O concurso público como divisor de águas na vida do servidor

O que te faria buscar uma carreira no serviço público? No caso de Cirene Curty, a educação dos filhos foi o combustível para conquistar a vaga. No especial "Casos de Sucesso", FOLHA DIRIGIDA conta como as perspectivas de vidas podem ser transformadas através da segurança do contrato estatutário.

Sem condições financeiras de proporcioná-los uma boa educação e criação, a agora servidora viu em um concurso para a Prefeitura do Rio de Janeiro, que encontrou no jornal impresso da FOLHA DIRIGIDA, a chance de transformar a sua situação.

Confira um pouco da história da agente de educação infantil e como a estabilidade alcançada pelo servidor pode garantir inúmeros benefícios, muito além daqueles oferecidos nos editais de abertura.

Começando de novo

Pouco depois do casamento, Cirene se ausentou do mercado de trabalho e deixou de estudar para se dedicar aos serviços de casa. Após a separação, ela se viu com dois filhos pré-adolescentes, Raphael de 15 anos, e Daniel, 12, sem condições financeiras para criá-los e sem ajuda financeira do ex-marido. Como qualquer brasileira ela teve que se virar.

Começou a trabalhar como cuidadora de idosos de sexta à domingo, mas mesmo assim a situação ainda era muito difícil. Pouco tempo depois encontrou mais uma forma de ajudar na renda mensal, trabalhando em uma escola na função de auxiliar de serviços gerais.

Apesar de ter formação técnica de professora primária e por vezes exercer a função na escola em que trabalhava, a oportunidade de efetivação do cargo nunca chegava. Cirene fala que fazia de tudo neste colégio, saía de casa às 6h e retornava apenas às 20h.

"Às sextas saía da escola e ia trabalhar como cuidadora até domingo à noite. Sempre agradecendo a Deus por não deixar faltar nada. Neste período meus filhos ficavam com minha mãe e minha irmã."

Esse cenário se perdurou por três anos, até que em 2007, Cirene Curty encontrou um concurso da Prefeitura do Rio de Janeiro para o cargo de auxiliar de creche no jornal impresso da FOLHA DIRIGIDA. Ela conta que sempre comprava o jornal.

Trabalho x Preparação para concursos

A inscrição para o concurso foi apenas o primeiro passo dessa caminhada. Trabalhando e com as responsabilidades de agora comandar sozinha uma casa, Cirene teve a falta de tempo e o cansaço como principais adversários na praparação para a prova.

"Eu via o conteúdo, mas não tinha tempo para estudar. Até tentei estudar Matemática com um professor de concurso mas o cansaço não deixava assimilar nada. Comprei uma apostila da Degrau cultural após ver o anúncio na FOLHA DIRIGIDA, e quando tinha um tempinho dava uma olhada."

Após vencer as dificuldades da preparação; a pressão de ver o seu futuro sendo definido em algumas horas; o nervosismo na conferência do gabarito; e na ansiedade pela convocação, - que só veio em 2010 - hoje depois de 9 anos no serviço público, Cirene exerce a função de agente de educação infantil.

Contudo, para a agora servidora, foi um choque encarar uma nova realidade completamente diferente da que vivia. Apesar de gostar de trabalhar com crianças, ela nos conta que mesmo para o bem, levou um tempo para se acostumar as garantias como salário, benefícios, auxílios ou estabilidade empregatícia.

Casos de Sucesso - Cirene Curty (Foto: Arquivo Pessoal)

A vida de Cirene mudou com o concurso

Ser nomeado em um concurso público tão almejado pode mudar totalmente a vida de alguém. A agente de educação nos falou sobre como sua vidou mudou, além dos ganhos materiais alcançados.

"Levantou minha auto estima! Também consegui ajudar a formar os meus dois filhos. Hoje, um formado em Comunicação e professor nas especialidades de Língua Portuguesa. Já o outro é militar da marinha há cinco anos"

Com as forças renovadas, ela conseguiu cursar a tão sonhada faculdade de Pedagogia. Além disso, conseguiu sair da comunidade onde morava, algo que ela sempre quis. Pois, preocupada coma a segurança dos filhos, muitas vezes os esperava chegar da faculdade debaixo de chuva.