástica laboral, e também de Nutrição, para auxiliar na alimentação dos nossos servidores.

Não adianta a Ceperj estar no nível da Nasa e os servidores no nível de um país com um IDH abaixo da média. Queremos trazer os servidores para junto disso, sejam concursados ou extraquadro. Estamos tratando todo mundo igual.