Pandemia acelerou novidades no mercado de trabalho

Home office é novidade para mais da metade das empresas

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Publicado em:22/06/2020 às 12:30
Atualizado em:22/06/2020 às 12:30

Uma pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva, com o apoio da Acesso Digital e do Grupo Cia de Talentos, constatou que para mais da metade das empresas brasileiras, cerca de 53%, o modelo de trabalho remoto (home office) é uma novidade.

De acordo com o levantamento, a pandemia acelerou a necessidade da transformação digital para a desburocratização da área de Recursos Humanos. É o que explicou Gabriela Onofre, VP de Comunicação e Marketing da Acesso Digital:

“A simplificação de processos já estava na pauta dos RH’s, mas a pandemia acelerou a necessidade por ferramentas que possibilitem transações remotas. Reduziram-se as barreiras internas por adoção de tecnologia.”

Entre os participantes, 47% começam a adotar soluções de modernização agora. Apenas 21% dos entrevistados afirmaram que as empresas já utilizavam métodos inovadores em processos de RH. E mais da metade deles disse que há uma pressão da liderança para utilizar tecnologia no departamento.

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A pesquisa, chamada “Gestão de Pessoas no Cenário da Pandemia de Covid-19”, foi realizada com profissionais de Recursos Humanos que falaram sobre a adaptação dos colaboradores e a necessidade de modernização de processos durante a crise de saúde.

O levantamento ouviu um total de 185 profissionais de todo o Brasil, que atuam em empresas nacionais e multinacionais, de segmentos como serviços, bens de consumo, varejo e saúde, entre os dias 14 e 27 de abril. 

 

Home Office
Gestão de equipes remotas é o novo desafio para empresas
(Foto: Reprodução)

 

Profissionais aprovam implantação de ferramentas à distância

Mais de 80% dos entrevistados na pesquisa avaliou a implantação de ferramentas para o trabalho à distância como positiva. Enquanto 91% destacaram a agilidade na tomada de medidas de proteção aos funcionários como eficiente ou muito eficiente.

Apesar disso, os profissionais demonstram também preocupação com a volta ao trabalho e com a nova dinâmica das empresas. Menos de 32% avaliaram positivamente aspectos como:

  • manutenção do engajamento dos funcionários;
  • redefinição de políticas internas;
  • revisão justa das metas e resultados;
  • assistência psicológica dos funcionários;
  • e apoio e treinamento à liderança das diferentes áreas da empresa para atuação em gestão remota.

“A gestão remota se tornou uma habilidade essencial para muitos setores e a busca por líderes humanizados deixou de ser um diferencial para se tornar requisito básico quando o assunto é gestão de pessoas.”

A avaliação é da fundadora e presidente do conselho do Grupo Cia de Talentos, Sofia Esteves. As mudanças no mercado, decorrentes da pandemia, exigirão novas habilidades profissionais, principalmente para gestores, que se verão  enfrentando dinâmicas de trabalho totalmente novas.

Mas, para Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, esse tempo de crise e essas mudanças também apontam a trilha para novas oportunidades. As empresas que notaram aumento na motivação dos funcionários em home office, ele destaca, reforçam a tendência de que os negócios estão em plena ascensão. 

“E os setores voltados para a tecnologia – cada vez mais presentes e necessários para agilizar processos de RH e colaborar para a execução do home office – estão aquecidos. É como venho analisando as questões de mercado: em período de crise econômica surgem grandes oportunidades.”

No Brasil, home office é previsto em lei desde 2011

Apesar de parecer novo, o modelo de trabalho home office já é utilizado há anos, principalmente em países mais desenvolvidos. No Brasil, essa tendência já vinha crescendo e, com a pandemia, o processo foi acelerado. 

A Legislação brasileira prevê esse modelo de trabalho desde 2011 e as regras atuais estão dispostas no artigo 6º da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), nos artigos 75-A a 75-E da Lei nº 13.467/2017 (Reforma Trabalhista) e na recente Medida Provisória 927/2020, que visa a manutenção de empregos na pandemia. 

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No contrato de teletrabalho, como também é chamado o home office ou trabalho remoto, devem constar que essa é a modalidade do serviço prestado, como como a descrição das atividades que serão desenvolvidas pelo funcionário. 

De acordo com a lei, o contrato também pode conter cláusula, informando que a modalidade poderá ser alterada para presencial, desde que o empregado seja avisado com, pelo menos, 15 dias de antecedência.

Outros pontos importantes dos acordo incluem: saúde e segurança do trabalho, fornecimento ou não de equipamentos pela empresa etc. Saiba mais:

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