Eu costumo dizer que a maior arma do delegado de polícia é a caneta. E é com tempo, investigação e conhecimento jurídico que solucionamos nossos maiores casos.
Longe da rotina esperada com a aprovação num concurso público, nossos dias começam e terminam sem horário. Às vezes, antes mesmo de sair de casa, já fui acionada por conta de um suicídio ou de um local de crime. Outras vezes, chego tão tarde que nem consigo dar boa noite ao meu filho.
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É uma rotina intensa — tanto para quem trabalha no plantão, decidindo sobre a liberdade e a vida das pessoas no calor dos acontecimentos, em meio a gritos, tumulto e partes exaltadas, quanto para quem atua nos cartórios, analisando documentos e deliberando diligências investigativas com calma e tranquilidade.
Mas o que ninguém conta é que a função do delegado vai muito além das prisões e das investigações. Somos, muitas vezes, a única autoridade disponível para ouvir e orientar a população, a qualquer hora do dia. E é por isso que as pessoas mais necessitadas e vulneráveis buscam na delegacia a solução para todos os tipos de problemas: dificuldades com os filhos, brigas de vizinhos, discussões sobre o terreno da tia.
Questões sociais, familiares e até cíveis acabam nas Delegacias. Afinal, delegacias e hospitais são os únicos lugares abertos ao público 24 horas por dia.
Em muitos momentos, somos o primeiro — e, às vezes, o único — ponto de acolhimento de quem está desesperado. E, para esse exercício diário de empatia, escuta e acolhimento, nenhum livro consegue te preparar.
Acolher o choro e o medo. Lidar com vítimas fragilizadas. Ouvir mães desesperadas, que precisam reconhecer um filho morto ou visitar um filho preso.
Para quem tem filhos, aliás, trabalhar na polícia pode ser ainda mais desafiador: é preciso aprender a separar o trabalho da vida pessoal e não levar para casa as imagens que presenciamos no dia a dia.
Nem todos os dias têm ação, mas todos os dias têm propósito. Seja ao acolher uma mãe, seja ao prender um criminoso, são pequenas vitórias que não aparecem nas mídias, mas que nos lembram, todos os dias, por que escolhemos essa profissão.
É uma carreira que exige coragem, mas também empatia, sensibilidade e resiliência — e que nos retribui diariamente com o privilégio de transformar vidas e servir à sociedade.
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